Walter Matos e João Alberto Coelho, que atuavam como coordenadores da Vigilância Sanitária e Divisão em Saúde, respectivamente, foram exonerados na sexta-feira (29). Uma lista com outros nomes está sob investigação.
O coordenador da Divisão de Vigilância em Saúde, João Alberto Coelho e o coordenador da Divisão de Vigilância Sanitária, Walter Matos, não fazem mais parte do governo Nélio Aguiar (DEM). As exonerações ocorreram na sexta-feira (29), e teriam sido motivadas por denúncias de "furar fila" da vacina contra a Covid-19, em Santarém, oeste do Pará.
Walter Matos pediu exoneração após abertura de procedimento para apurar denúncia de prevaricação (crime funcional que consiste em retardar, deixar de praticar ou praticar indevidamente ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal), porque na condição de servidor público ele passou a dose de vacina a que tinha direito para outra pessoa, no caso, a própria mãe.
Ao G1, o ex-coordenador da Vigilância Sanitária confirmou que de fato passou a sua dose de vacina para a sua mãe, que é idosa e tem comorbidades, e que entende que não cometeu crime algum, e por nunca ter respondido processo ao longo dos 25 anos de trabalho no serviço público, não tinha como continuar trabalhando sob uma acusação sem direito ao contraditório.
“Foi um ato de amor, e se tivesse que fazer eu faria novamente, porque a minha mãe atende todos os requisitos para ser imunizada. Eu não tirei dose de vacina de ninguém, era minha, eu abri mão de ser imunizado pra imunizar a minha mãe”, disse Walter.
Ainda de acordo com Walter Matos, a mãe dele já teve câncer, e atualmente faz tratamento de saúde porque é hipertensa e tem pancreatite, além disso é cega e está asilada em casa porque vive acamada.
"Eu já ia mesmo pedir afastamento porque estou fazendo tratamento de saúde. Eu estava na linha de frente e ia em lugares de risco e fazia coleta de PCR em cadáver, uma atividade de alto risco e ficava pensado que podia levar o vírus para casa e acabar contaminando a mãe. Depois dessa acusação descabida, eu não tinha como continuar. Mas saio de cabeça erguida e sereno em relação ao que fiz", declarou, acrescentando que se quisesse esconder que passou a sua dose de vacina para a mãe, não teria colocado o nome dela na lista de vacinados. "Eu podia ter colocado o meu nome na lista, podia ter dito que eu tomei a vacina. Mas eu não fiz isso", pontuou.
O médico veterinário João Alberto Coelho também exoneração após, segundo apuração do G1, denúncia de ter permitido que o então servidor Walter Matos levasse dose de vacina para imunizar a própria mãe contra a Covid-19.
O G1 apurou que existe uma lista com nomes de servidores e outras pessoas que estão sendo investigadas porque não fazem parte do grupo prioritário, e mesmo assim, foram imunizadas contra a Covid-19 em Santarém.
A prefeitura de Santarém se manifestou através de nota sobre as exoneração e informou que os dois pediram desligamento por motivos pessoais. O decreto de exoneração foi publicado e a Semsa agradeceu ambos pelos serviços prestados.
O Ministério Público, também por nota, disse que foi informado de supostas irregularidades e solicitou que a Prefeitura tomasse as providências administrativas necessárias (nesse caso o município é que tem essa prerrogativa). O MP já recebeu as informações das exonerações feitas a pedido, e segue com a apuração dos fatos.
Blog do Xarope com informações do G1
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