A Compar é uma das empresas que recebeu o "presente" do governo e contribuiu com a eleição de Jatene
Da lista de 37 empresas agraciadas pelo
programa de isenção fiscal aprovado pelo Governo na semana passada, ao
menos quatro delas financiaram as campanhas eleitorais de Simão Jatene,
em 2010 e 2014: a Companhia Paraense de Refrigerantes (Compar), a
Hileia, a Ocrim e a Sococo. Todas são grandes companhias, com
faturamentos milionários. Mesmo assim, receberam o privilégio de passar
30 anos sem precisar pagar ICMS ao Estado (15 anos na primeira fase do
programa e mais 15, com a recente prorrogação do plano). Enquanto isso, o
povo paraense tem de arcar com alguns dos maiores impostos do Brasil em
setores fundamentais: energia elétrica (33%), telefonia (30%) e
combustível (25%). Dessas quatro empresas, a que mais colocou dinheiro
nas campanhas de Jatene foi a Compar, que engarrafa e distribui os
produtos da Coca-Cola no Pará. Ao todo, segundo o Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), dos cofres da Compar saíram R$ 334,5 mil para o comitê
do governador. Em 2010, a empresa investiu R$ 200 mil no programa
eleitoral de Jatene. Quatro anos mais tarde, destinou outros R$ 134,5
mil à campanha do político. Ainda de acordo com o TSE, a Hileia
contribuiu com R$ 150 mil e a Ocrim, com R$ 50 mil, para a campanha de
2010. E a Sococo desembolsou R$ 53 mil, no programa de Jatene em 2014.
Ou seja, juntas essas quatro empresas desenbolsaram quase R$ 600 mil
para as campanhas de Jatene. Não é de se estranhar, portanto, que essas
empresas façam parte da relação de beneficiadas pelo pacote de isenções
fiscais do Governo. Talvez, seja esse o motivo que leva Jatene a manter
em sigilo a lista das empresas agraciadas por seu Governo e à qual o
DIÁRIO teve acesso.
Desde a aprovação, na semana passada, pela Assembleia Legislativa, do
Projeto de Lei que dispõe sobre a extensão da concessão dos incentivos
fiscais por mais 15 anos a 37 empresas que já gozavam da benesse na
última década e meia, Jatene e seus secretários juram não saber o
tamanho do rombo que isso causará nos cofres públicos. Ocorre que a Lei
8.095, que aprovou o Orçamento Geral do Estado para o ano de 2015,
estimou em R$ 974.721.000 a renúncia de receita decorrente de incentivos
fiscais. Ou seja, é quase R$ 1 bilhão que o Governo deixará de
arrecadar a cada ano, o que representará cerca de R$ 15 bilhões ao
término do programa de benefícios dados por Jatene às empresas.
Se esse
dinheiro fosse investido para o bem da população que elegeu o
governador, Jatene poderia, por exemplo, construir 375 hospitais, 1.500
escolas ou 300 mil casas populares. Mas o governador prefere favorecer
companhias milionárias.
Fonte: Diário do Pará
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