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O ministro-corregedor do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas, disse na terça-feira (8/6) que as informações já levantadas sobre o caso do documento usado pelo presidente Jair Bolsonaro para distorcer os números da Covid-19 no país são "graves".
A expectativa é a de que ele proponha a abertura de processo disciplinar que poderá afastar o servidor que inseriu documento com informações distorcidas dentro do sistema do órgão.O auditor Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques incluiu no sistema, no último domingo (6/8), documento não oficial com os dados distorcidos, conforme divulgou a revista Crusoé.
"Os fatos até aqui apurados pela corregedoria são graves e será necessário aprofundamento para avaliar a sua real dimensão. Ainda é cedo para extrair conclusões, mas se ficar comprovado que o auditor utilizou o cargo para induzir uma linha de fiscalização orientada por convicções políticas, isso será punido exemplarmente", disse Dantas.
O TCU desmentiu nesta segunda-feira (7/6) a declaração de Bolsonaro de que o tribunal produziu relatório afirmando que "50% dos óbitos por Covid não foram por Covid". O órgão disse, em nota, que não elaborou o documento.
O tribunal informou que será instaurado "procedimento interno para apurar se houve alguma inadequação de conduta funcional no caso".
Segundo o TCU, o documento era uma análise pessoal de um servidor, que havia sido compartilhada para discussão e não integrava processos oficiais. "Ressalta-se, ainda, que as questões veiculadas no referido documento não encontram respaldo em nenhuma fiscalização do TCU", afirmou o órgão.
Após ser desmentido, Bolsonaro disse nesta terça-feira (8/6) que errou ao atribuir ao TCU o documento, mas insistiu que há indícios de supernotificação das mortes por coronavírus no país. Disse ter acionado a CGU (Controladoria-Geral da União) para investigar essas suspeitas.
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