Lina ainda no hospital, com o filho ao colo. A menina ainda tinha dentes de leite quando deu à luz |
Poderia ser mais uma história de uma gravidez não desejada em tempos difíceis se não fosse o fato de esta mãe ter apenas 5 anos, conforme foi confirmado pelo médico que a atendeu. Era o início da história midiática da mãe mais jovem do mundo.
José Sandoval, ginecologista, é o biógrafo de Lina Medina, que publica agora a história da sua vida de forma alargada, conforme explica o El Mundo. ‘Madre a los cinco años’ descreve o percurso da peruana desde a sua infância à gravidez inusitada, passando por todas as dificuldades que enfrentou.
Natural de Antacancha, no interior do Peru, ninguém sabia dizer o que se passaria com aquela criança, que foi "estudada" inclusive pela prática religiosa xamanismo para tentar determinar a causa do crescimento do seu ventre. Sem respostas possíveis, o pai de Lina e um dos seus nove irmãos decidiram levá-la ao hospital, onde foi confirmada a gravidez para a surpresa dos médicos.
O pai e os cinco irmãos mais velhos de Lina foram detidos e interrogados na época, mas sem se chegar a um culpado. A menina recusava-se a dizer quem era o pai do bebê que carregava e não havia como provar a paternidade.No dia 11 de maio de 1939, Lina foi submetida a uma cesariana e nasceu um menino com 2,7 quilos e 48 centímetros.
À esquerda, Lina com nove meses de gravidez. À direita, Lina com o seu filho, Gerardo, quando eram coqueluche dos meios de comunicação social. |
A criança foi entregue aos cuidados das enfermeiras do hospital, uma vez que Lina era muito nova para a responsabilidade e preferia brincar.
O cirurgião que fez o parto da menina retirou uma amostra dos ovários para perceber como foi possível aquela gravidez e confirmou que Lina sofria de puberdade precoce, ou seja, o seu útero era o de uma mulher adulta.
Gerardo, o filho, nome dado em homenagem ao médico que a operou, tinha apenas 5 anos de diferença da mãe. A história dos dois não teve um final feliz. Sempre viveram em dificuldades, apesar do interesse público na sua história (os apoios e doações cessaram à época), e Gerardo se tornou alcoólatra. Morreu aos 40 anos, em 1979.
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