Paulino seria candidato nas eleições deste ano. Ainda não se sabe se o crime tem ou não natureza política.
Além de pré-candidato para as eleições deste ano, Paulino coordenou uma das ocupações de terra mais conflituosas de Ourilândia do Norte e relatava ameaças de morte (Foto:Agência Pública)
O ex-vereador Raimundo Paulino da Silva Filho foi assassinado em Ourilândia do Norte (sudeste paraense). Ele era conhecido como “Paulino do PT”, mas foi expulso do partido.
O crime ocorreu no último sábado (22).
O crime ocorreu no último sábado (22).
Ainda não há quaisquer informações sobre quem o matou e por qual razão. A Polícia Civil segue investigando.
Algumas pessoas que estavam próximas de onde ocorreu o crime tentaram socorrer. Chamaram ambulância, mas não deu tempo. Paulino foi baleado na cabeça e acabou morrendo na hora. Possivelmente, algumas serão convocadas, pela Polícia Civil, como testemunhas. Não há registros de outras pessoas feridas durante o ataque.
Pelas características, foi uma execução. Paulino era um homem conhecido, sobretudo pela atuação política e como liderança comunitária. Não há como relacionar, por enquanto, mas este é um ano de eleição e ele estava cotado como candidato, só ainda não bem definido se como parlamentar ou como prefeito. Em 2014, se candidatou a deputado estadual, mas não se elegeu.
A expulsão do PT, no mandato de vereador 2013-2016, se deu por desobediência às diretrizes do partido e apoio dele ao então prefeito de Ourilândia do Norte, Maguila. na Câmara Municipal, era líder do governo e costumava votar de forma contrárias aos interesses do PT. Paulino deixa esposa e filhos.
Ex-vereador denunciou ameaças do proprietário de fazenda ocupada
Paulino também era um líder de trabalhadores rurais e coordenou ocupações de terras. Uma das mais significativas foi a fazenda 1.200, onde vivem 150 famílias da Associação 8 de Março, ligada à Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Pará (Fetagri-PA).
Essas famílias já passaram por vários ataques e tentativas de expulsão violenta das terras, sendo os mais recentes no ano passado. Paulino e a Comissão Pastoral da Terra (CPT) acusavam o fazendeiro Eutimio Lippaus de coordenar os ataques. As informações da Agência Pública.
A ocupação é na área que corresponde a 25% da propriedade, que segundo o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e o Ministério Público Federal (MPF), é terra da União. Logo, destinável à reforma agrária e assentamento de famílias de trabalhadores rurais.
A briga na justiça vem desde 2006 e Paulino acompanhava esse processo. O ex-vereador afirmava ser ameaçado de morte pelo proprietário da fazenda e o Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) chegou a oferecer denúncia. Nunca houve condenação e alguns casos foram arquivados. Lippaus sempre negou as acusações.
Neste momento, a Polícia Civil não descarta nenhuma linha de investigação.Quaisquer informações que possam ajudar na elucidação do caso podem e devem ser repassadas ao Disque-Denúncia (181). Não é preciso se identificar. A ligação é gratuita e pode ser feita de qualquer aparelho. Mas se a informação for mais urgente, o recomendável é acionar o Centro Integrado de Operações (190).
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