segunda-feira, 7 de abril de 2025

“HITLER DA BAHIA” É PRESO POR LIDERAR JOVENS EM ESTUPRO VIRTUAL

 O criminoso era um soldado do exército e lutador de jiu-jitsu
(Foto : Reprodução )
Um soldado do Exército e lutador de jiu-jitsu, aparentemente comum, escondia uma das personalidades mais perturbadoras do submundo digital brasileiro.
Luis Alexandre de Oliveira Lessa, 20 anos, conhecido como “Hitler da Bahia”, foi preso em novembro de 2024 por comandar o grupo de jovens “Panela Country” no Telegram, onde organizava crimes que incluíam estupro virtual, pedofilia, automutilação forçada e tortura de animais.O caso, investigado pelo Ministério Público de São Paulo, revela uma rede de terror digital que operava sob o disfarce de “brincadeira” entre jovens.
O grupo, com mais de 600 membros (a maioria adolescentes), transformou a violência em espetáculo, com vítimas humanas e animais sofrendo para diversão dos integrantes.
As investigações mostram que Lessa e seus seguidores recrutavam jovens através de “desafios” cada vez mais extremos.
O primeiro passo era a “plaquinha” – fotografar-se com o nome do grupo escrito na pele, muitas vezes com objetos cortantes.
Depois, as vítimas eram levadas a fornecer conteúdo íntimo, que se tornava material para chantagem.
Os relatos incluem:
Sessões de estupro virtual com transmissão ao vivo
Automutilação forçada, incluindo cortes em genitais
Tortura e morte de animais (gatos, cães, pássaros)
Vazamento em massa de dados sigilosos de vítimas
Ataques coordenados contra famílias inteiras

Uma das vítimas mais marcantes foi uma jovem de 16 anos, que teve sua vida destruída quando o grupo vazou suas fotos íntimas e dados pessoais, incluindo informações obtidas em bancos de dados policiais. 
O ataque foi tão intenso que a família precisou mudar de cidade.
Lessa foi preso em uma operação que envolveu cinco estados (SP, PE, BA, MG e DF). 
Por ser militar, foi inicialmente levado para o 6º Batalhão de Polícia do Exército, mas a Justiça determinou sua transferência para o sistema prisional comum.
O desembargador Teixeira de Freitas, ao negar um habeas corpus, foi enfático sobre os jovens envolvidos: 
“Os membros comemoram e se divertem à custa do sofrimento alheio, demonstrando pouca ou nenhuma empatia”.
As acusações formais incluem pedofilia e divulgação de pornografia infantil, violência psicológica contra mulheres, cyberbullying e perseguição digital, incitação ao crime e automutilação, invasão de dispositivos e vazamento de dados sigilosos.
O caso expõe o lado mais sombrio das “panelas” – grupos virtuais onde jovens são aliciados para práticas cada vez mais violentas. Como declarou o MP-SP: 
“Os jovens fornecem voluntariamente imagens comprometedoras como forma de fortalecer laços afetivos, mas acabam se tornando vítimas de chantagem sexual”.

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