A tratativa foi realizada, nesta quinta-feira (26), na sede da ONU, entre o governador Helder Barbalho e Inger Andersen, diretora-executiva do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA)
Ogovernador do Pará, Helder Barbalho, e a diretora-executiva do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Inger Andersen, firmaram nesta quinta-feira (26), em Nova Iorque (EUA), um memorando de entendimento (MoU) voltado para a promoção da ação climática e conservação florestal.O ato ocorreu na sede da ONU, e marca um passo importante rumo à 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que será realizada em Belém em novembro de 2025.“A parceria do Governo do Pará com as Nações Unidas e com o PNUMA é estratégica para que nós possamos avançar cada vez mais nas ações que fazem o estado do Pará ser hoje uma referência na agenda do mercado de carbono para o Brasil, para Amazônia e para o mundo”, disse Helder Barbalho.Além disso, o governador destacou que os recursos provenientes dos créditos de carbono serão direcionados às comunidades que contribuem para a redução do desmatamento no estado, enfatizando a relevância do acordo.“É um privilégio a compreensão da importância deste memorando de entendimento-MoU. Assim, ampliamos o acesso ao conhecimento do mercado de carbono, qualificando gestores do Estado e a sociedade na compreensão deste movimento que cria valor a floresta e gera oportunidades de desenvolvimento local”, completou Helder.Durante a assinatura, Inger Andersen elogiou o governo do Pará por um marco histórico na comercialização de quase R$ 1 bilhão em créditos de carbono, além de garantir financiamento da Coalizão LEAF para apoiar a luta contra o desmatamento.“É uma grande honra para nós assinarmos esse MoU porque em mais ou menos um ano o mundo inteiro estará em seu lindo Estado. Quero apresentar nossos parabéns por este grande negócio que vocês fecharam há dois dias. Faz 29 anos que o PNUMA está tentando traduzir esse valor que a gente sabe que a floresta em pé tem em um valor monetário que possa se converter para as populações locais. Espero que através deste acordo possamos aprender com vocês e contribuir. O Estado do Pará pode mostrar para o Brasil, Amazônia, e ao mundo a inovação que se pode construir. Temos grandes expectativas sobre esta parceria”, elogiou Inger Andersen.O MoU estabelece uma parceria formal entre o PNUMA e o estado, visando desenvolver soluções climáticas sustentáveis, que envolvem financiamento climático, mercados de carbono, salvaguardas e biodiversidade. Com o respaldo do PNUMA, o Pará busca fortalecer suas iniciativas de conservação, servindo como modelo replicável na Amazônia e além.Com 124 milhões de hectares, o Pará abriga 80% de sua área sob a Floresta Amazônica, incluindo 36 milhões de hectares protegidos e 24,2 milhões de hectares designados como terras indígenas. Apesar dos desafios impostos pela expansão agrícola e atividades ilegais, o governo estadual tem se empenhado em reverter a tendência de desmatamento desde 2019, por meio de iniciativas como o REDD+ e o "Plano Estadual Amazônia Agora".Esse plano, que visa promover o desenvolvimento sustentável, estabelece a meta de reduzir o desmatamento em 37% até 2030 e restaurar 5,4 milhões de hectares. Em 2023, o Pará já conseguiu uma redução de 36% nas taxas de desmatamento em relação ao ano anterior.
Além disso, na Semana do Clima de Nova York, o governo paraense firmou seu primeiro contrato comercial com a LEAF Coalition, prevendo a venda de 156 milhões de toneladas equivalentes de CO₂ em créditos de carbono até 2026, fruto das ações de redução do desmatamento nos últimos anos.
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