sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

Sete planetas estarão alinhados no céu nesta sexta-feira

Marte, Vênus e Júpiter são os únicos que podem ser vistos a olho nu
Desfile dos Planetas 
Um desfile de planetas, é assim que o Observatório Nacional descreve o que se tem configurado no céu nos últimos dias. Vênus, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e, nesta sexta-feira (28), também Mercúrio, estão “alinhados”, Três planetas podem ser vistos a olho nu: Marte, Vênus e Júpiter.
Os demais são mais difíceis de serem observados. Apesar de não ser raro, o fenômeno não deixa de ser um convite para olhar para cima e admirar.
“Como é um fenômeno que está distribuído em uma área muito grande do céu, não é um fenômeno para você olhar com o telescópio, é um fenômeno para você olhar com os olhos.Deitar em um lugar seguro, com a visão livre do Oeste, do poente, e apreciar essa grande essa beleza. Você vai ter, realmente, vários planetas visíveis no céu”, diz o astrofísico do Observatório Nacional Ricardo Ogando.
Ogando explica que Marte, Vênus e Júpiter estarão mais visíveis e serão mais fáceis de serem observados.
A dica é olhar para o ponto onde o Sol se põe. Mercúrio aparecerá ali por um momento, mas será muito difícil vê-lo.
Já Urano e Netuno são planetas muito distantes da Terra e, por isso, a luz que eles refletem é muito fraca, o que impossibilita a observação a olho nu.
De acordo com o astrofísico, Mercúrio e Saturno tipicamente são visíveis a olho nu, mas estarão muito perto do Sol no céu e serão ofuscados por ele.“O céu começa a ficar mais escuro, você consegue ver bem Vênus.
E aí, um pouco mais acima, Júpiter e, depois, Marte.
Além disso, a Lua vai estar no céu nesse momento. Não é um planeta, é o nosso satélite, mas estará lá.
É como se tivesse essa grande parada, um desfile de planetas”, descreve o astrofísico.
Para localizar os planetas, a dica de Ogando é usar um aplicativo para celular.É possível baixar gratuitamente aplicativos que mapeiam o céu.
O astrônomo e diretor do Observatório do Valongo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Thiago Gonçalves, explica que planetas, ao contrário de estrelas, não cintilam, ou não piscam.
“À primeira vista, o planeta vai quase sempre parecer uma estrela muito brilhante”, orienta o astrônomo.
“A particularidade dos planetas é que eles não cintilam.
Eles estão mais próximos da gente.
A cintilação acontece por conta de um efeito atmosférico.
É a luz atravessando a atmosfera que faz com que pareça que as estrelas piscam um pouquinho.
Mas, como os planetas estão mais próximos da gente, eles não cintilam”.
Entenda o alinhamento
De acordo como Observatório Nacional, embora o termo alinhamento planetário seja o mais usado, ele não descreve exatamente o fenômeno observado.
Quando os planetas estão aparentemente próximos no céu, o correto é dizer que estão em “conjunção”.
Há vários tipos de conjunção, sendo a mais comum a conjunção em ascensão reta, explica o Observatório.
Assim, em vez de “alinhamento”, o mais adequado seria falar sobre a visibilidade simultânea dos planetas no céu.Além disso, os planetas não formam exatamente uma linha, mas sim um arco no céu quando observados da Terra.
“O que acontece na prática é que, como todos eles estão mais ou menos na mesma direção, a gente consegue ver todos eles no céu ao mesmo tempo, supostamente. Isso quer dizer que em um dado momento da noite, você poderia, teoricamente, olhar para o céu e ver todos os planetas”, ressalta Gonçalves.
Ele explica que usa o termo teoricamente porque na prática, isso não ocorre.É preciso que haja condições muito ideias para que todos possam ser avistados, mesmo com equipamentos astronômicos.
O fenômeno não é raro.
O Observatório divulgou que ainda este ano, de 12 a 20 de agosto, antes do Sol nascer teremos Mercúrio, Vênus, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno ao mesmo tempo visíveis no céu.
Conjunção entre Vênus e Júpter
O destaque será para o dia 12 de agosto, quando haverá uma conjunção entre os dois planetas mais brilhantes do céu: Vênus e Júpiter.
Para Gonçalves, ainda assim, é uma boa oportunidade para olhar para o céu.
“Eu gosto de dizer que é uma boa oportunidade para que a gente aumente digamos a divulgação sobre a importância da ciência e de olhar para o céu”, diz.
“A gente tem cientistas trabalhando bastante e esse momento é bom para estabelecer um contato, estabelecer a comunicação, aparecer nas redes sociais para que as pessoas consigam se conectar um pouco com o céu e com os astrônomos brasileiros”.
Informações falsas
Segundo Ogando, esse fenômeno ganhou projeção e há informação falsas sendo divulgadas sobre ele.
Uma delas é justamente que se trata de um fenômeno raro.
“Esse ‘alinhamento’, curiosamente, ganhou uma visibilidade.
E, junto com ela, umas uns penduricalhos errados, falando que é super raro, que só acontece em um trilhão de anos.
Eles nem têm ideia do que é um trilhão de anos.
O universo tem 13,7 bilhões de anos.
É muito engraçado ver como o pessoal realmente criou um monte de fantasia em torno disso e aí isso, isso cria uma expectativa no público, que se decepciona depois”, diz.
Outra informação enganosa é que o alinhamento pode gerar fenômenos e desastres naturais na Terra por conta da gravidade dos planetas.
De acordo com Ogando, isso é impossível.
“É uma força ínfima.
Os planetas estão muito distantes.
Por mais que Júpiter, por exemplo, seja um planeta com uma massa muito grande, muito maior do que a da Terra, ele está a uma distância muito grande.
Então, a influência gravitacional é ínfima”, explica.
O Sistema Solar
A Terra faz parte do chamado Sistema Solar.
Ao redor do Sol orbitam os planetas Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno, nesta ordem.
Mercúrio, Vênus, Terra e Marte são os planetas mais próximos do Sol e são formados principalmente por rochas.
Júpiter, Saturno, Urano e Netuno são planetas gasosos, mais distantes do Sol e formados por gases diversos.
Júpiter é o maior planeta do Sistema Solar.
Enquanto a Terra demora 365 dias, ou um ano, para dar volta a redor do Sol, Netuno, o planeta mais distante demora o equivalente a 165 anos para completar essa volta.
Fonte : Agência Brasil

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