domingo, 5 de junho de 2022

Polícia indicia professor de Umei denunciado por estupro de vulnerável em Santarém, no PA

Das 14 crianças ouvidas, 8 revelaram algum tipo de violação de direito, segundo a polícia. O advogado da família de uma das vítimas informou que o professor foi indiciado por maus-tratos e estupro de vulnerável.
O professor de uma Unidade Municipal de Educação Infantil (Umei) denunciado por estupro de vulnerável em Santarém, no oeste do Pará, foi indiciado no inquérito policial que foi concluído pela Polícia Civil na terça (31).
De acordo com o delegado que presidiu o inquérito, Alexandro Napoleão, foram ouvidas diversas pessoas incluindo servidores da Umei, da Secretaria Municipal de Educação (Semed) e as próprias crianças.

“Eles puderam esclarecer diversos fatos relativos às denúncias que foram apresentados pelos pais e os procedimentos que foram adotados em nível administrativo municipal. 14 crianças foram ouvidas pela psicóloga e pela assistente social das quais 8 revelaram algum tipo de violação de direito, supostamente praticados pelo professor”, disse o delegado.

O inquérito foi concluído pela Deaca na terça (31) — Foto: Arquivo/g1
Ainda segundo o delegado, o inquérito foi concluído e encaminhado para melhor apreciação do Ministério Público e Poder Judiciário. A polícia não informou por quais crimes o professor foi indiciado, mas a defesa da família de uma das vítimas informou à produção da TV Tapajós que Arcivando Nonato Porto foi indiciado por estupro de vulnerável e maus tratos.
“O professor foi indiciado em alguns crimes que não posso revelar aqui essas informações por questão de sigilo do inquérito, mas houve indiciamento dele por alguns crimes que foram constatados nos autos das investigações”, disse o delegado.
O delegado contou ainda que os relatos das crianças e das mães coincidiram, já que as famílias relataram o que foi revelado em conversas com as crianças.
“Os relatos das mães bateram basicamente com os relatos que as crianças também trouxeram aos autos porque as mães observaram o comportamento das crianças, conversaram com elas e nos seus relatos elas transcreveram aquilo que elas perceberam e ouviram dos seus próprios filhos, então houve realmente uma coincidência. Esses relatos também foram incluídos no inquérito policial que foi encaminhado à Justiça”, completou Alexandro Napoleão.
Contraponto
A defesa do professor Arcivando Nonato se manifestou por meio de nota sobre o indiciamento. Veja abaixo:
"Respeitamos o entendimento da autoridade policial, mas ao mesmo tempo não concordamos. O indiciamento não representa que a investigação esteja correta e que seja um prenúncio de condenação. Temos uma série de fundamentos a ser suscitado perante o juízo criminal, sobretudo, quanto ao vício de colheita de prova no âmbito policial que sob nossa ótica alguns quesitos legais foram ignorados pela autoridade policial. Lamentamos que a autoridade policial tenha se contaminado com o clamor popular a ponto de participar de ato público, em que um dos assuntos tratados foi o caso do referido professor. Tudo isso e mais outros fundamentos serão abordados na defesa do professor no momento certo. Ressalto, por fim, que vamos lutar pra que a verdade prevaleça, já que o professor é inocente e com isso não esperamos que seu caso tenha o mesmo tratamento e desfecho como ocorreu na “escola base de São Paulo” no ano de 1994, cujos acusados foram inocentados. Mas, infelizmente, foram condenados socialmente mesmo provando a inocência perante a justiça."




Entenda o caso




Famílias denunciaram casos de agressão física e abusos sexuais de crianças, que teriam ocorrido na Unidade Municipal de Educação Infantil (Umei) do bairro Caranazal.


Ao g1, as famílias contaram que as crianças revelaram agressões físicas e abusos sexuais. Algumas vítimas demonstraram aos pais gestos de masturbação, que teriam sido praticadas pelo professor Arcivando Nonato Porto e também relataram que o suspeito jogava xixi nas crianças.


O caso ganhou repercussão e indignação na população santarena que se manifestou nas redes sociais, além de realizar manifestações pacíficas para pedir justiça sobre o caso. A denúncia também foi debatida na Câmara dos Vereadores que realizou uma sessão especial em alusão ao mês de combate ao abuso e exploração sexual contra crianças e adolescentes.


































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