Um avião Twin Otter, do British Antarctic Survey (BAS), iniciou seus primeiros voos na Amazônia, em uma missão que busca coletar dados sobre o clima do planeta.
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A Aeronave pertence a British Antarctic Survey (BAS) |
O Primeiro voo decolou na manhã de sexta-feira (26) de um hangar particular no aeroporto internacional Wilson Fonseca, em Santarém (PA).
A iniciativa faz parte do projeto CarbonARA-Brazil, uma pesquisa internacional que foca no monitoramento do ciclo do carbono na região do Baixo Tapajós.
De acordo com o pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e coordenador da parte aérea do Carbon-ARA, Dirceu Luiz Herdies, a aeronave irá efetuar cerca de 55 horas de voo, divididas em 15 etapas de 4 horas.
Os voos ocorrerão entre setembro e outubro deste ano, sobrevoando a Floresta Nacional do Tapajós e a fazenda experimental da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa).
Amazônia e interação com o mundo
O avião, ideal para missões remotas, é equipado com instrumentos que medem concentrações de gases de efeito estufa, como CO² e metano, e aerossóis, como fuligem, poeira e fumaça oriundas de incêndios.
“Queremos entender melhor como funciona a Amazônia, a interação que ela tem com o globo como um todo”, afirmou Dirceu Herdis, acrescentando que os dados coletados deverão ser apresentados na COP30, a ser realizada em Belém (PA), no próximo mês de novembro.
Representantes do projeto destacam a importância dessas medições.
Ao sobrevoar áreas de interesse, a aeronave coleta dados atmosféricos em tempo real, que serão comparados com as informações dos satélites da Agência Espacial Europeia (ESA).
A comparação permite verificar a precisão das medições orbitais e aprimorar os modelos climáticos, informou o controlador de operações da aeronave Daniel Beedon.
Torres, sensores e drones
A Ufopa é a única instituição amazônica no consórcio do projeto, que é coordenado pelo King’s College London.
A universidade é responsável por coordenar as atividades locais, reforçando a relevância da pesquisa científica conduzida na região.
O projeto, que também utiliza torres, sensores e drones, integra esforços para entender o papel da Amazônia no balanço climático global, especialmente no que se refere aos impactos das queimadas. Os representantes do projeto também destacaram o papel crucial da Ufopa para a viabilização do projeto que é localmente coordenado pelo pesquisador Júlio Tota, professor do curso de Ciências Atmosféricas da Ufopa.
O que é o BAS
O British Antarctic Survey (BAS) é o centro nacional de pesquisa polar do Reino Unido, responsável por conduzir a ciência em regiões polares e manter a presença ativa do país na Antártica.
Parte do Natural Environment Research Council (NERC), o BAS opera cinco estações de pesquisa, navios e aeronaves, realizando pesquisas sobre o clima, a camada de ozônio e a vida selvagem polar para gerar conhecimento global sobre o planeta.
Após a campanha em Santarém, a avião seguirá para a Antártida, sua base de operações para pesquisas polares.
Ufopa, centro de excelência
A participação da Ufopa nesse projeto reforça seu papel como um centro de excelência em pesquisa na Amazônia.
A universidade contribui com conhecimento local para uma iniciativa de alcance global, utilizando equipamentos e tecnologias de ponta.
Essa colaboração não só aprimora o entendimento sobre o ecossistema amazônico, mas também fortalece a posição da Ufopa no cenário da pesquisa climática mundial.
Com informações e foto da Ufopa
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