Criança morre por negligência médica no Sagrada Familia
Ladilson Rêgo e sua esposa, acusam negligência pela morte de sua filha Luane Caroline
“Acabou com a nossa vida, com a nossa
família. Estudava, era inteligente, esperta. Ela deixou para nós foi só
alegria. Agora, o que eu vou fazer por ela é justiça, para que não
aconteça também com outras famílias”. Esse é conforto para o desconsolo
do pai Ladilson Rêgo Campos. Ele perdeu sua única filha, Luane
Caroline, de 5 anos de idade, na última terça-feira, dia 17. Ele acusa
erro médico, do pediatra Rodrigo Chahini, reforçados por outros fatores
que acentuaram para prorrogar o atendimento da criança. “Ela saiu daqui
só com o problema no ouvido e o médico matou ela. Nós queremos justiça,
por ela. Você não imagina o que é perder um filho. Já que não vou ter
ela, eu vou fazer tudo pela minha filha, justiça”, disse Ladilson
Campos.
A princípio, na busca por tratamento, o
pai procurou vários agendamentos, através de um plano de saúde,
encontrou com prazos longos. A filha foi atendida no setor de urgência
do Hospital Sagrada Família, e avaliada pela plantonista, a médica
Andréia Joy, que disse da necessidade de internação. A médica teria
informado que a criança estava com problemas nos dois ouvidos e que
poderia agravar em uma meningite. “Eu tentei marcar consulta com o
otorrino Edgar Bueno, mas não consegui pelo plano de saúde. Tive que
pagar particular e fui atendido, o médico passou uma medicação para a
criança. E ela ficou bem com o remédio receitado pelo otorrino. Mas,
depois, ele não foi acompanhar minha filha no hospital”, narra o pai de
Luane.
Ladilson Campos disse que apareceu no
Hospital Sagrada Família o médico Rodrigo Chahini. “Ela já estava
melhor, mas ele pediu um novo exame de sangue, ocasião em que disse que
havia dado uma alteração. Ia continuar dando remédio, depois pediu outro
exame de sangue. Chegou para nós, e disse: “Eu tenho uma notícia boa e
uma notícia ruim. A notícia boa é que o remédio fez efeito, o sangue não
estava alterado e a ruim que ela vai sair só na segunda-feira, porque
não tinha acabado a alteração no sangue. Ela passou 17 dias internada.
Aí que ela continuou a medicação, e começou a sentir mal, dor na
barriga. O remédio da dor de ouvido deu certo, depois que ele veio
trocar o remédio que tudo começou a piorar, eu não sei o que deu nesse
médico”.
Kalebe de Souza defende hospital |
Falecimento de Luane:O
pai de Luane explica que “no dia da agonia, o médico plantonista, doutor
Macêdo foi chamado e não quis subir para vê-la. E ligamos para o doutor
Rodrigo, não quis atender. Ligamos de outro número, ele atendeu e disse
que não podia ir ao Hospital. Era para pedir ao plantonista. E quando
viram que o caso era grave, a médica Andréia Joy subiu ao apartamento, e
confirmou a gravidade, isso na hora do falecimento. “Temos que
transferir urgente para uma UTI”, disse a médica, completando: “Rezem
para ter uma vaga”. “Minha filha provocava sangue, entubaram ela, na
hora que despachavam a papelada, ela faleceu, é o laudo discriminava
coagulação respiratória”, informou Ladilson.
Resposta do médico à família: Ladilson
confirma que o médico Rodrigo Chahini não prestou a assistência devida a
Luane. E após, o falecimento, ele teria ligado para família. “O meu pai
que atendeu o telefone. E disse que a filha morreu, porque aplicaram
óleo mineral na veia dela. Não é verdade isso, eu queria saber dele como
ele pode provar e afirmar que ele não estava lá. Minha mulher estava
desde manhã cedo tentando falar com ele, e não quis atender a minha
filha. Eu já registrei um BO na Polícia, vamos acionar o Ministério
Público e entrar com uma ação em cima de quem, Sagrada Família, Edgar
Bueno e doutor Rodrigo, quem a gente vê quem te culpa”.
Nossa reportagem procurou o médico para pronunciamento, mas não foi encontrado.
Defesa Hospital Sagrada Família: O
gerente do Hospital Sagrada Família, Kalebe de Souza, informou à nossa
reportagem sobre a inclusão, do médico Rodrigo Chahini, no quadro
clínico do Hospital. “Porque o corpo clínico da instituição é aberto, e
não podemos restringi-lo de internar os pacientes aqui. Ele pode
internar pacientes do consultório aqui, quanto pode assumir alguns
paciente pediátrico que o nosso plantonista tenha internado. Como médico
ele tem a livre conduta de decidir o diagnóstico e tratamento do
paciente dele. O Hospital não interfere de maneira nenhuma na conduta
que ele possa apresentar. Os exames laboratoriais mostram que a criança
estava com um quadro severo de infecção. Inclusive, na declaração de
óbito aponta infecção generalizada. Uma infecção generalizada mata um
adulto, imagina uma criança”, disse Kalebe de Souza. Quanto à acusação
da família de negligência do médico, o gerente disse: “Não lhe posso
dizer a palavra negligente. Mas, ele tem pelo menos em termos
documentais registro do acompanhamento no prontuário. Inclusive, tinha
um pedido no prontuário de uma vaga na UTI do Regional. Então, se essa
criança não estivesse em estado grave, você acha que teria necessidade
de ter solicitado vaga na UTI. O que estamos acostumados a enfrentar no
dia-a-dia dos hospitais: Em muitas situações os pais ou as pessoas
deixam para trazer os pacientes para cá, quando já se encontram em um
quadro muito comprometido. É como se nós tivéssemos a obrigatoriedade de
reverter aquele quadro e, quando o pior acontece nós somos
responsabilizados”, declarou o gerente do Hospital Sagrada Família.
Por: Alciane Ayres
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