domingo, 24 de janeiro de 2021

Prefeito Darci ignora ciência, peita Helder e autoriza bares a funcionar em Parauapebas

“Não é justo que somente um segmento seja responsabilizado pela propagação do vírus". 









O Decreto Municipal Nº 254/2021, publicado pelo prefeito Darci Lermen (MDB), ontem (23), tornou sem efeito o fechamento de bares, determinado pelo governador Helder Barbalho (MDB), como medida de prevenção contra o coravírus, em Parauapebas, no sudeste do Pará, se deslocando na contramão de orientações sanitárias adotadas pelas cidades do estado do Pará e do Brasil.
O prefeito afirmou que está convencido de que o fechamento unicamente dos bares não irá impedir o avanço da Covid-19. “Não é justo que somente um segmento seja responsabilizado pela propagação do vírus. Além disso, o fechamento resulta em desemprego, em abalo em nossa economia. Com o decreto, acredito que a gente consegue conciliar o enfrentamento à pandemia ao funcionamento parcial dos estabelecimentos comerciais”, aponta Darci Lermen.
Parauapebas já diagnosticou 35.076 casos, apresenta 190 novos casos, está com 38 pacientes internados e contabiliza 214 mortes. De acordo com a Prefeitura de Parauapebas (PMP), a taxa de ocupação de leitos destinados aos doentes com coronavírus é de 51%. O gestor tomou uma decisão política que poderá render a ele, no futuro, caso o número de óbitos aumente, processos por crimes de responsabilidade.
A decisão política de Darci, como diz o ditado popular, “deixou o dele na reta”, mesmo o decreto exigindo dos shoppings, galerias de lojas, academias, estúdios, igrejas, bares e outros estabelecimentos afins que funcionem com até 50% da capacidade total do local. Os espaços precisam ainda disponibilizar aos clientes álcool em gel, exigir o uso de máscara e manter o distanciamento social de 1,5 metro entre as pessoas, para tentar garantir que o vírus não contamine os visitantes.

Diferente de qualquer outra cidade do Pará, o horário de funcionamento de bares, casas noturnas, cervejarias, boates e casas de show será de segunda a quinta-feira até 1 hora da manhã, e de sexta-feira a domingo até 2 horas. As medidas contidas no Decreto Municipal é tudo o que o novo coronavírus precisa para infectar as pessoas. Para tentar “limpar sua barra”, Darci proibiu a realização de eventos, shows, manifestações, passeatas e carreatas de qualquer natureza que aglomerem mais de dez pessoas em Parauapebas.

O Ministério Público (MPPA) vai “estar de olho” em Darci. O órgão fiscalizador poderá solicitar à Justiça a suspensão do Decreto Municipal, se a doença continuar fazendo novas vítimas e responsabilizar o prefeito. Essa medida obriga o gestor a tomar conta de seus pacientes, impedindo-os de morrer em Parauapebas. Será uma falta de coerência tentar transferi-los para Marabá ou Belém.

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