A mesa reuniu representantes de diversas entidades públicas e do terceiro setor, consolidando um debate amplo sobre os caminhos da restauração na Amazônia
O Presidente do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Pará (Ideflor-Bio), Nilson Pinto, participou neste sábado (15) do painel “Restauração de Áreas Degradadas e Lançamento da Trilha de Aprendizagem em Recomposição de Áreas Degradadas ou Alteradas para o Bioma Amazônia”, realizado na AgriZone, espaço promovido pela Embrapa durante a COP30.
A mesa reuniu representantes da Conservação Internacional, do Ministério Público do Estado do Pará, por meio da Promotoria Agrária de Marabá, além das secretarias estaduais de Meio Ambiente, Clima e Sustentabilidade (Semas) e Agricultura Familiar (Seaf), e da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa), consolidando um debate amplo sobre os caminhos da restauração na Amazônia.
Durante o painel, Nilson Pinto apresentou a experiência acumulada pelo Ideflor-Bio ao longo de quase duas décadas de atuação na recomposição florestal em diferentes regiões do estado.
Ele destacou, especialmente, o impacto dos sistemas agroflorestais (SAFs) desenvolvidos pelo Instituto, que já levaram orientação técnica, viveiros e conhecimento para mais de 100 municípios paraenses, dialogando diretamente com agricultores familiares, comunidades tradicionais e populações rurais que hoje conciliam produção de alimentos e restauração ambiental.
“É uma solução que beneficia a floresta, gera renda e fortalece a dignidade das populações locais”, afirmou o presidente.
O encontro também marcou o lançamento da trilha de aprendizagem em educação à distância da Embrapa, voltada ao florestamento e à restauração, ferramenta que promete ampliar o acesso de agricultores e técnicos às tecnologias e metodologias de recuperação ambiental. Para Nilson Pinto, essa iniciativa complementa o trabalho já em curso no Pará e abre novas possibilidades de integração entre pesquisa científica, políticas públicas e práticas de campo.
“É um passo essencial para fortalecer quem está na ponta do processo: os agricultores que recuperam áreas e produzem de forma sustentável”, destacou.
Avanços - Em sua fala, o presidente ressaltou ainda avanços recentes em projetos desenvolvidos pelo Instituto, como as ações de restauração na Área de Proteção Ambiental (APA) Triunfo do Xingu, na região sudeste paraense.
Segundo ele, experiências como essas mostram que a recomposição é viável quando envolve responsabilidade compartilhada, orientação técnica e acesso a mecanismos de financiamento.
Nilson Pinto também chamou atenção para um novo desafio estratégico: transformar o grande passivo ambiental existente no Pará, especialmente em relação às áreas de reserva legal não restauradas, em oportunidades estruturadas de recuperação.
A proposta discutida no painel envolve a criação de condomínios de reflorestamento, que possibilitem unir proprietários rurais, crédito de carbono e políticas de incentivo para viabilizar a restauração em larga escala.
“É uma solução que combina justiça ambiental, segurança jurídica e desenvolvimento sustentável”, explicou.
Ao final da mesa, o presidente reafirmou o papel do Ideflor-Bio em ampliar parcerias com instituições científicas, governos e organizações do setor produtivo para fortalecer a restauração como eixo central da economia verde no estado.
“Estamos construindo, com o apoio da Embrapa e de diversos parceiros, a equação que garante floresta em pé, renda para quem vive dela e um futuro sustentável para a Amazônia”, concluiu Nilson Pinto.
Fonte : Agência Pará
Por Redação Blog do Xarope
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