Caso de jovem que diz ter sido infectada pelo vírus do HPV na academia viralizou esta semana, levantando o debate sobre o tema
Nos últimos dias, um vídeo da estudante de medicina Victoria Pinese Sartorelli, de 24 anos, viralizou no TikTok.
A jovem afirma ter desenvolvido uma verruga na mão em decorrência do papilomavírus humano (HPV) depois de ter tocado em objetos infectados na academia que frequenta.
Com mais de 1 milhão de visualizações, o conteúdo levantou um debate: é possível contrair o vírus do HPV na academia?
O que é HPV?
Estima-se que 80% dos cânceres de colo de útero acontecem em decorrência da infecção pelo vírus, que também está associado a casos de câncer de vagina, pênis, ânus e orofaringe.
“A forma mais frequente de transmissão do HPV é por meio da relação sexual, que é um momento de maior intimidade.
Mas a transmissão de forma indireta também existe”, explicou a infectologista Joana D’Arc Gonçalves em entrevista anterior com o Metrópoles.
É possível pegar na academia?
Embora o contato pele a pele seja a principal e mais importante forma de transmissão do vírus, existe a possibilidade da infecção de forma indireta, por meio de objetos.
Segundo Joana D’Arc, o vírus do HPV é mais estável em ambiente úmido e em uma temperatura entre 4° C e 37° C.
O tempo que ele permanece ativo em superfície ainda é controverso: alguns estudos falam de dias a meses, a depender das condições.
De acordo com a infectologista Raquel Stucchi, consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), a pele por si só não é um bom meio para o vírus se fixar. “Se é possível pegar HPV na academia?
É bem infrequente, mas pode acontecer.
A forma de transmissão normalmente é um contato mais próximo, a mucosa onde está a lesão com o HPV entrando em contato com uma outra mucosa”, explicou a médica em entrevista anterior ao Metrópoles.
Como evitar a infecção?
Os equipamentos devem ser higienizados antes e depois do uso, para evitar a transmissão de vírus, fungos e bactérias.
Além disso, é importante apostar em mais barreiras para evitar a transmissão e infecção do vírus.
“Tanto a calcinha como os absorventes diários, mais fininhos, diminuem o risco de contato do vírus que pode estar no aparelho para a região genital”, aconselhou Raquel .
Vacinar-se contra o HPV é a medida mais eficaz de se prevenir contra a infecção.
Ela é distribuída de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para meninas e meninos com idades de 9 a 14 anos, com esquema de dose única, e também pode ser obtida em laboratórios privados pelo público em geral.
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