Imagem mostra o momento em que Edson Cota (detalhe) foi atingido
Cinco dias depois da morte do
investigador da Polícia Civil do Amazonas, Edson Cota Willot, que iria
completar 46 anos no último dia 23, natural de Santarém, Oeste do Pará,
um vídeo que circula na internet virou motivo de investigação de órgãos
de segurança da capital amazonense. O vídeo mostra um policial com uma
arma em punho, o qual teria desferido o tiro que atingiu o investigador
Cota.
Edson Cota teria sido morto por outro
policial, e não pelo assaltante Rodrigo Pacheco Lopes, de acordo com a
Polícia Civil do Amazonas. A bala que o matou saiu da pistola de outro
policial da Delegacia de Roubos e Furtos. A informação é de uma fonte da
Polícia Civil, que pediu para não ter o nome citado.
Segundo a fonte, nenhum tiro saiu da
arma apreendida com o suposto assassino. “A arma (uma pistola PT .40)
estava com todas as balas no carregador”, assegurou a fonte.
De acordo com a fonte, Edson Cota foi
atingido pelo próprio colega porque ambos se posicionaram de frente para
o outro no momento em que tentavam prender os dois bandidos que,
ocupando uma motocicleta, davam cobertura aos outros dois que estavam
dentro de um Fiat Punto.
“Suspeitei desde o princípio. Chegaram
atrasados na ação, por isso se posicionaram mal. O policial que estava
na frente (o Cota) acabou ficando na linha de tiro do seu companheiro.
Um erro fatal, é uma pena!”, disse o policial civil.
OUTRAS REVELAÇÕES: Segundo o
policial civil, o investigador Edson Cota só morreu porque deu o seu
colete à prova de balas para a repórter da TV A Crítica, Fabíola
Gadelha, que acompanhava toda a movimentação dos delinqüentes e dos
policiais com o objetivo de veicular as imagens, com exclusividade, no
programa Cidade Alerta, da Record, apresentado pelo jornalista Marcelo
Rezende. Acrescentou a fonte que Edson Cota passou boa parte da
perseguição à quadrilha dentro do carro da reportagem. “Foi uma sucessão
de erros”, ressaltou a fonte.
O CRIME: O investigador Edson
Cota Willot morreu por volta de 13h20 de segunda-feira, 21, após ser
atingido por um tiro durante uma perseguição a assaltantes, no final da
manhã de segunda-feira, em Manaus. Edson Cota era considerado pelos
colegas de trabalho como investigador de linha de frente da Polícia
Civil de Manaus.
A notícia da morte do investigador Edson
Cota Willot causou comoção entre seus colegas de profissão. Após passar
por exames periciais no Instituto Médico Legal (IML) do Amazonas, o
corpo de Edson foi transladado para Santarém, na tarde de terça-feira,
22, onde moram seus familiares e onde aconteceu o velório na Igreja
Nossa Senhora de Fátima.
Policiais civis de Santarém receberam a
notícia com grande dor, pois Edson era bem-querido entre os colegas e
sempre que vinha a Santarém visitar seus familiares, também visitava
seus colegas de profissão na 16ª Seccional da Polícia Civil.
O FATO: O investigador Cota,
lotado na Delegacia de Roubos e Furtos, situada no bairro da Alvorada,
Centro-Oeste de Manaus, morreu na sala de cirurgia do Hospital e Pronto
Socorro 28 de Agosto, em conseqüência de um tiro que levou no peito
durante tiroteio com bandidos no fim da manhã de segunda-feira. O Crime
aconteceu na Rua Riacho Doce, comunidade Parque Riachuelo, na zona Norte
de Manaus. “Ele era um policial linha de frente, cumpridor de seus
deveres”, disse o presidente do Sindicato dos Funcionários da Polícia
Civil do Amazonas (Sinpol-AM), Moacir Maia. “É um dia muito triste para
toda a Polícia Civil”, completou.
TIROTEIO: Segundo o titular da
DERFD, Orlando Amaral, o policial investigava uma quadrilha que
praticava crimes em portas de banco, conhecido como “Saidinha”. Na ação
policial, o grupo de criminosos deu início ao tiroteio. A Polícia Civil
informou que um dos assaltantes também ficou ferido e outros integrantes
da quadrilha foram presos. Segundo colegas de profissão, Edson Cota,
foi atingido no tórax. Ele ainda chegou a ser levado para o Hospital 28
de Agosto, mas não resistiu.
PRISÃO: Após a morte do
investigador Edson Cota quatro suspeitos do crime foram presos. Eles são
acusados de participar de uma quadrilha especializada em assalto a
bancos, na capital amazonense. Willot morreu dois dias antes do seu 46º
aniversário.
Em Santarém, cidade natal do policial,
familiares e amigos ficaram abalados com a notícia. A irmã de Edson,
Edinéia Willott, revela que a família sempre temeu pela vida do
investigador, por conta do perigo que a profissão envolve, no entanto,
ele nunca pensou em deixar de trabalhar na Polícia. “Era a profissão que
ele gostava, então, ele sempre disse que se ele morresse em serviço ele
seria feliz. Ele esperava isso”, declarou Edinéia.
O amigo e colega de profissão, Gennaro
Moreira, lamentou a morte do policial. “O Edson era como um irmão para
mim, a gente além de ser amigo de profissão, tinha um forte vínculo.
Infelizmente ocorreu essa tragédia, mas foi fazendo o que ele realmente
gostava. Para nós é uma perda irreparável, os amigos estão muito
chocados”, contou o investigador da Polícia Civil de Santarém.
Edson Cota Willot morava em Manaus há quase 15 anos, desde que entrou para a Polícia Civil do estado. Ele deixou duas filhas.
COMOÇÃO E REVOLTA MARCAM ENTERRO DO INVESTIGADOR EM SANTARÉM: Uma
multidão acompanhou na manhã de quarta-feira, 23, o enterro do
investigador do Polícia Civil do Amazonas, Edson Cota Willot, 46 anos,
que aconteceu no Cemitério São João Batista, em Santarém, Oeste do Pará.
Dezenas de amigos, parentes e colegas de trabalho dos estados do Pará e
do Amazonas acompanharam o sepultamento do policial.
Comoção, dor e revolta marcaram as
homenagens ao investigador Cota. Em discurso durante o enterro, um
policial civil do Amazonas destacou a importância do trabalho do
investigador Edson Cota para os dois estados. “Eu tive a oportunidade de
conhecer o Cota ainda na Academia, em Manaus. Desde essa época nos
tornamos grandes amigos. Hoje, a Polícia Civil do Estado do Amazonas
está de luto”, disse o emocionado o policial.
Além de colegas da 16ª Seccional da
Polícia Civil de Santarém, dezenas de investigadores de Manaus,
acompanharam o cerimonial do sepultamento do policial Cota.
Na tarde de terça-feira, 22, uma
carreata realizada por policias civis e militares, amigos e familiares
marcou a chegada do corpo do investigador Edson Cota à Santarém. Dezenas
de viaturas das policias Civil e Militar percorreram as rodovias
Fernando Guilhon e Cuiabá.
Durante o percurso, o cortejo do
policial chamou atenção da sociedade santarena com relação à segurança
dos profissionais que atuam todos os dias na prevenção a crimes
praticados contra cidadãos. Delegados da Polícia Civil de Santarém, como
Germano do Vale, Jardel Guimarães, Silvio Birro, Nelson Silva, além dos
investigadores Gennaro Moreira e Carlos Eduardo, participaram da
carreata.
Fonte: RG 15/O Impacto
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Participe do Blog do Xarope e deixe seus comentários, críticas e sugestões.