terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

Programa na Amazônia forma 14 projetos de empreendedorismo sustentável, com foco em gastronomia e turismo

Parceria da Norte Energia com o Centro de Empreendedorismo da Amazônia teve início em 2022 com 129 ideias mapeadas e 550 participantes do Sudoeste do Pará

Foto : Divulgação / Norte Energia 

A ideia inicial era oferecer um serviço de coleta de óleo de cozinha usado na comunidade dos Novos Bairros, em Altamira (PA). 
O óleo coletado seria utilizado na produção de sabão em barra e sabão líquido. 
Os preços seriam acessíveis, ao mesmo tempo em que contribuiriam para o descarte correto do óleo, transformando algo que polui em produto de limpeza biodegradável. 
A ideia vingou e se transformou no Bolhas do Xingu, um dos 14 projetos de empreendedorismo sustentável desenvolvidos e estruturados ao longo dos últimos dois anos e meio para gerar renda e qualidade de vida aos moradores do município de Altamira e cidades vizinhas, como Brasil Novo, Anapu e Senador José Porfírio.
São projetos de diferentes áreas, como moda sustentável, turismo de base comunitária, sociobioeconomia, agricultura familiar indígena, expressões culturais, manejo sustentável, artesanato e gastronomia. Foram desenvolvidos por meio do Belo Monte Empreende, um programa da Norte Energia, concessionária da usina, com o Centro de Empreendedorismo da Amazônia (CEA), instituição amazônica com forte conexão e conhecimento da realidade social, econômica, ambiental, cultural e institucional da região. 
De acordo com relatório publicado na Allied Market Research, o mercado global de empreendedorismo sustentável e de tecnologia verde deve movimentar mais de R$ US$ 48 bilhões até 2027.
O programa teve início em agosto de 2022 com o objetivo de oferecer uma Jornada Empreendedora para os moradores da região do Médio Xingu, onde os participantes aprenderam a desenvolver sua própria ideia de negócio, além de receber orientações para a validação desta ideia, com foco em negócios sustentáveis. 
Assim, o Belo Monte Empreende reuniu 129 ideias de projetos, que após processo de seleção, 75 seguiram para a fase de pré-aceleração, fechando o número final em 38 projetos.
Finalmente, em julho de 2023, 18 foram classificados para a fase de aceleração, na qual receberam mentoria e orientação de especialistas em empreendedorismo sustentável sobre diversos temas, incluindo aspectos jurídicos, contábeis, financeiros, vendas, marketing, produção, aspectos socioambientais, sustentabilidade, e outros relevantes para o primeiro estágio de vida do negócio. 
Ao longo de 2024, 14 projetos completaram todo o ciclo de aprendizado e capacitação, além de receberem um capital semente de R$ 10 mil para a compra de equipamentos. 
Agora, já estruturados como negócio, ganham vida própria e mercado, passando a fazer parte socioeconômica da região em que vivem, gerando renda e trabalho para suas comunidades.
“De tudo o que a gente passou por volta desses dois anos e meio de curso, gostei muito da área de vendas. 
A gente aprendeu a falar de um jeito mais adequado com os clientes, nas vendas, nas publicações de Marketing. 
A gente aprendeu sobre precificação, design. 
Então, melhorou bastante, porque coisas que a gente não tinha nem ideia. 
Aprendemos a apresentar o nosso produto da maneira correta, e isso facilitou muito o nosso trabalho para levar um produto melhor aos nossos clientes”, afirma Crismara Souza dos Santos, da Tok’i Regional, da área de gastronomia com produtos naturais da região.
Para a empreendedora Elisangela Teixeira, a ideia da Dorca Ateliê talvez nem tivesse saído do papel sem o apoio do programa. 
“O Belo Monte Empreende está oportunizando o sonho a virar realidade. 
Sem o apoio das oficinas, das instruções e, principalmente agora, dos equipamentos com a ajuda do Capital Semente, talvez fosse demorar muito tempo para a gente conseguir colocar a ideia em prática”, afirmou, cujo projeto oferta roupas e acessórios confeccionados com a utilização de sementes, cipó, sacolas plásticas, almofadas, tapetes e porta-retratos produzidos com sobras de tecidos e aviamentos, reduzindo os resíduos a serem descartados, bem como os impactos ambientais .

Foto: Divulgação / Norte Energia
A superintendente de Sustentabilidade da Norte Energia, Silvia Cabral, destaca a importância dos projetos para a região. 
“O perfil do empreendedor mudou e o empreendedorismo sustentável é um dos caminhos mais promissores para abrir um negócio. 
Com o agravamento das mudanças climáticas, os negócios sustentáveis vêm ganhando cada vez mais força e a preferência dos consumidores e investidores. 
Estamos muito felizes com os resultados do Belo Monte Empreende. Nosso papel é despertar a criatividade e o perfil empreendedor das pessoas e apoiar ideias sustentáveis que tenham aderência aos objetivos do programa”, explica.
De acordo com Thomás Sottili, gerente de Projetos de Sustentabilidade da Norte Energia, a região do Médio Xingu tem grande potencial para desenvolver novos projetos sustentáveis. “Vivenciamos nesses últimos dois anos e meio uma longa jornada, na qual os candidatos chegaram sem ideia alguma e foram desafiados a identificar um problema da região em que vivem e a buscar uma solução sustentável. 
E conseguiram. 
Em ano de COP 30, no Pará, a entrega desses 14 projetos para o mercado comprova o alto potencial de desenvolvimento sustentável da região, alinhado ao respeito ao meio ambiente e a ideias inovadoras capazes de gerar renda e qualidade de vida”, afirmou Thomás.
As vantagens por trás da sustentabilidade é que, além dos benefícios que as empresas podem proporcionar, ajudando na geração de empreendimentos sustentáveis e contribuindo para o planeta e para a sociedade, elas também alcançam vantagens empresariais. 
Isso porque conseguem aumentar a eficiência da sua produção e reduzir desperdícios de insumos, além de diminuir custos, evitar multas e receber incentivos fiscais.
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