Vazante acentuada dos rios impacta na movimentação de cargas ( grãos e combustíveis )
maiores secas de sua história recente, com impacto direto no transporte fluvial e no abastecimento de cidades inteiras, especialmente em municípios no interior do Pará. A situação, que afeta tanto a população quanto as atividades econômicas, é agravada pela redução drástica do nível dos rios da região.
O nível do rio Tapajós, em Santarém, caiu para apenas 1,86 metros em setembro de 2024, em comparação com 5,44 metros em 2021. Nos últimos dias, o nível do Tapajós oscilou rapidamente: 2,24 metros no dia 8 de setembro, caindo para 1,86 metros no dia 12. Essa queda rápida no nível dos rios torna inviável a navegação das balsas com cargas completas, limitando-se a apenas 30% da capacidade habitual. Os dados comparativos dos últimos quatro anos revelam uma tendência alarmante de queda nos níveis dos principais rios amazônicos. O Rio Amazonas, por exemplo, que em 2021 estava em 11,14 metros, hoje está em 4,74 metros — uma redução de mais de 6 metros. Este comportamento se repete em outros rios da região, como o Rio Capim, o Rio Madeira e o Rio Tapajós.
Níveis dos Rios (Comparativo Anual)
A navegação, principal meio de transporte na região, está seriamente comprometida. O baixo calado dos rios impede a passagem de embarques de grande porte, essenciais para o transporte de mercadorias, combustíveis e alimentos para as cidades interioranas. O Rio Madeira já está praticamente inavegável. Ontem, em Porto Velho(RO), saiu balsa por balsa com 2,8 metros de calado. "Não dá para arriscar, está baixando muito rápido",alerta um experinete comandante de embarcações da região. Com essa situação, muitas balsas operam com apenas 30% de sua capacidade de carga, o que encarece o transporte e limita o abastecimento. Vários municípios dependem do transporte fluvial para receber alimentos, medicamentos e outros insumos. Com o recuo dos rios, o fornecimento de produtos básicos está comprometido, elevando os preços e gerando escassez. As comunidades mais remotas, que não têm acesso rodoviário, enfrentam dificuldades ainda maiores, com risco iminente de desabastecimento total. A seca histórica na Amazônia está diretamente relacionada ao desequilíbrio climático global. O El Niño, aliado ao desmatamento e às mudanças climáticas, alterou o regime de chuvas na região, intensificando os períodos de estiagem.
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