A
Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) deverá ser, no próximo
ano, a nova gestora do navio-hospital Abaré I, embarcação que atua no
atendimento à saúde de populações ribeirinhas dos municípios de
Santarém, Belterra e Aveiro, no Oeste do Pará. A proposta foi
apresentada pelo Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ao reitor José de
Seixas Lourenço, em reunião realizada no último dia 18, em Brasília, e
aceita pelas instituições de ensino superior que têm interesse em
participar do Programa de Saúde Fluvial do Ministério da Saúde.
Participaram da reunião o reitor e o vice-reitor da Universidade do
Estado do Pará (UEPA), Prof. Juarez Antônio Simões Quaresma e Prof.
Rubens Cardoso da Silva, o Superintendente de Saúde da Universidade de
São Paulo (USP), Marcos Boulos, e o diretor do Departamento de
Planejamento e Regulação da Provisão de Profissionais de Saúde do
Ministério da Saúde, Felipe Proenço de Oliveira.
No
mesmo dia, em reunião técnica coordenada pelo diretor do Departamento
de Atenção Básica do Ministério da Saúde, Alexandre Ramos Florêncio, o
reitor Seixas Lourenço discutiu a sustentabilidade financeira do
navio-hospital Abaré I com técnicos do Ministério da Saúde; o promotor
de justiça Túlio Novaes; os secretários municipais de saúde de Santarém,
Valdenira Cunha, e de Belterra, José Antônio Rocha; a diretora da
Secretaria Estadual de Saúde do Pará (Sespa) em Santarém, Eliane
Miranda; e reitores da UEPA e da Universidade Federal de São Paulo
(Unifesp).
A aquisição do navio, de propriedade da organização não-governamental (ONG) holandesa Terre des Hommes,
deverá ser negociada pelo Ministério da Saúde, que também será
responsável pelos custos de manutenção, ampliando o valor repassado
anualmente ao Fundo Municipal de Saúde de Santarém. Em parceria com as
demais instituições, o acordo deverá garantir a atuação do navio não
apenas nos serviços de saúde que já vinham sendo prestados, mas também
na função de hospital-escola. “A Universidade entra como uma solução,
como um mediador importante para dar mais estabilidade ao uso desse
barco, que não só continuaria com o seu atendimento às populações
ribeirinhas, razão pela qual foi construído, mas também funcionaria como
um hospital de ensino. E essa é a razão pela qual o Ministério da Saúde
vislumbra a UFOPA como viabilizadora do processo”, afirma o reitor
Seixas Lourenço.
Fator
determinante para a escolha da UFOPA foi a proposta preliminar de
criação do Instituto de Saúde Coletiva (ISCO), que formará profissionais
da área de saúde com foco diferenciado na atenção primária à saúde da
família e das comunidades de periferia das cidades, com equipes
multidisciplinares. “Em vez de formar, como a maioria dos cursos,
especialistas que acabam não querendo ir para o interior, a proposta
traz uma outra visão: formar um profissional talhado para trabalhar na
região”, diz o reitor. A proposta inclui a oferta do Bacharelado
Interdisciplinar em Saúde Coletiva, seguindo o modelo acadêmico da
UFOPA. No documento, entregue pelo reitor ao Ministro, a Universidade
também se dispunha a atuar como facilitadora para a atuação do navio
Abaré I.
A
UFOPA agora deverá apresentar, até o final deste mês, ao Ministério uma
proposta de operação da embarcação, bem como elaborar um termo de
adesão das instituições de ensino superior que o utilizam ou venham a
utilizá-la como hospital-escola. Além das instituições que já fazem uso
do navio, UEPA, USP e Unifesp, a ideia é abrir a parceria a outras
instituições de ensino que queiram atuar na área, bem como a
organizações não-governamentais.
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