segunda-feira, 22 de julho de 2013

Xaropada do Jatene: Santa casa pede socorro e ninguém ajuda, um desgoverno na saúde do povo do parazinho

Na área identificada como Pré-Preparo de Carnes, há de tudo um pouco: tomadas ausentes, fiação exposta, janela quebrada. Acima de um balcão, um batente está coberto por uma substancia amarelada. Pode-se ver um ralo aberto. 
Abaixo dos balcões, canos de esgoto aparentes, sujos de lama.
Na parede, um avental sujo de sangue aguarda o próximo dia de trabalho.
Numa área separada, luvas velhas, usadas para lavagem de louça. Nas pias, ainda há utensílios lavados há pouco tempo. 
Mais adiante, fica o local de preparo dos alimentos. Grandes fogões industriais estão cobertos de ferrugem. Há restos de alimentos estragados, caídos entre os bocais. Bem ao lado dos fogões, há poças d’água estagnada.
Há também dois caldeirões para o preparo de alimentos. Apesar de velhos e enferrujados, ainda funcionam, de acordo com depoimentos de funcionários que, evidentemente, desejam permanecer no anonimato. Um deles está com o isolamento térmico exposto. No outro, o sistema de resfriamento não funciona.
No local há um forno elétrico queimado há pelo menos seis meses. Atrás deste forno, material em desuso: bandejas de metal enferrujadas e cadeiras quebradas.
De acordo com funcionários, o forno elétrico quebrado impossibilita à cozinha servir alimentos assados, o que limita a qualidade do serviço.
Os funcionários têm que usar freezers para o armazenamento de alimentos perecíveis. A câmara frigorífica está quebrada há pelo menos quatro anos. Atualmente, serve de depósito de entulhos e lixo. As paredes estão descascadas, sujas e rachadas. Há rachaduras e buracos pelo chão e as janelas estão sujas e quebradas.
Um grande ralo no chão tem restos de alimentos e um cano exposto. Um verdadeiro banquete para baratas e ratos. A exatos quatro passos de distância do balcão de preparo de refeições, um ventilador está em estado lastimável: imundo, coberto de poeira, com fiação exposta.
REFEIÇÕES
De acordo com fontes da Santa Casa, são servidas em média 3.000 refeições por dia no hospital. São 1.800 para pacientes, 900 para funcionários e 300 para acompanhantes.
Todas as pessoas consultadas são unânimes em ressaltar a dedicação e o empenho dos funcionários da cozinha da Santa Casa. Apesar das terríveis condições de trabalho, eles conseguem fornecer as refeições e de alguma forma, por enquanto, impedem que infecções e outros problemas piores agravem ainda mais a situação do hospital.
RISCO
Na quinta-feira, dia 11, uma equipe doDiário Online esteve na Santa Casa. A equipe foi admitida no hospital e visitou o novo prédio, o refeitório, a área interditada e a UTI Neonatal. Apesar de ter acesso à UTI Neonatal, a equipe não teve autorização para visitar a cozinha.
A justificativa apresentada foi de que não seria conveniente a presença de uma equipe de reportagem na cozinha, por se tratar de local de manipulação de alimentos.
Supõe-se, emboranão tenha sido informado, que a equipe de reportagem não podia entrar na cozinha porque havia risco de contaminar os alimentos.

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