terça-feira, 1 de novembro de 2022

ACES, Sirsan e CDL mentem sobre suposta ameaça a lojas e recomendam fechamento do comércio terça-feira(1) em Santarém


Uma nota assinada pelos presidentes da Associação Comercial e Empresarial de Santarém (Aces), Roberto Branco, Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Gentil Gonçalves Lima, e Sindicato Rural de Santarém (Sirsan), Edno Valmor Cortezia, divulgada na noite desta segunda-feira (31), endereçada aos donos de estabelecimentos comerciais de Santarém, no oeste do Pará, recomenda aos empresários e comerciantes santarenos que suspendam suas atividades nesta terça-feira (1), para evitar supostos saques e atos de vandalismos que, segundo as três entidades de classes, estariam ocorrendo em diversas cidades brasileiras desde o último domingo (30), após o resultado do processo eleitoral brasileiro, que elegeu, de forma democrática, Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil, pela maioria absoluta de votos.
A reportagem confirmou com o presidente da ACES a autenticidade do documento e exigiu que Roberto Branco apresentasse as provas de que há ameaça à integridade das lojas em Santarém, o que não foi feito. Roberto Branco limitou-se a informar que atos de vandalismo teriam ocorrido em Fortaleza(CE).
Segundo apurou o Portal OESTADONET esssa ação orquestrada de desestabilizar os empresários e lojistas de Santarém estaria sendo articulada pelo empresário Olavo das Neves, que já ocupou o cargo de secretário regional de governo de Simão Jatene e, desde então, traiu a causa pela criação do futuro estado do Tapajós. Um fonte revelou à reportagem que Olavo estaria em contato com lideranças nacionais desse movimento de contestação do resultado das eleições para fechar o comércio e rodovias federais.
Um outro detalhe que chama a atenção é a aproximação que o empresário Roberto Branco tem com produtores de grãos e revendedores de máquinas e insumos agrícolas. Esses formam, juntamente com médicos bolsonaristas, a maoria dos compradores de unidades de apartamento contruídas pela empresa de propriedade do presidente da ACES. São esses empresários que apoiam e participam do fechamento da rodovia Br-163, desde a noite de domingo. Leia AQUI.
A nota mentirosa das entidades de classe busca aterrorizar os comerciantes santarenos, com fatos que não são verdadeiros, uma vez que o único protesto e ato de vandalismo que ocorre em alguns estados brasileiros é patrocinado por grupos bolsonaristas, que interditaram rodovias federais, impedindo o direito constitucional do cidadão de ir e vir.



Nesta noite, a Justiça Federal determinou a imediata interdição das rodovias em pelo menos cinco estados, incluindo o Pará, sob pena de multa e prisão de quem se negar atender à ordem judicial.
Na nota, os representantes da Aces, Sirsan, e CDL, mentem sobre suposta ameaça de quebra-quebra do comércio local. Não existe em andamento, nenhum ato de vandalismo e nem saques contra estabelecimentos comerciais como afirmam os dirigentes de classe.
Também não é verdadeira a afirmação de que o país esteja em ‘total estado de insegurança’. Aces, Sirsan e CDL falam em atos ocorridos nas últimas 24 horas, que assustam cidadãos brasileiros, mas as únicas manifestações envolvem tão somente grupos bolsonaristas, liderados por comerciantes e produtores do agronegócio.
A desfaçatez da nota afirma ainda que “é uma pausa necessária para colocar em ordem o espírito democrático no país. A democracia é o nosso principal compromisso. Sem diminuir ou agredir ninguém, esperamos restabelecer a ordem cívica e continuar contribuindo com o crescimento socioeconômico do Brasil’.
Alguns comerciantes ouvidos pelo Portal OESTADONET afirmam que não irão seguir essa determinação absurda, sobretudo neste período em que o comércio busca se recuperar das perdas causadas por dois anos de pandemia e atraso no início da vacinação pelo atual governo. Além disso, a maioria dos donos de lojas têm compromissos com seus funcionários e esperam nestes dois próximos meses alavancar suas vendas e com isso, manter em dia os salários dos trabalhadores e renovar o estoque para o próximo ano.
Confira abaixo a nota na íntegra:
POSICIONAMENTO PÚBLICO
As entidades empresariais (Associação Comercial e Empresarial de Santarém (ACES), Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), e Sindicato Rural de Santarém (Sirsan), manifestam receios quanto aos atos de vandalismo ocorridos desde ontem (30), em todo o território nacional decorrente do resultado do processo eleitoral brasileiro.
Logradouros públicos, empresas e instituições foram saqueadas por manifestantes, colocando a nação brasileira em total estado de insegurança. As entidades empresariais buscando garantir a segurança das empresas e seus colaboradores sugerem, por cautela, que os estabelecimentos comerciais suspendam suas atividades durante o dia de amanhã, terça-feira.

É uma atitude informativa, acautelatória, objetivando assegurar a atividade empresarial, diante dos atos ocorridos nas últimas 24 horas, que assustam os cidadãos brasileiros.
É uma pausa necessária para colocar em ordem o espírito democrático no país. A democracia é o nosso principal compromisso. Sem diminuir ou agredir ninguém, esperamos restabelecer a ordem cívica e continuar contribuindo com o crescimento socioeconômico do Brasil.
Atenciosamente,
José Roberto Branco Ramos
Presidente da ACES

Edno Valmor Cortezia
Presidente do Sirsan

Gentil Gonçalves Lima
Presidente do CDL



Santarém, 31 de outubro de 2022

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