"Professor do Município é acusado de crime de pedofilia, o caso está sendo investigado pela Polícia Civil".
Na 16ª Seccional de Polícia Civil de
Santarém está sendo investigado um caso de crime ligado a Pedofilia.
Esse poderia ser só mais um entre muitos outros casos que acontecem em
nosso Município, e que na grande maioria das vezes permanece sob o véu
da indiferença.
A cada dia que passa, as denúncias de
crimes sexuais envolvendo crianças e adolescentes tornam-se alarmantes.
Os abusos acontecem principalmente no ambiente doméstico, praticado por
pessoas próximas a criança/adolescente.
Neste caso específico, o local para o
abuso foi o ambiente escolar. Segundo informações de pais que realizaram
a denúncia, há pelo menos quatro vítimas do professor, que atuava na
Escola Municipal de Ensino Fundamental Ester Ferreira, localizada no
bairro de Ipanema, na grande área da Nova Republica.
Nossa equipe de reportagem teve acesso
apenas ao primeiro nome do professor, identificado como Ronaldo. De
acordo com o relato de uma das mães, o seu filho, de apenas 9 anos,
chegou em sua casa falando que o professor Ronaldo havia acariciado as
suas partes íntimas, e depois pediu para que a criança também fizesse a
mesma coisa nele.
“Meu filho chegou em casa falando que o
professor pegava nas partes íntimas dele, e depois pedia para ele pegar
nas partes íntimas dele (professor). Um dia ele chegou em casa chorando,
porque o professor tinha dado um tapa na cara dele”, relata Valdicleia
Menezes de Almeida, mãe de um dos alunos vítima do professor.
Segundo Valdicleia, ela tomou
providências comunicando o fato à direção da escola, que posteriormente
comunicou o caso para a Secretaria Municipal de Educação (Semed). De
acordo com a direção da escola, na Semed as crianças foram acompanhadas
por psicólogos e assistentes sociais, onde se pôde verificar a
veracidade dos fatos narrados pelas crianças. Em seguida, o caso foi
registrado na Seccional de Polícia Civil. A diretora informou à nossa
equipe de reportagem que o professor Ronaldo foi exonerado.
Ainda de acordo com o relato da mãe, os
atos de abusos sexuais aconteciam dentro da sala de aula. O professor
solicitava que a vítima permanecesse na sala de aula depois que o
restante dos alunos saísse. E sozinho com a criança praticava os atos
abusivos.
“Além do meu filho, outras crianças
também foram vítimas, não só de abuso, mas de agressões físicas, porque
ele batia nos alunos dentro da sala de aula. Eu fiz a denúncia, e eu
entendi que ele tinha sido afastado por punição. Ontem eu tive a
informação de que ele vai dar aula no interior do Município”, reclama a
mãe de aluno vítima do professor Ronaldo.
O inquérito policial aberto para apurar o
caso está bem avançado. Depois de ouvir várias testemunhas, o Delegado
responsável pelo caso deve solicitar a prisão preventiva do professor
acusado de crime de pedofilia.
CRIMES DE PEDOFILIA: A
legislação brasileira prevê diversos crimes ligados à pedofilia, que vão
desde abuso sexual até a pornografia infantil. Neste caso específico,
se não houver nenhuma outra denúncia, os crimes imputado ao Professor
Ronaldo provavelmente serão de atentado ao pudor e crime de aliciamento
de criança.
A pedofilia descrita pelos estudiosos como o desvio sexual caracterizado
pela atração por crianças, com os quais os portadores dão vazão ao
erotismo pela prática de obscenidades ou de atos libidinosos, não
especificamente é um crime. O crime acontece quando a pessoa pedófila
realiza ações externas para satisfazer o seu desejo sexual.
O abuso às crianças pode ocorrer na
família, através do pai, do padrasto, do irmão ou outro parente
qualquer. Outras vezes ocorre fora de casa, como por exemplo, na casa de
um amigo da família, na casa da pessoa que toma conta da criança, na
casa do vizinho, de um professor ou mesmo por um desconhecido.
Quando os abusos sexuais ocorrem na
família, a criança pode ter muito medo da ira do parente abusador, medo
das possibilidades de vingança ou da vergonha dos outros membros da
família ou ainda temer que a família se desintegre ao descobrir seu
segredo. A criança que é vítima de abuso prolongado, usualmente
desenvolve uma perda violenta da auto-estima, tem a sensação de que não
vale nada e adquire uma representação anormal da sexualidade.
A vítima pode tornar-se muito retraída,
perder a confiança em todos os adultos e pode até chegar a considerar o
suicídio, principalmente quando existe a possibilidade da pessoa que
abusa ameaçar de violência se a criança a denunciar ou negar-se aos seus
desejos.
É muito comum as crianças abusadas se
demonstrarem aterrorizadas, confusas e muito temerosas de contar sobre o
incidente. Com frequência elas permanecem silenciosas por não desejarem
prejudicar o abusador ou provocar uma desagregação familiar ou por
receio de serem consideradas culpadas ou castigadas.
Crianças maiores podem sentir-se
envergonhadas com o incidente, principalmente se o abusador é alguém da
família. Mudanças bruscas no comportamento, apetite ou no sono pode ser
um indício de que alguma coisa está acontecendo, principalmente se a
criança se mostrar curiosamente isolada, muito perturbada quando deixada
só ou quando o abusador estiver perto.
Por: Edmundo Baía Junior
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