Mesmo antes das eleições a jornalista já acenava uma forte aliança com os Barbalhos, fato que chegou a ser amplamente divulgada nas redes sociais e nos meios de comunicação do Pará.
Veja a nota ao PSOL:
Companheiras, companheiros
Ao longo de 2018, caminhamos junt@s numa jornada árdua, que incluiu sacrifícios múltiplos, descobertas transformadoras e resultados eleitorais muito expressivos. Minha caminhada com o Psol inicia em 2016 quando, apesar das durísssimas acusações e críticas que recebi e contrariando aliados políticos, aceitei o isolamento e mergulhei de corpo e alma na campanha de segundo turno do atual companheiro Edmilson. Meu ingresso no PSOL aconteceu como o curso natural de um rio - minhas divergências públicas com a REDE e meus posicionamentos políticos foram se alinhando cada vez mais aos ideais do partido da solidariedade e do socialismo.
A pratica de um ativismo político ainda mais responsável ocorreu de maneira mais intensa depois de meu ingresso no PSOL. O resultado foi uma desafiadora candidatura majoritária ao senado, que teve o condão de unir as correntes do partido. Um dos pontos centrais da plataforma que apresentamos foi a defesa da cultura como fator de afirmação de nossa identidade, ancestralidade e de nossas memórias e tradições. Mas também como importante indutor econômico, fortalecendo ciclos criativos e colaborativos de geração de emprego e renda.
Nesta quarta-feira recebi um convite feito pelo governador eleito Hélder Barbalho: assumir a Secretaria de Cultura do Pará. Não chegamos ao Senado. Mas se a porta do parlamento, por ora, se fechou, entendo que este convite abre uma importante janela de oportunidades para inaugurar um tempo novo na gestão da Cultura deste estado, potencializando a pasta como ferramenta estratégica de difusão e produção cultural, criando, assim, uma dinâmica inovadora de promoção social descentralizada e inclusiva.
Não tenho como não atravessar esta janela para realizar aquilo que afirmei na campanha e que sempre fez parte de minha trajetória cidadã, de minha atuação profissional como comunicadora, jornalista, documentarista, produtora cultural e ativista ambiental. Tem sentido de urgência construir um projeto democrático e participativo que valorize a cultura popular do Pará, tão maltratada nos anos que ficam para trás.
Quem fizer um mínimo esforço, encontrará na minha caminhada de vida todas as provas de que nunca escolhi o caminho mais fácil, nem o mais curto. Não tenho talento para a dissimulação, tampouco para o oportunismo. Meu compromisso maior não é com um projeto político partidário de escalada pessoal: é com as centenas de milhares de mulheres e homens que alimentam as raízes da cultura popular, da economia criativa, da produção e difusão de conteúdo artístico, em suas mais diversas expressões. Porque Cultura é alimento, e nosso povo está morrendo de inanição. Respeito o entendimento do partido, das lideranças, das correntes, dos homens e mulheres de bem que constroem nosso sonho socialista, todos os dias. Mas minha decisão é de atuar no espectro imediato do resgate de vidas, memórias e saberes de nossa gente. Este será o maior desafio de minha vida.
Que venha este novo tempo de transformação de vidas e de sonhos. Um tempo de esperanças e realizações.
Ursula Vidal.
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