10 municípios do Pará em estado de emergência
"Somente Alenquer, Óbidos e Porto de Moz estão com seus decretos homologados pela Defesa Civil Nacional"
Segundo a Defesa Civil Estadual, dez municípios da região
oeste do Pará já decretaram situação de emergência, mas somente
Alenquer, Óbidos e Porto de Moz estão com seus decretos homologados pela
Defesa Civil Nacional. Na região, já são 115.136 pessoas afetadas pela
enchente e só em Santarém são 20.377. De acordo com o subtenente
Wanderley, do Corpo de Bombeiros, na manhã desta terça-feira o nível dos
rios Tapajós e Amazonas na frente de Santarém marcou 8,02, registrando
assim uma baixa de dois centímetros em relação ao ponto máximo que já
chegou este ano. Ele informou ainda que a Defesa Civil Estadual tem
madeira doada pelo Ibama e que será repassado para os municípios que já
tiveram seus decretos reconhecidos. O primeiro contemplado foi Alenquer,
onde a madeira já foi entregue à prefeitura. Outras ajudas, como cestas
básicas, não estão sendo entregues porque ainda não chegaram até a
Regional de Santarém. Ele informou ainda que Santarém foi um dos últimos
municípios a decretar situação de emergência e toda a documentação já
seguiu para Brasília, onde está sendo analisada, mas até o momento não
há posição sobre o reconhecimento da emergência. Ele acredita que, como o
ministro da Integração Nacional esteve em Santarém e pode ver de perto a
situação, isso será rápido.
Vítimas da enchente dos rios Tapajós e Amazonas reclamam a falta de
ajuda humanitária por parte da Defesa Civil. Várias residências estão
sendo tomadas pela água, deixando inúmeras famílias desabrigadas e
outras em situação de risco, tanto na região ribeirinha quanto em alguns
bairros na zona urbana de Santarém, como Mapiri, Caranazal, Uruará,
Pérola do Maicá e Urumanduba. No bairro do Caranazal, já nas
proximidades do lago do Mapiri, dezenas de famílias sofrem com a
enchente. Várias residências estão alagadas e os moradores reclamam do
abandono por parte do poder público, que não tem prestado o apoio
necessário a essas famílias. Segundo a senhora Deuzuita da Silva Sousa,
64, que reside na Alameda 03 de Junho, ela está usando seus poucos
recursos para comprar madeira para suspender o assoalho da casa, uma vez
que a água já cobriu o piso. A moradora afirma ter recebido ajuda de
vizinhos na construção de pontes, porque até o momento não recebeu ajuda
nenhuma do governo. Vizinhas à dona Deuzuita, dezenas de outras casas
também estão afetadas pelas águas.
No bairro do Mapiri, a situação não é
diferente. Várias famílias tiveram que abandonar as casas devido à
cheia e outras continuam no local, alegando que não têm para onde ir. As
famílias se reuniram para construir pontes de acesso às residências
enquanto aguardam a conclusão das casas do PAC. Os bairros Mapiri e
Uruará não foram incluídos no decreto porque lá está sendo construída a
orla fluvial contra alagamentos.
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