sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

Embarcação do século 19 será restaurada e exposta para população

Os responsáveis pelo trabalho de restauro do peça arqueológica explicaram os detalhes do processo de recuperação da peça, que ficou soterrada mais de cem anos em Belém.

Achado Arqueológico encontrado durante as obras da Nova Doca , será Musealizado , em Belém . Crédito Silmara Lima / RMA NEWS

Localizada em agosto de 2024, durante as escavações em uma das obras da COP 30, em Belém, a proa da embarcação metálica antiga foi removida para um espaço onde passará por restauração e conservação, sendo posteriormente musealizado.
Depois de recuperada a peça histórica poderá ser visitada no Parque Urbano Belém Porto Futuro, em Belém.
Na manhã desta sexta-feira (17) os responsáveis por todo o restauro da peça arqueológica conversaram com jornalistas para explicar todo o processo de restauração que o artefato irá receber.De acordo com os profissionais envolvidos no processo de recuperação da peça, todo o estudo será feito em pelo menos 150 dias, mas ainda não há previsão sobre a data da exposição da embarcação.
Sobre o artefato encontrado
O arqueólogo responsável pelo processo de restauro, Kelvin Mendes, explicou que a equipe está fazendo um salvamento arqueológico da proa da embarcação, esse processo se dá por escavação, retirada do objeto até sua conservação, restauração e exposição.
"Essa embarcação está em um contexto histórico muito interessante, pois nesta área onde foi encontrado o artefato, ela foi aterrada no final do século 19 para as construções dos armazéns, que hoje é a Estação das Docas e o processo de aterramento, soterrou todas as embarcações", explicou.
Ainda segundo o arqueólogo, estima-se que a embarcação encontrada tenha passado 110 anos enterrada na área.
Processo de restauração
Quem falou sobre o tratamento da peça foi a arquiteta restauradora, Tainá Arruda, que irá entender a tecnologia do material para saber qual será o melhor tratamento para trabalhar na conservação da embarcação.
Dependendo do material, testes serão feitos para tratar e conservar a proa do barco encontrado.
O processo de restauração ainda vai iniciar.
Um laboratório de conservação e restauro será montado para o trabalho ser executado.
No laboratório, toda uma pesquisa será realizada para entender a tipologia da embarcação e todo o seu contexto na história da cidade.
A população terá acesso ao laboratório para poder acompanhar todo o processo de restauração da embarcação. Todo esse trabalho, resultará na exposição museológica da peça.
Assim que o achado arqueológico foi encontrado, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) foi imediatamente acionado para toda a fiscalização, e segundo Augusto Miranda, arqueólogo do Iphan no Pará, é sempre interessante achados como esse, pois a função do Iphan é devolver para a sociedade peças raras como essa para guardar a história do Brasil, sobretudo de Belém.
Vale lembrar que achado arqueológico foi encontrado durante as obras de urbanização do parque linear, e pela dimensão da embarcação, a sua retirada foi dividida em três partes.
A descoberta do achado mobilizou esforços conjuntos entre a Seop (Secretarias de Obras do Estado) e o Iphan, onde além de garantir a preservação do patrimônio arqueológico, a remoção do achado foi integrada às obras do parque linear, planejado para ocupar 1,2 quilômetros ao longo da Avenida Visconde de Souza Franco, na capital paraense.

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