quinta-feira, 28 de abril de 2022

O companheiro da vítima, ferido na ocasião, após ser atendido na mesma UPA, evadiu-se por ser foragido da justiça.
Sete anos depois de matar com uma facada a vizinha Cleidiane Melo Pinheiro, então com 18 anos, a jovem Thalia de Almeida Pedrosa, também com 18 anos na época do homicídio, foi absolvida ontem pelo 3º Tribunal do Juri de Belém, por legítima defesa. A sentença foi proferida pela juíza Ângela Alice Alves Tuma.
O crime ocorreu por volta do meio-dia de 8 de maio de 2017, na Passagem Frederico Hosana, no bairro da Agulha, Distrito de Icoaraci, em Belém, durante uma briga entre familiares da vítima e da acusada. Os jurados, na maioria, foram convencidos de que a autora do homicídio agiu para salvar a mãe, diante de agressões praticadas pelo companheiro da vítima e por ela própria.
Até o promotor de Justiça Edson Augusto Cardoso Souza defendeu, diante dos depoimentos prestados pelas testemunhas durante a sessão do júri, a tese de legítima defesa de terceiro e legitima defesa própria.
Segundo foi apurado no processo, as duas famílias mantinham animosidade, porque a mãe da ré, viúva de um policial militar, estava namorando na época outro PM e o vizinho, que era ligado á criminalidade, com passagens na polícia por roubo e homicídio, tinha medo de ser denunciado pela vizinha, a quem considerava inimiga.
A confusão começou, ainda de acordo com o processo, porque um marceneiro que estava trabalhando na reforma da casa da mãe da acusada, deixou cair um pedaço de madeira no terreno da vizinha. Nessa ocasião, o homem teria partido para agredir a mãe da vítima, aplicando-lhe um “mata leão”, golpe de asfixia no pescoço.
A mãe da ré e uma tia disseram em depoimento que a acusada viu a agressão e foi defender a mãe, conseguindo pegar a faca que o agressor portava e desferir um golpe nele. Foi nessa hora que a vítima partiu para cima da acusada com um taco de bilhar e levou a facada, morrendo quando era atendida em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA).
Após o crime, a família de Thalia Pedrosa, hoje com 25 anos, precisou sair imediatamente do local, para não sofrer represálias por parte dos familiares da vítima. O companheiro da vítima, ferido na ocasião, após ser atendido na mesma UPA, evadiu-se por ser foragido da justiça.


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