Equipe multiprofissional do Hospital Municipal de Rurópolis, sudoeste do Pará, realizou pela primeira vez um parto de gestante diagnosticada com covid-19. O feito considerado um grande desafio para a equipe envolvida, foi realizado com sucesso no início desta semana e segundo a o Comitê de Operações Especiais (COE) da Secretaria Municipal de Saúde, mãe e filha passam bem.
Quando chegou ao conhecimento da equipe do COE, por meio de contato com o disk vigilância da secretaria municipal de Saúde de Rurópolis, que uma gestante apresentava sintomas sugestivos de covid-19, imediatamente, ela foi referenciada para o município de Santarém, no oeste do Pará, por se tratar de gravidez considerada de alto risco. A comunicação ao COE foi feita no dia 29 de maio.
O COE avaliou que o caso necessitava de atenção de serviços de alta complexidade com retaguarda de leitos de UTI materna e neonatal, conforme orientam os protocolos do Ministério da Saúde, e Rurópolis não conta com essa retaguarda.
A transferência da paciente só foi liberada no dia 7 de junho, mas para o Hospital Municipal de Santarém e não para o Hospital Regional do Baixo Amazonas como o caso necessitava. Por esse e outros motivos, a gestante e sua família se negaram a ir para Santarém, assinando um Termo de Responsabilidade e optando por permanecer em Rurópolis, mesmo sabendo dos riscos que corriam mãe e bebê.
Diante da decisão da gestante e de sua família, as equipes da Maternidade e do Setor de Covid-19, do Hospital Municipal de Rurópolis, equiparam um quarto para realização do parto normal, mas a paciente não apresentou as condições ideais, sendo necessária a realização de parto cesáreo.
“Por se tratar de uma gestação de alto risco, a paciente foi encaminhada para Santarém mas optou em ficar e ter seu filho em Rurópolis, o que nos deixou apreensivos pela experiência inédita e desafiadora à nossa equipe. A equipe cirúrgica se paramentou adequadamente, inclusive com macacões e aventais cirúrgicos descartáveis, para garantir sua a biossegurança”, relatou o médico José Roberto, que comandou a equipe do HMR no centro cirúrgico.
A assistência pré, parto e pós-parto envolveu uma equipe composta por: 1 cirurgião, 1 neonatologista, 1 enfermeira pediátrica, 3 enfermeiras generalistas, 5 técnicas de enfermagem e 1 auxiliar de serviços gerais.
Apesar da tensão e do desafio, a equipe realizou o procedimento cirúrgico sem problemas. Mãe e filha passam bem e seguem sob cuidados da equipe de setor de covid-19 do HMR.
A menina terá amostra colhida para realização de estudo genético, com objetivo de verificar se houve ou não a transmissão vertical da covid-19.
“O parto e o nascimento foram bem sucedidos, mãe e filho passam bem e continuam sob cuidados dos profissionais de saúde. Esta experiência renova nossas esperanças e fé em dias melhores e mostra o quanto estamos comprometidos, mesmo diante um pandemia e tantas adversidades. Nosso profundo agradecimento à equipe corajosa que realizou esse feito inédito em nossa cidade”, escreveu a Secretaria Municipal de Saúde em uma rede social.
Especialistas afirmam que a fisiopatologia da doença expõe a risco de parada cardiorrespiratória durante a cirurgia e predispõe a doenças da coagulação no pós-parto, por isso, o parto de paciente com covid-19 é considerado de alto risco e requer suporte de alta complexidade com UTI para mãe e bebê.
Equipe que participou do atendimento à gestante.
Centro Cirúrgico:
Dr. José Roberto
Enfermeira Maria dos Anjos
Téc. Enf. Antonia Rosa
Téc. Enf. Neusirene Alves
Aux. Serviços Gerais Mikhaelly Tavares
Pré e pós-operatório:
Enfermeira Rebeka Fonseca
Enfermeira Gildeni
Téc. Enf. Cledilene Farias
Téc Enf. Andreia Pádua
Dra. Gláucia Wanderley
Enfermeira Jéssica Santos
Téc. Enf. Terezinha Santos
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