-Fazendeiro é acusado de ser o mandante do assassinato de Dorothy Stang. Ele cumpre regime semiaberto desde maio deste ano-
A sessão das Câmaras Criminais Reunidas do Tribunal de Justiça do Pará negou por unanimidade, nesta segunda-feira (16), o pedido de habeas corpus feito pela defesa do fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, acusado de mandar matar a missionária norte-americana Dorothy Stang, em Anapu (PA), em fevereiro de 2005.
Em 2010, Vitalmiro foi condenado pela 2ª Vara do Tribunal do Júri de Beléma
30 anos de prisão. Porém, o julgamento que o condenou foi anulado em
maio deste ano, pela Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).
Bida cumpre pena em regime semiaberto desde maio deste ano, devido à
anulação do julgamento.
Uma nova sessão de julgamento está marcada para a próxima quinta-feira
(19), quando o fazendeiro será submetido a júri popular. A sessão está
prevista para iniciar às 8h, sob presidência do juiz Raimundo Moisés
Alves, e não tem hora para encerrar.
Os integrantes do Conselho de Sentença serão escolhidos por sorteio, a partir de uma listagem com 25 jurados.
O caso
Após ser condenado a 30 anos de reclusão, em julgamento realizado nos dias 14 e 15 de maio de 2007, “Bida”, como é mais conhecido, teve direito a novo júri pelo fato de a pena ter sido superior a 20 anos. Julgado novamente em 5 e 6 de maio de 2008, ele foi absolvido.
Após ser condenado a 30 anos de reclusão, em julgamento realizado nos dias 14 e 15 de maio de 2007, “Bida”, como é mais conhecido, teve direito a novo júri pelo fato de a pena ter sido superior a 20 anos. Julgado novamente em 5 e 6 de maio de 2008, ele foi absolvido.
O Ministério Público e o assistente da acusação recorreram, alegando
que a decisão foi contrária à prova dos autos. Em 2009, a 1ª Câmara
Criminal Isolada do Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJ-PA) anulou
aquele julgamento. Em seguida, a defesa de Vitalmiro obteve liminar em
HC impetrado no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para aguardar o
julgamento em liberdade. Mas a Quinta Turma do STJ cassou a medida,
determinando sua prisão.
Novo júri foi marcado para 31 de março de 2010. Naquela data, a defesa
de Vitalmiro não compareceu e não justificou sua ausência. Diante disso,
o juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Belém (PA) suspendeu o
julgamento e o remarcou para o dia 12 de abril daquele mesmo ano, ao
mesmo tempo nomeando um defensor público para atuar na defesa do réu. O
julgamento ocorreu, e Vitalmiro foi novamente condenado à pena de
reclusão de 30 anos.
Caso Dorothy
A norte-americana Dorothy Stang foi morta a tiros em 12 de fevereiro de 2005, no município de Anapu, no sudoeste paraense. Segundo a Promotoria, ela foi assassinada porque defendia a implantação de assentamentos para trabalhadores rurais em terras públicas que eram reivindicadas por fazendeiros e madeireiros da região.
A norte-americana Dorothy Stang foi morta a tiros em 12 de fevereiro de 2005, no município de Anapu, no sudoeste paraense. Segundo a Promotoria, ela foi assassinada porque defendia a implantação de assentamentos para trabalhadores rurais em terras públicas que eram reivindicadas por fazendeiros e madeireiros da região.
A acusação sustentou a tese de que Regivaldo foi um dos mandantes do
crime, ao lado de Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, condenado, em abril
de 2010, a 30 anos de prisão. Regivaldo era dono da fazenda onde
Dorothy Stang foi assassinada, mas vendeu a propriedade a Bida antes do
crime. O promotor afirmou que os dois mantinham uma parceria na época do
crime.
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