Ação bloqueou mais de R$ 260 milhões em bens de investigados
A Polícia Federal deflagrou nesta segunda-feira (8) a Operação Ouro Negro, um golpe certeiro contra uma organização criminosa que fraudava licenças ambientais para lavar cassiterite extraída ilegalmente da Terra Indígena Yanomami – minério conhecido como “ouro negro” e usado em latas, celulares e peças automotivas vendidas no Brasil e no exterior.
A ação, que bloqueou R$ 265 milhões em bens de investigados, expõe como servidores públicos e empresas “de fachada” atuavam em conjunto para escoar o minério roubado da Amazônia.
No Amazonas, os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em endereços ligados ao transporte e comercialização da cassiterita. Em Roraima, a PF adentrou até a Fundação Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh), onde suspeitos de facilitar o esqueme eram lotados.
A investigação mostrou que licenças ambientais eram emitidas de forma fraudulenta para dar aparência legal ao minério extraído de áreas protegidas.
Busca por minério afeta territórios indígenas
A operação é um desdobramento da Operação Libertação, que cumpre determinação do STF na ADPF 709 para proteger territórios indígenas.
Tudo começou com a apreensão de duas toneladas de cassiterita em Boa Vista (RR), rastreando-a até empresas com sede em São Paulo e Rio de Janeiro.
Ao invadirem as terras indígenas Yanomami, os criminosos agiam em quatro passos: extraindo o minério ilegal; transportando até “empresas-laranja” no Amazonas e Roraima; usando licenças faltas para “lavar” a origem do material; e por fim comercializando para grandes indústrias nacionais e internacionais.
Além do bloqueio financeiro, a Justiça determinou a suspensão das atividades das empresas envolvidas.
O ministro do STF Luís Roberto Barroso, relator da ADPF 709, acompanha o caso.
A cassiterite é extraída com alto custo socioambiental: desmatamento, contaminação de rios e violência contra povos originários.
A PF estima que o esquema desviou milhões de toneladas do minério nos últimos cinco anos.
A operação segue em andamento e pode resultar em prisões nos próximos dias.
Fonte : Portal Tucumã
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