Especialista da Pitágoras Santarém analisa pesquisa do Ministério da Saúde e dá algumas dicas para quem está acima do peso.
Santarém, julho de 2019 – Em 13 anos, o número de brasileiros obesos subiu 67,8%, com o índice saltando de 11,8% em 2006 para 19,8% em 2018. Segundo dados da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde, nos últimos três anos, o Brasil apresentava taxas estáveis da doença.
Para Lurdiane Cardozo, tutora de Nutrição da Pitágoras Santarém, alguns hábitos do estilo de vida moderno justificam esses números. “A população se encontra mais ocupada e com menos tempo para preparar as próprias refeições em casa, o que leva essas pessoas a procurarem refeições mais práticas, rápidas e, consequentemente, mais baratas e quase sempre não saudáveis”, afirma, referindo-se aos alimentos ultraprocessados. “São refeições de alto valor calórico, com grandes quantidades de sal ou açúcar”, explica.
Além disso, argumenta Lurdiane, a população também não dorme ou descansa as horas recomendadas, o que “prejudica a saúde como um todo, causando cansaço, falta de atenção e memória curta”.
Entre os hábitos apontados por ela como principais causadores do problema estão: pouca prática de atividade física; comer com distrações (TV, aparelho telefônico, etc.); tempo curto para se alimentar; troca das refeições por fast food. “Comer com pressa é um outro hábito comum mundialmente e não se atentar ao que está no prato gera pouco prazer ao comer e desperdício de comida”, complementa.
Atenção a Santarém
Segundo ela, o município paraense tem como base a diversidade do cardápio nortista. “As comidas regionais são muito reconhecidas e é comum, no prato do santareno, o peixe frito com açaí, o pato no tucupi e jambu, a tapioca com café, maniçoba, vatapá, tacacá, peixe no escabeche. São todas refeições bem calóricas e que fazem parte do dia a dia na mesa do santareno”, exemplifica Lurdiane.
“Quanto à prática de exercícios físicos, fica a desejar. Mesmo com parte da população fazendo ciclismo, caminhadas ou corridas patrocinadas, a prática ainda é considerada baixa no meu ponto de vista”, comenta a nutricionista, que encerra ressaltando que ser saudável não é algo difícil ou impossível. “Criar políticas públicas que valorizem mais a saúde da população e menos as indústrias de alimentos ultraprocessados seria de grande valia”, pondera.
Para quem está acima do peso:
· Procure mudar os hábitos alimentares, mas com a ajuda de um profissional de Nutrição;
· Dê preferência a alimentos in natura, sempre ciente da procedência dos mesmos;
· Prepare os alimentos corretamente. Por exemplo, evite comprar batata apenas para fritá-la;
· Seja crítico quanto a informações, orientações e mensagens sobre alimentos e alimentação nas redes sociais, propagandas e comerciais na TV, etc.;
· Exercite-se.
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