Caro Alexandre,
Em nome de nossa antiga amizade, permita-me tratá-lo assim, de maneira informal, sem os salamaleques da liturgia do cargo que você hoje ocupa. Por falar em tempos antigos, lembro-me bem de nosso tempo de estudantes em Belém, no final da década de 70 e nos primeiros anos da década de 80, quando já você já externava sua determinação de abraçar a carreira política e o sonho de vir a tornar-se prefeito de nossa cidade. Feliz do homem que sonha e persegue seus sonhos, até realizá-los. Você está realizando os seus!
Após essas reminiscências, permita-me entrar no assunto que me levou a escrever essa carta aberta, maneira que achei, talvez a mais fácil, de fazer chegar até você uma preocupação, que é minha e parece ser também a de muitos dos munícipes cuja vontade fez de você o prefeito de nossa cidade. Voltei a pouco de um passeio ao Lago do Maicá, na companhia de amigos que não conheciam aquele local e que demonstraram a vontade de ir lá conhecê-lo e fotografar suas paisagens naturais e os animais que lá vivem. Apesar de já mostrar algumas marcas da interferência do homem, O Lago do Maicá, como é de seu conhecimento, é um santuário ecológico, local de criadouro de uma infinidade incalculável de aves, peixes e outros animais, os quais pudemos ver em profusão, no referido passeio.
Causou-nos enorme preocupação, no entanto, saber que a Prefeitura Municipal de Santarém, sob sua gestão, pretende instalar ali, ou em seu entorno, algumas empresas exportadoras de grãos, destinados ao comércio exterior, para o que já estariam sendo realizados estudos, visando estimar os futuros impactos que essa atividade traria para aquela área. Por melhores, mais adequados e mais conclusivos que sejam esses estudos; por mais espetaculares que sejam as medidas mitigadoras dos impactos que certamente virão dessa intervenção no ecossistema do Lago do Maicá, caro Alexandre, nada impedirá que aquele paraíso seja inapelavelmente ameaçado.
Tenho absoluta certeza que há outras áreas no município de Santarém mais adequadas para a instalação de portos graneleiros, como os que você se empenha em atrair para a cidade. Um olhar mais atento para região abaixo do Maicá, banhada pelo Rio Amazonas, mostrará locais com calado suficiente para o recebimento de navios de grande porte, sem a necessidade de uma intervenção tão radical quanto aquela que se prevê para o Maicá. Antevejo uma outra vantagem considerável para o bem estar de nossa cidade, com a construção de portos fora da área urbana ou de sua periferia, como seria o caso que coloco à sua avaliação. As enormes carretas que trazem grãos de outros estados, como hoje, não precisariam adentrar a área urbana de Santarém, o que significaria a diminuição de uma gama enorme de dificuldades e empecilhos que esse tráfego provoca.
Para encerrar essa carta-aberta, que espero que você não veja como impertinência de minha parte, recordo uma poesia musicada, de autoria de nosso amigo comum, Beto Paixão, onde ele faz referência às saudades de seu tempo de infância, vividos à beira do Lago do Maicá. Que nossos netos possam mais tarde lembrar-se do Maicá com a mesma nostalgia que o Beto Paixão canta, mas com a certeza de que ele ainda estará lá, para o deleite das futuras gerações. Não permita que o Lago do Maicá, a exemplo da Itabira do poeta Carlos Drummond de Andrade e da Vera Paz, de nossos tempos de meninos, seja apenas um retrato na parede. Porque isso dói!! E como dói!
Em nome de nossa antiga amizade, permita-me tratá-lo assim, de maneira informal, sem os salamaleques da liturgia do cargo que você hoje ocupa. Por falar em tempos antigos, lembro-me bem de nosso tempo de estudantes em Belém, no final da década de 70 e nos primeiros anos da década de 80, quando já você já externava sua determinação de abraçar a carreira política e o sonho de vir a tornar-se prefeito de nossa cidade. Feliz do homem que sonha e persegue seus sonhos, até realizá-los. Você está realizando os seus!
Após essas reminiscências, permita-me entrar no assunto que me levou a escrever essa carta aberta, maneira que achei, talvez a mais fácil, de fazer chegar até você uma preocupação, que é minha e parece ser também a de muitos dos munícipes cuja vontade fez de você o prefeito de nossa cidade. Voltei a pouco de um passeio ao Lago do Maicá, na companhia de amigos que não conheciam aquele local e que demonstraram a vontade de ir lá conhecê-lo e fotografar suas paisagens naturais e os animais que lá vivem. Apesar de já mostrar algumas marcas da interferência do homem, O Lago do Maicá, como é de seu conhecimento, é um santuário ecológico, local de criadouro de uma infinidade incalculável de aves, peixes e outros animais, os quais pudemos ver em profusão, no referido passeio.
Causou-nos enorme preocupação, no entanto, saber que a Prefeitura Municipal de Santarém, sob sua gestão, pretende instalar ali, ou em seu entorno, algumas empresas exportadoras de grãos, destinados ao comércio exterior, para o que já estariam sendo realizados estudos, visando estimar os futuros impactos que essa atividade traria para aquela área. Por melhores, mais adequados e mais conclusivos que sejam esses estudos; por mais espetaculares que sejam as medidas mitigadoras dos impactos que certamente virão dessa intervenção no ecossistema do Lago do Maicá, caro Alexandre, nada impedirá que aquele paraíso seja inapelavelmente ameaçado.
Tenho absoluta certeza que há outras áreas no município de Santarém mais adequadas para a instalação de portos graneleiros, como os que você se empenha em atrair para a cidade. Um olhar mais atento para região abaixo do Maicá, banhada pelo Rio Amazonas, mostrará locais com calado suficiente para o recebimento de navios de grande porte, sem a necessidade de uma intervenção tão radical quanto aquela que se prevê para o Maicá. Antevejo uma outra vantagem considerável para o bem estar de nossa cidade, com a construção de portos fora da área urbana ou de sua periferia, como seria o caso que coloco à sua avaliação. As enormes carretas que trazem grãos de outros estados, como hoje, não precisariam adentrar a área urbana de Santarém, o que significaria a diminuição de uma gama enorme de dificuldades e empecilhos que esse tráfego provoca.
Para encerrar essa carta-aberta, que espero que você não veja como impertinência de minha parte, recordo uma poesia musicada, de autoria de nosso amigo comum, Beto Paixão, onde ele faz referência às saudades de seu tempo de infância, vividos à beira do Lago do Maicá. Que nossos netos possam mais tarde lembrar-se do Maicá com a mesma nostalgia que o Beto Paixão canta, mas com a certeza de que ele ainda estará lá, para o deleite das futuras gerações. Não permita que o Lago do Maicá, a exemplo da Itabira do poeta Carlos Drummond de Andrade e da Vera Paz, de nossos tempos de meninos, seja apenas um retrato na parede. Porque isso dói!! E como dói!
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