terça-feira, 12 de março de 2024

Quem são os policiais indiciados por peculato, em esquema criminoso contra empresários

Edmar e Larissa, indiciados por peculato. Foto/Arte: JC

A delegada Larissa Leite foi indiciada por peculato pela Corregedoria da Polícia Civil do Pará. O crime ocorreu, de forma continuada, nos anos de 2022 e 2023, e teve a participação também do escrivão Edmar Assis Duarte, conforme inquérito concluído em janeiro deste ano contra os 2 policiais.
O caso foi revelado nesta segunda-feira (11) pelo JC. Tramita na Vara Única de Jacareacanga, o local da suposta prática criminosa. As vítimas seriam empresários da cidade do sudoeste paraense.
Larissa de Oliveira Leite é alagoana de Maceió, solteira e completa no próximo mês de abril 27 anos de idade.
Entrou na Polícia Civil do Pará, após ser aprovada em concurso público, em julho de 2022. Jacareacanga foi a primeira cidade que trabalhou como delegada.
Fico lotada no município por 1 ano. Foi nesse período, de acordo com investigações do delegado Edjalmo Nogueira, da Corregedoria Regional do Baixo, Médio Amazonas e Tapajós, que Larissa Leite comandou um esquema de corrupção (peculato) contra empresários de Jacareacanga.
Eles eram coagidos a pagar valores exorbitantes em dinheiro, repassados diretamente à delegada e ao escrivão, pelos alvarás. E não através de boletos oficiais arrecadores do estado, o DAE (Documento de Arreacadação Estadual do Pará).
os dois policiais, delegada e escrivão, negaram em depoimento ao delegado Edjalmo Nogueira, as acusações.
“Diante de tudo que nos autos [do processo] constam, entendemos que houve o crime continuado de peculato, tipificado nos Art. 312, caput, c/c Art. 71, caput, e Art. 327, § 1º todos do CPB, cuja vítima foi O ESTADO e que seus autores foram Larissa de Oliveira Leite e Edmar Assis Duarte, de modo que seja devidamente responsabilizado pelo fato por ele praticado, salvo melhor juízo de Vossa Excelência”, concluiu Edjalmo Nogueira no inquérito enviado à Vara de Jacareacanga.
O processo foi enviado pela Justiça ao Ministério Público do Pará, que poderá ou não oferecer denúncia em ação penal contra os dois policiais.
O escrivão
Natural de Itaituba, Edmar Assis Duarte, 37 anos, é, na verdade, escrivão ad hoc, isto é nomeado por autoridade policial para exercer a função. Ele foi cedido pela Prefeitura de Jacareacanga, pois é servidor público municipal, para a PCPA no município.
Não trabalha mais na polícia desde julho de 2023, tendo retornado à prefeitura. É sócio também de uma construtora, a EAD Soluções & Empreendimentos, criada em 2017, com sede em Jacareacanga.