sexta-feira, 20 de abril de 2012

DE OLHO!

Criança morre por negligência médica no Sagrada Familia

Ladilson Rêgo e sua esposa, acusam negligência pela morte de sua filha Luane Caroline

Ladilson Rêgo Campos e sua esposa, acusam negligência do médico pela morte de sua filha Luane Caroline
“Acabou com a nossa vida, com a nossa família. Estudava, era inteligente, esperta. Ela deixou para nós foi só alegria. Agora, o que eu vou fazer por ela é justiça, para que não aconteça também com outras famílias”. Esse é conforto para o desconsolo do pai Ladilson Rêgo Campos. Ele perdeu sua  única filha, Luane Caroline, de 5 anos de idade, na última terça-feira, dia 17. Ele acusa erro médico, do pediatra Rodrigo Chahini, reforçados por  outros fatores que acentuaram para prorrogar o atendimento da criança. “Ela saiu daqui só com o problema no ouvido e o médico matou ela. Nós queremos justiça, por ela. Você não imagina o que é perder um filho. Já que não vou ter ela, eu vou fazer tudo pela minha filha, justiça”, disse Ladilson Campos.
A princípio, na busca por tratamento, o pai procurou vários agendamentos, através de um plano de saúde, encontrou com prazos longos. A filha foi atendida no setor de urgência do Hospital Sagrada Família, e avaliada pela plantonista, a médica Andréia Joy, que disse da necessidade de internação. A médica teria informado que a criança estava com problemas nos dois ouvidos e que poderia agravar em uma meningite. “Eu tentei marcar consulta com o otorrino Edgar Bueno, mas não consegui pelo plano de saúde. Tive que pagar particular e fui atendido, o médico passou uma medicação para a criança. E ela ficou bem com o remédio receitado pelo otorrino. Mas, depois, ele não foi acompanhar minha filha no hospital”, narra o pai de Luane. 
Ladilson Campos disse que apareceu no Hospital Sagrada Família o médico Rodrigo Chahini. “Ela já estava melhor, mas ele pediu um novo exame de sangue, ocasião em que disse que havia dado uma alteração. Ia continuar dando remédio, depois pediu outro exame de sangue. Chegou para nós, e disse: “Eu tenho uma notícia boa e uma notícia ruim. A notícia boa é que o remédio fez efeito, o sangue não estava alterado e a ruim que ela vai sair só na segunda-feira, porque não tinha acabado a alteração no sangue. Ela passou 17 dias internada. Aí que ela continuou a medicação, e começou a sentir mal, dor na barriga. O remédio da dor de ouvido deu certo, depois que ele veio trocar o remédio que tudo começou a piorar, eu não sei o que deu nesse médico”.
Kalebe de Souza defende hospital
Falecimento de Luane:O pai de Luane explica que “no dia da agonia, o médico plantonista, doutor Macêdo foi chamado e não quis subir para vê-la. E ligamos para o doutor Rodrigo, não quis atender. Ligamos de outro número, ele atendeu e disse que não podia ir ao Hospital. Era para pedir ao plantonista. E quando viram que o caso era grave, a médica Andréia Joy subiu ao apartamento, e confirmou a gravidade, isso na hora do falecimento. “Temos que transferir urgente para uma UTI”, disse a médica, completando: “Rezem para ter uma vaga”. “Minha filha provocava sangue, entubaram ela, na hora que despachavam a papelada, ela faleceu, é o laudo  discriminava coagulação respiratória”, informou Ladilson.
Resposta do médico à família: Ladilson confirma que o médico Rodrigo Chahini não prestou a assistência devida a Luane. E após, o falecimento, ele teria ligado para família. “O meu pai que atendeu o telefone. E disse que a filha morreu, porque aplicaram óleo mineral na veia dela. Não é verdade isso, eu queria saber dele como ele pode provar e afirmar que ele não estava lá. Minha mulher estava  desde manhã cedo tentando falar com ele, e não quis atender a minha filha. Eu já registrei um BO na Polícia, vamos acionar o Ministério Público e entrar com uma ação em cima de quem, Sagrada Família, Edgar Bueno e doutor Rodrigo, quem a gente vê quem te culpa”.
Nossa reportagem procurou o médico para pronunciamento, mas não foi encontrado.
Defesa Hospital Sagrada Família: O gerente do Hospital Sagrada Família, Kalebe de Souza, informou à nossa reportagem sobre a inclusão, do médico Rodrigo Chahini, no quadro clínico do Hospital. “Porque o corpo clínico da instituição é aberto, e não podemos restringi-lo de internar os pacientes aqui. Ele pode internar pacientes do consultório aqui, quanto pode assumir alguns paciente pediátrico que o nosso plantonista tenha internado. Como médico ele tem a livre conduta de decidir o diagnóstico e tratamento do paciente dele. O Hospital não interfere de maneira nenhuma na conduta que ele possa apresentar. Os exames laboratoriais mostram que a criança estava com um quadro severo de infecção. Inclusive, na declaração de óbito aponta infecção generalizada. Uma infecção generalizada mata um adulto, imagina uma criança”, disse Kalebe de Souza. Quanto à acusação da família de negligência do médico, o gerente disse: “Não lhe posso dizer a palavra negligente. Mas, ele tem pelo menos em termos documentais registro do acompanhamento no prontuário. Inclusive, tinha um pedido no prontuário de uma vaga na UTI do Regional. Então, se essa criança não estivesse em estado grave, você acha que teria necessidade de ter solicitado vaga na UTI. O que estamos acostumados a enfrentar no dia-a-dia dos hospitais: Em muitas situações os pais ou as pessoas deixam para trazer os pacientes para cá, quando já se encontram em um quadro muito comprometido. É como se nós tivéssemos a obrigatoriedade de reverter aquele quadro e, quando o pior acontece nós somos responsabilizados”, declarou o gerente do Hospital Sagrada Família.
Por: Alciane Ayres

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