Verso para memorizar: “Primeiramente,
dou graças a meu DEUS, mediante JESUS CRISTO, no tocante a todos vós,
porque, em todo o mundo, é proclamada a vossa fé” (Rom. 1:8).
Introdução desábado à tarde
Paulo viajou duas vezes a Roma, das
quatro viagens missionárias que fez. A primeira viagem encontramos em
Atos 27:1 até 28:31. Mesmo preso, com prisão domiciliar, podia pregar e
as pessoas podiam ir até ele. Pregou aos judeus de Roma, aos gentios,
aos soldados e até à família real. Muitos se tornaram cristãos. Por dois
anos pregou enquanto o Imperador não decidia o que fazer com ele. É bem
provável que Paulo tenha escrito as cartas aos Efésios, aos Filipenses,
aos Colossenses e a Filemom durante estes dois anos em Roma. Esses
escritos são chamadas de cartas da prisão. Foi libertado em 63 dC.
Na segunda viagem de Paulo a Roma, em 66
dC, foi novamente preso e no ano de 67 dC foi decapitado em Roma. Com a
liberdade adquirida da prisão de Roma em 63 dC, provavelmente Paulo foi
até a Espanha, retornando circulou na região de Éfeso. Em 66 dC retorna a
Roma e foi preso na chamada perseguição do Imperador Nero aos cristãos.
Foi decapitado nos arredores de Roma no lugar chamado de “Acque
Salvie”” (Fonte aqui).
A epístola, ou carta aos Romanos, ou
simplesmente Romanos, foi escrita na década dos anos 50 do primeiro
século depois de CRISTO, provavelmente entre os anos 55 e 58, portanto,
antes de sua prisão em Roma. A carta aos gálatas foi escrita um pouco
antes. Essa carta aos romanos é considerada o mais importante texto
evangélico do Novo Testamento, fazendo parte do conjunto das quatro
grandes cartas: Romanos, Gálatas, 1 e 2 Coríntios. O tema é o evangelho
como força de salvação para todo aquele que crê na pessoa de JESUS
CRISTO. Paulo quer demonstrar na carta a situação de pecado em que vive a
humanidade, e a força da salvação que vem de JESUS CRISTO. Tudo é
apresentada numa dialética desenvolvida progressivamente: pecado e força
do Espírito Santo. Em síntese, Paulo trata, com profundidade, sobre a
justificação pela fé.
Parece que a Igreja de Roma não foi
fundada nem por Paulo nem por Pedro. É evidente que Paulo nunca visitara
a igreja romana (Rom. 1:8-13). Os cristãos romanos eram bem conhecidos;
Paulo até desejava visitá-los há um bom tempo (Rom 1:13). A
possibilidade mais provável é que a igreja de Roma fora iniciada por
judeus e prosélitos que haviam testemunhado os milagres do Pentecostes
e, ao retornarem aos seus lares em Roma, começaram a se reunir em uma
pequena comunidade local.
Quanto ao propósito, ou propósitos dessa carta, há várias hipóteses e todas elas podem ser verdadeiras:
Paulo poderia visitar os cristãos romanos
para ganhar a ajuda deles como uma igreja de apoio em sua próxima
empreitada missionária, fazendo da igreja de Roma a sede missionária
para a evangelização da Espanha (Rom 15:24).
Parece que Paulo desejasse se comunicar
com seus amigos em CRISTO, e depois visitá-los (Rom 1:8-12) e ser por
eles reanimados (Rom. 15:22). Mas ele não tinha certeza que conseguisse
chegar a Roma (Rom 1:10; 15:31).
Antes de chegar a Roma, queria fazer amizade com eles.
Escreveu para se fortalecerem mutuamente na fé (Rom. 1:11,12).
Talvez quisesse tornar Roma base para o seu ministério no Ocidente, além da Espanha.
Paulo sempre teve que lutar para manter
um equilíbrio apropriado entre a liberdade cristã e o antinomianismo
(Rom. 3:8; 6:1; 7:1-12; etc) (o antinomianismo vem de duas palavras
gregas, ‘anti’, que significa “contra”, e ‘nomos’, que significa “lei”.
Sendo assim, antinomianismo significa “contra a lei.” Teologicamente, o
antinomianismo é a crença de que não há leis morais que Deus espera que
os cristãos obedeçam. O antinomianismo leva um ensinamento bíblico a uma
conclusão antibíblica. fonte).
Os judaizantes estavam presentes em toda
parte (Rom. 2:17; 3:1-31; 7:13; 9:1-11:36; etc), e esse pode ser outro
motivo de lhes escrever, de maneira preventiva.
É possível que Paulo tivesse em mente
todos esses motivos para escrever aos romanos. A carta dá a entender que
desejava que os romanos entendessem que seus ensinos eram baseados no
evangelho (Rom. 12:1), do qual ele era apóstolo (Rom. 1:1), e não se
envergonhava de sua proclamação (Rom. 1:16).
Martinho Lutero, monge agostiniano e
professor de teologia germânico, católico, doutor em teologia, em 1517,
em um contexto de conflito aberto contra o vendedor de indulgências
Johann Tetzel, pregou na capela do castelo de Witenberg 95 teses, em
contradição ao que ensinava a sua igreja. Sua recusa em retratar-se de
seus escritos, a pedido do Papa Leão X em 1520 e do imperador Carlos V
na Dieta de Worms em 1521, resultou em sua excomunhão da Igreja Romana e
em sua condenação como um fora-da-lei pelo imperador do Sacro Império
Romano Germânico. De seus escritos e de seu protesto, resultou, a partir
do ano de 1517, o início de um movimento religioso que abriu caminho ao
protestantismo. Dele vieram outras igrejas e finalmente veio a Igreja
Adventista do Sétimo Dia, e depois, muitas outras. Ele, podemos dizer,
deu início à investigação bíblica, e ela expandiu até que toda verdade
bíblica fosse encontrada, sob a direção do ESPÍRITO SANTO. Hoje temos
essa verdade disponível ao mundo. Em outubro desse ano de 2017,
comemora-se os 500 anos do protesto de Lutero, e também festeja-se o
retorno dos protestantes, principalmente das igrejas luteranas, de volta
à Igreja Católica. O tema que levou ao protesto é o tema do livro de
Romanos, a justificação pela fé. Por isso estamos nesse trimestre
estudando essa carta de Paulo.
Primeiro dia: A carta do apóstolo Paulo
Paulo estava preocupado que ocorresse em
Roma o que já havia ocorrido com os Gálatas: que viessem os judaizantes e
criassem conturbação ali, com suas doutrinas falsas. Assim como
escreveu aos Gálatas, fez para os romanos, se bem que a carta aos
gálatas fosse para resolver uma situação já em andamento, e a escrita
aos romanos era preventiva. Por isso essa carta é uma detalhada
exposição de como ocorre o perdão dos pecados e como ocorre a salvação.
Em síntese, outra vez Paulo expõe que só somos perdoados, ou
justificados pela fé, e só somos salvos pela graça. Esse é o resumo,
isso foi que Lutero descobriu. Por esse motivo Lutero revoltou-se contra
a venda de Indulgências, uma concessão de perdão (falsa) por meio de
pagamento de elevados valores, recebendo um documento comprobatório do
perdão concedido pela igreja, não por DEUS. Lutero propôs, com base em
sua interpretação das Sagradas Escrituras, especialmente da Epístola de
Paulo aos Romanos, que a salvação não poderia ser alcançada pelas boas
obras ou por quaisquer méritos humanos, mas tão somente pela fé em
Cristo Jesus (sola fide), único salvador dos homens, sendo gratuitamente
oferecida por Deus aos homens. Sua teologia desafiou a infalibilidade
papal em termos doutrinários, pois defendia que apenas as Escrituras
(sola scriptura) seriam fonte confiável de conhecimento da verdade
revelada por Deus.
“Com grande clareza e poder o apóstolo
apresentava a doutrina da justificação pela fé em Cristo. Ele esperava
que outras igrejas também pudessem ser ajudadas pela instrução enviada
aos cristãos de Roma; mas quão pouco podia ele prever o vasto alcance da
influência de suas palavras! Através dos séculos a grande verdade da
justificação pela fé tem permanecido como poderoso farol a guiar os
pecadores arrependidos ao caminho da vida. Foi esta luz que dissipou as
trevas que envolviam a mente de Lutero e revelou-lhe o poder do sangue
de Cristo para purificar do pecado. A mesma luz tem guiado à verdadeira
fonte de perdão e de paz, milhares de almas sobrecarregadas de pecado.
Cada cristão tem motivos para agradecer a Deus pela epístola aos
romanos. Nesta carta Paulo deu livre expressão a suas preocupações em
favor dos judeus. Desde sua conversão suspirava ele por ajudar seus
irmãos de raça a alcançar uma clara compreensão da mensagem do
evangelho. “O bom desejo do meu coração e a oração a Deus por Israel”,
declarou, “é para sua salvação.” Rom. 10:1” (Atos dos Apóstolos, 373 e
374).
Segunda:
O desejo de Paulo de visitar Roma
Paulo mantinha o desejo de visitar Roma.
Sempre houve algum impedimento (Rom 1.113). Queria visitar os crentes
da capital do Império, pois já havia crentes em CRISTO em Roma. Queria
alegrar-se com eles (Rom 15.32). Porém, estava convicto de que um dia
iria a Roma (Rom 15.29). Também desejava fazer de Roma um local
estratégico para ações missionárias à Espanha (Rom 15.24,28) e desejava o
apoio dos crentes romanos nesse sentido. Essa visita não era apenas
sonho de Paulo, era acima de tudo projeto de Deus. Ao ser preso em
Jerusalém, depois de testemunhar perante o sinédrio judaico, o próprio
Deus apareceu a ele numa visão e lhe disse: “… Coragem! Pois do modo por
que deste testemunho a meu respeito em Jerusalém, assim importa que
também o faças em Roma” (Atos 23.11).
A viagem para Roma foi cheia de
dificuldades. Paulo chegou a Roma como prisioneiro depois de enfrentar
um terrível naufrágio. Durante dois anos, ficou detido numa prisão
domiciliar em Roma (Atos 28.30), vigiado por um soldado da guarda
pretoriana, que o guardava (Atos 28.16; Fil. 1.13). Isso é muito
contraditório. Só mesmo pelo poder de DEUS teve Paulo, acusado e preso
por pregar doutrinas falsas, liberdade de ensinar os outros. Embora
preso numa casa alugada por ele mesmo, tinha liberdade para receber e
instruir as pessoas (Atos 28.23). Nesse tempo, pregou o reino de DEUS
com toda a intrepidez, e sem nenhum impedimento ensinava as coisas
referentes ao Senhor JESUS CRISTO (Atos 28.31). Aos gálatas Paulo pregou
em estado de doença, e eles, mesmo assim, o aceitaram. Em Roma Paulo
pregou em prisão, e eles também o aceitaram.
O cristianismo já havia chegado em Roma,
se bem que nenhum missionário havia estado por lá para as primeiras
pregações. Ao que tudo indica, judeus da diáspora ouviram a pregação de
Pedro no dia do Pentecostes, e voltaram a Roma impressionados com JESUS
CRISTO. Também gentios em Roma eram cristãos; haviam-se convertido de
alguma forma. Paulo não sabia, porém, que de Roma, sede do Império
Romano, viriam terríveis perseguições, e mais tarde, haveria uma aliança
entre o império e a igreja que, no conjunto, transformaria a igreja de
CRISTO na igreja do anticristo. Assim, os crentes de Roma seriam os mais
próximos a serem perseguidos e o seriam com maior intensidade. Como
Paulo estava escrevendo essa carta mais para o final da década dos anos
50 dC, pouco mais de dez anos e Jerusalém seria destruída e do templo
não restaria pedra sobre pedra. Faltava pouco tempo para tudo isso
acontecer. Paulo nem imaginava o que os crentes em Roma, em Jerusalém e
em outros lugares teriam que enfrentar. O seu ímpeto missionário era
quase como a energia da igreja em ação missionária para ir a outras
terras e evangelizar o mundo inteiro. Paulo queria agora ir ao ocidente
do Império, queria tornar Roma um local estratégico para evangelizar a
Espanha. Desse país o evangelho seguiria para outros lugares ainda não
alcançados. Não se havia ainda passado trinta anos desde que JESUS fora
morto e o Império Romano já estava quase todo semeado com igrejas
cristãs.
Terça:Paulo em Roma
Na terceira viagem missionária de Paulo
(ele fez quatro), chegou a Roma como prisioneiro. Ficara dois anos preso
em Cesareia, levara mais ou menos um ano viajando, com dificuldades
enormes, com direito a um naufrágio, até concluir a viagem. Queria tanto
ir a Roma, mas livre, não prisioneiro. Porém, mesmo estando algemado,
tanto a igreja o recebeu bem como as autoridades se impressionaram com
ele. As algemas deram coragem a outros para também pregarem, e com mais
audácia. A primeira coisa que Paulo fez ao chegar a Roma foi convocar os
líderes judeus para poder justificar-se das acusações contra ele, e
para obter uma audiência amigável. É esta a última tentativa de ganhar
os judeus. Observemos o resultado da sua pregação (Atos 28:24-28;
compare com Mateus 13:13-15; João 12:40; Mateus 21:43). Três dias depois
de Paulo ter chegado a Roma, mandou chamar alguns chefes judaicos. Em
resultado, muitos judeus em Roma foram visitá-lo. Paulo pregou a eles
sobre JESUS e o Reino de Deus. Alguns creram e se tornaram cristãos, mas
outros não.
Paulo passou dois anos ali, no mínimo,
(Atos 28:30). Mesmo prisioneiro, as autoridades permitiram morar numa
casa alugada, com seu guarda, (Atos 28:16). Podia receber visitas, e
ensinar o evangelho de CRISTO. Já havia um bom número de cristãos ali
(ver as saudações que enviou três anos antes, Rom 16). Os dois anos que
Paulo passou ali foram muito frutíferos, atingindo o próprio Palácio,
(Filip. 1:13; 4:22). Enquanto estava em Roma, escreveu as Epístolas aos
Efésios, Filipenses, Colossenses, Filemom e talvez Hebreus.
Paulo pregou também aos diferentes
soldados que o guardavam. Ficou preso por cinco anos, dois em Roma,
pregando a todos os que podia. Assim, até mesmo os da casa de César
ouviram as boas novas do Reino, e alguns se tornaram cristãos,
incluindo, segundo dizem, a esposa de Nero, pelo que o imperador se
revoltou contra os cristãos.
Quando Paulo ficou livre, visitou seus
irmãos e irmãs cristãos em muitos lugares. Mas depois ele foi novamente
preso em Roma. Desta vez sabia que ia ser morto. Por isso, escreveu a
Timóteo e pediu que ele viesse depressa. ‘Tenho sido fiel a Deus’,
escreveu Paulo, ‘e Deus vai recompensar-me’. Alguns anos depois de Paulo
ser morto, Jerusalém foi de novo destruída, desta vez pelos romanos.
Chegando em Roma da primeira vez, vieram
ter com ele diversos de seus colaboradores, bem como representantes da
maioria das comunidades cristãs: Timóteo (Col 1:1), Marcos (Col 4:10),
Epafras de Colossos (Col 1:6), Tíquico da Ásia Menor (provavelmente
Éfeso; Col 4:7) Demas Justo (Col 4:11), Lucas (Col 4:14), Marcos
(Filemom 24), Onésimo (Col 4:9). Dois deles, Aristarco e Épafras (Atos
27:1; Col 4:10; Filemom 23), compartilharam voluntariamente sua prisão.
Paulo aproveitou-se de sua relativa liberdade para pregar o evangelho:
primeiro, novamente aos judeus (Atos 28:17-28), mas também aos soldados
que o guardavam e a outros romanos (Filip. 1:12).
Roma era chamada de “Cidade rainha da
terra”. O Grande centro de interesse histórico. Foi a potência
dominadora do mundo. É ainda chamada “Cidade Eterna”. A população, na
época de Paulo, era de 1 milhão e meio de pessoas, metade escravos.
Capital de um Império que se estendia 4.800 km de leste a oeste, 3.200
km de norte a sul. A população total do Império era de 120 milhões de
almas. Por apelar a César, o Apóstolo aos gentios teve que ir para Roma.
Hoje, segundo Hans Küng, importante
doutor e teólogo católico, é em Roma que existe a maior sede de poder e
de domínio na Terra. A vocação para dominar foi herdada pela igreja
cristã no final dos tempos do Império Ocidental e nunca se apagou. De lá
virá a sedução para que os Estados Unidos da América emitam o decreto
dominical. É o poder por trás do poder. Herdou esse desejo do leão da
Babilônia, Nabucodonosor.
Quarta:
Os “santos” em Roma
“A todos os que estais em Roma, amados de
Deus, chamados para serdes santos: Graça e paz de Deus nosso Pai, e do
Senhor Jesus Cristo” (Romanos 1:7).
Paulo fez uma saudação carinhosa aos
membros da Igreja de Roma. Seria porque ele vinha fragilizado, preso?
Não, essa carta escreveu antes de partir para Roma, antes de sua prisão.
A igreja de Roma era mais firme nos princípios que a de Gálatas. Paulo
aqui os chamou de santos, isto é, separados por DEUS para finalidades
espirituais. Isso é um grande diferencial positivo. Ele se dirigiu a
todos os membros de Roma. E algo muito interessante, escreveu como uma
saudação da parte de DEUS e de JESUS CRISTO, não só da parte dele.
Em algumas traduções aparece “chamados
santos”, noutras, como acima transcrito. Nada muda, ser santo é uma
escolha divina. Na verdade todas as pessoas desse mundo são escolhidas
para a salvação, para serem santos, porém, como somos seres livres,
temos que escolher também corresponder ou não. É uma relação biunívoca,
ou seja, de ambas as partes. DEUS nos escolhe, mas nós também devemos
escolhê-Lo. Daí fecha o circuito e a salvação se viabiliza, pela graça
de JESUS.
“Vi que os anjos de Deus nunca devem
governar a vontade. Deus põe diante do homem a vida e a morte. Este pode
fazer a sua escolha. Muitos desejam a vida, mas ainda continuam a andar
no caminho largo. Preferem rebelar-se contra o governo de Deus, apesar
de Sua grande misericórdia e compaixão ao dar Seu Filho para morrer por
eles. Aqueles que não optam pela aceitação da salvação comprada por tão
alto preço, deverão ser castigados” (História da Redenção, 391).
Quinta:
Os cristãos em Roma
Como foi que surgiu a igreja cristã em
Roma (localizada às margens do rio Tibre)? Não se sabe, existem apenas
hipóteses, que são as seguintes:
Sabe-se que não foi fundada nem por
Paulo, nem por Pedro. Quando Paulo escreveu sua carta, ele ainda não
havia estado lá (cf. Rom. 1:13 e 15:22) e a igreja já existia, formada
por maioria gentílica. Paulo chegou em Roma por volta do ano 62 dC (ver
Atos 28:15). Pedro também não fundou essa igreja, porque se fosse, Paulo
o teria mencionado em sua carta. Ele jamais teria esquecido isso, pois
costumeiramente mencionava pessoas que colaboravam com a igreja. Pedro
foi levado a Roma para ser martirizado, por volta da segunda prisão de
Paulo, quando este também foi morto.
Uma possibilidade remota é que alguns
romanos judeus estiveram em Jerusalém por ocasião do Pentecostes e
voltaram cristãos e fundaram a igreja cristã em Roma. Essa é uma
hipótese pouco provável, pois havia muitos gentios naquela igreja.
Convertidos de Paulo em outros lugares
também são uma possibilidade. Talvez por isso Paulo conhecia cristãos em
Roma pelos nomes. Esses cristãos teriam fugido a Roma por ocasião de
perseguição após o martírio de Estêvão, mas não há evidência histórica
para essa hipótese, se bem que ela reforça a realidade da maioria de
gentios cristãos na igreja de Roma.
Sabe-se que viviam em Roma naqueles dias
em torno de vinte mil a trinta mil judeus, mas a igreja cristã de Roma
era em sua maioria de gentios. A maioria dos judeus de Roma eram
descendentes de escravos capturados pelo Império. Muitos desses
prosperaram chegando a enviar polpudas ofertas a Jerusalém. Mas a
presença deles não confirma que ali houvesse uma igreja cristã judaica,
pois eram ignorantes do conhecimento sobre CRISTO (ver Atos 28:21 e 22).
Havia em Roma uma igreja tipicamente gentílica, embora se entenda a
presença de judeus cristãos também.
A reputação da igreja de Roma era muito
boa, tinham boa fama (Rom. 1:8 e 16:3), eram obedientes (Rom. 16:19),
regozijavam o apóstolo (Rom. 16:19). Havia ali também problemas e
dissenções (Rom. 16:17). Quando Paulo vinha chegando a Roma, após longa e
dificultosa viagem (houve até naufrágio), irmãos da igreja de Roma
foram recebê-lo no caminho (Atos, 28:14-16). Pessoas de alto nível se
haviam convertido e frequentavam a igreja ali (cf. Fil. 4:22 e Rom. cap.
16). Era uma igreja que vinha prosperando, crescendo e se tornaria
influente, atraindo mais tarde o ódio de imperadores e grandes
perseguições. Em resumo, a igreja em Roma era notável entre as demais,
dava bom testemunho, eram estudiosos da Palavra, possuíam conhecimento
sobre a salvação e estavam habilitados à admoestação mútua, também eram
bondosos, e assim se fortaleciam na fé. Depois que se estabeleceram
fortemente vieram os evangelistas. Esse é um exemplo positivo para a
igreja hoje, membros não profissionais estabelecendo e fortalecendo as
igrejas.
Resumo e aplicação – Sexta-feira, dia da preparação para o santo sábado:
Tema transversal
A igreja de Roma foi fundada por membros
da igreja, atualmente erroneamente chamados leigos. Segundo o
dicionário, leigo é: “Que é desconhecedor e ignorante: aprendiz, amador,
ignorante, inexperiente, novato, imperito, desconhecedor. Que não
pertence a nenhuma religião: laico, secular, mundano, profano, laical.” E
foi uma igreja, com alguns problemas, bem sucedida. Os membros dessa
igreja conheciam os apóstolos, pois quando Paulo vinha para Roma, em
algemas, foram recebê-lo, não na chegada, mas no caminho. A igreja dava
bom testemunho e ficou bem conhecida e afamada pela cristandade. Eles
eram estudiosos das Escrituras e possuíam entendimento sobre a fé a
ponto de serem capazes, sem um líder titulado, de se admoestar uns aos
outros. Precisamos fomentar igrejas assim, hoje; precisamos formar mais
líderes membros nas nossas igrejas, líderes que permaneçam, não apenas
líderes transitórios que vem e vão embora, onde cada um deles tem uma
ênfase diferente e muitas vezes contraditória em relação ao anterior.
Precisamos mais do ESPÍRITO SANTO, como os romanos possuíam. Com o poder
do ESPÍRITO SANTO a liderança humana cai em segundo plano.
Aplicação contextual e problematização
Há que ocorrer uma reforma entre nós,
hoje, para sermos como os bereanos e como os romanos. Não havendo essa
reforma, então haverá a sacudidura, e DEUS mesmo providenciará a reforma
com uma seleção do que fica (trigo) e do que sai (joio).
Informe profético vinculado com a lição
Diz o núncio apostólico Dom Tomasi, em
24/8/2017 que “Hoje o diálogo não é mais uma opção, mas uma necessidade
para viver em paz em nossas sociedades pluralistas.” Ele é membro do
Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, Dom
Silvano Maria Tomasi, no Encontro de Rimini, no centro-norte da Itália.
Continua: “Devemos enfrentar o pluralismo de hoje em nossas sociedades
com uma estratégia nova que não é a guerra ou o conflito, mas o
diálogo”, explicou o arcebispo. Repercorrendo os últimos 60 anos da
história da Igreja, Dom Tomasi explicou “o método do diálogo” de Paulo
VI e como João Paulo II e Bento XVI reiteradas vezes evidenciaram a
necessidade do diálogo como estratégia não política, mas humana que abre
o coração para o encontro com o outro”. Fonte nesse link. Isso quer
dizer que os líderes religiosos argumentam não haver mais futuro para o
planeta sem a participação das igrejas unidas, cumprindo a profecia de
que haveria união das igrejas, formando outra vez o poder babilônico
para subjugar os cristãos ainda fiéis a CRISTO.
Em Barcelona, após os últimos ataques
terroristas, uma multidão de 500.000 pessoas fez uma marcha contra o
terrorismo. A sociedade, que alimenta o ódio, está cansando dela mesma,
sucumbindo ao seu próprio modo de viver. Fonte aqui.
Na cidade de Apucarana, Brasil, como em
outros lugares, a prisão de usuários de drogas aumentou em 179%, no ano
de 2017, estando nós apenas na metade do ano. O combate às drogas começa
nos lares, com um bom e sólido cristianismo. A força policial jamais
conseguirá romper o desejo pelo consumo que alimenta o desejo pelo
lucro. Veja a notícia aqui.
Comentário de Ellen G. White
“Desde que receberam a epístola de Paulo
aos romanos, os cristãos da Itália tinham avidamente desejado uma visita
do apóstolo. Não haviam imaginado vê-lo como prisioneiro, mas seus
sofrimentos apenas o tornaram mais querido deles. Sendo a distância de
Potéoli a Roma de apenas uns 220 quilômetros, e estando o porto marítimo
em constante comunicação com a metrópole, os cristãos de Roma foram
informados da aproximação de Paulo, e alguns deles se adiantaram para
encontrá-lo e saudá-lo” (Atos dos Apóstolos, 447 e 448).
Conclusão
Veja-se o resultado da estadia de Paulo
em Roma: “Durante a prisão de Paulo, os conversos ao cristianismo se
tornaram tão numerosos que atraíram a atenção e despertaram a inimizade
das autoridades. A ira do imperador se despertou de modo especial pela
conversão dos membros de sua própria casa, e logo encontrou pretexto
para fazer dos cristãos objeto de sua inexorável crueldade” (Atos dos
Apóstolos, 487). Assim será no fim dos tempos, com o derramamento da
chuva serôdia.
Declaração do professor Sikberto R. Marks
O Prof. Sikberto Renaldo Marks orienta-se
pelos princípios denominacionais da Igreja Adventista do Sétimo Dia e
suas instituições oficiais, crê na condução por parte de CRISTO como o
comandante superior da igreja e de Seus servos aqui na Terra. Discorda
de todas as publicações, pela internet ou por outros meios, que denigrem
a imagem da igreja da Bíblia e em nada contribuem para que pessoas
sejam estimuladas ao caminho da salvação. O professor ratifica a sua fé
na integralidade da Bíblia como a Palavra de DEUS, e no Espírito de
Profecia como um conjunto de orientações seguras à compreensão da
vontade de DEUS apresentada por elas. E aceita também a superioridade da
Bíblia como a verdade de DEUS e texto acima de todos os demais escritos
sobre assuntos religiosos. Entende que há servos sinceros e fiéis de
DEUS em todas as igrejas que no final dos tempos se reunirão em um só
povo e serão salvos por JESUS em Sua segunda vinda a este mundo.
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