Estamos perto das eleições 2018 e diferentes instituições públicas brasileiras já se preocupam com as chamadas fake news. Ou seja, as notícias falsas que mexem com a opinião pública, o termo ganhou notoriedade em grandes fatos mundiais: eleições na França, eleições nos Estados Unidos, informações sobre as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e por aí vai.
Agora é o Brasil que se vê diante do dilema: como manter um processo eleitoral democrático e transparente, principalmente nas redes sociais.
Para o publicitário Diego Pereira, sócio da agência de Marketing Político CincoCinco91, a fake news não é um fenômeno novo nos processos eleitorais, mas preocupa pela evolução das ferramentas que facilitam a distribuição desse conteúdo. “O uso de boataria para denegrir adversários, infelizmente, ainda é algo impregnado nos processos eleitorais, e a sensação de terra sem lei na internet contribuiu para o avanço dessa prática. Outro fator que tem colaborado para isso, é o avanço das tecnologias como o uso de robôs e bots -- softwares com tarefas online automatizadas -- que potencializam a proliferação de notícias falsas.” Explica o publicitário.
Proteção e censura
Em uma campanha eleitoral, os candidatos que forem alvos de notícias negativas e principalmente falsas podem ter a sua candidatura prejudicada. O Presidente do TSE, Gilmar Mendes, acredita que hoje em dia, a velocidade da disseminação dos boatos e notícias falsas são bem maiores em função das redes sociais.
No Brasil, a Justiça Eleitoral e várias autoridades policiais defendem a criação de legislação específica. Mas afinal, quais serão os critérios para parametrizar uma fake news. "Todo esforço da Justiça Eleitoral para barrar o avanço de notícias falsas pelas redes é louvável, mas existe uma linha muito tênue entre regulação e censura”, pondera Pereira, que conclui “tão importante quanto uma legislação especifica nesse sentido, é atuarmos diretamente na conscientização sócio cultural de como nos comportamos nas redes.”
Uma pesquisa realizada em 2016 pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil, identificou que as atividades mais comuns executadas na rede são o envio de mensagens instantâneas (89%) e uso de redes sociais (78%). Sendo que dessas redes, a mais usada é o facebook, que também controla o WhatsApp.
E no caso do WhatsApp é difícil controlar as mensagens, pois muitas chegam de países onde a institucionalidade é frágil, o que dificulta a cooperação judicial.
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