sexta-feira, 21 de novembro de 2025

IDEFLOR - BIO DESTACA FORÇA DA PARTICIPAÇÃO SOCIAL NA GESTÃO DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

Em painel na COP30, o Instituto levou ao público reflexões, experiências práticas e resultados concretos sobre processos participativos em áreas protegidas do Pará
As analistas ambientais mostraram como os povos tradicionais se tornam protagonistas nas decisões
Com o tema “Vozes que Cuidam: A força da participação social na gestão das Unidades de Conservação”, o painel apresentado pela equipe técnica do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), no Pavilhão Pará, na Green Zone da COP30, na quinta-feira (20), reuniu especialistas, gestores e representantes de diferentes territórios para discutir como o envolvimento comunitário fortalece a governança ambiental. 
Shirlene de Souza e Kelly Nunes enfatizaram a diretriz do
Ideflor - Bio de ouvir quem mora nas unidades de conservação
A condução ficou a cargo das analistas ambientais do Instituto, Shislene de Souza e Kelly Nunes, que trouxeram ao público reflexões, experiências práticas e resultados concretos sobre processos participativos em áreas protegidas do Pará.
A atividade partiu de uma premissa essencial: as unidades de conservação só alcançam alta efetividade quando suas estratégias são construídas ouvindo quem vive e convive com a floresta. 
Nesse sentido, o painel retomou o conceito central de que o cuidado ambiental é um ato coletivo, alimentado por saberes tradicionais, percepções locais, pautas territoriais e articulação entre Estado e sociedade.
O objetivo, segundo as palestrantes, foi valorizar a participação social, debater o papel das comunidades no uso sustentável dos recursos naturais, apresentar experiências de cogestão e fomentar o diálogo entre diferentes atores para fortalecer a governança ambiental.
Participação da comunidade - Durante sua intervenção, Kelly Nunes destacou como a metodologia participativa adotada pelo Ideflor-Bio vem transformando a construção dos planos de gestão das UCs. 
“A comunidade participa do início ao fim do processo. 
Antigamente, moradores, organizações sociais e até órgãos públicos eram ouvidos de forma muito limitada. 
Hoje, eles se tornam protagonistas da elaboração, deixando de ser espectadores para influenciar diretamente nas decisões”, afirmou.
Ela explicou que a metodologia inspirada nas equipes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) permitiu abrir o processo, integrando visões técnicas e sociais, e trazendo legitimidade às ações planejadas.
Kelly Nunes também ressaltou mudanças internas no próprio Instituto. 
Segundo ela, houve um avanço significativo na atuação técnica, que deixou de ser meramente fiscalizadora para tornar-se parte ativa da construção dos planos. 
“Antes, uma empresa terceirizada fazia todo o documento, e o técnico aparecia pouco. 
Hoje, estamos inseridos na comunidade, entendendo os desafios reais da unidade de conservação, dialogando sobre as problemáticas e identificando, junto aos moradores, caminhos para solucioná-las. Com as oficinas preparatórias e principais, conseguimos mapear parceiros, responsabilidades e oportunidades de ação integrada”, completou a analista.
Experiências e evidências - Shislene de Souza reforçou a importância dos resultados obtidos a partir da participação comunitária nos diagnósticos. 
Ela explicou que o Ideflor-Bio tem buscado trazer para o centro do debate relatos de experiência e evidências colhidas diretamente no território. 
“A intenção foi mostrar como os planos de manejo já começam a refletir o que aprendemos com as comunidades. 
As informações que vêm desses diálogos, das coletas de dados e das reuniões prévias têm nos ajudado a tornar o planejamento mais assertivo”, destacou. 
Para a analista ambiental, as comunidades têm se mostrado “porta-vozes fundamentais” para orientar prioridades e indicar ações que fazem sentido para o cotidiano local.
As palestrantes reforçaram, também, que reconhecer o papel das comunidades — indígenas, ribeirinhas, agricultoras, estudantis ou comunitárias — é essencial para enfrentar pressões econômicas, escassez de recursos e fragilidades estruturais que ainda marcam as UCs brasileiras.
A gestão participativa, afirmaram, está diretamente alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), especialmente os ligados ao clima, à vida terrestre e à construção de instituições mais eficazes e inclusivas.
Fonte : Agência Pará
Blog do Xarope via Agência Pará


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