sábado, 19 de dezembro de 2009

CONCURSO SUSPENSO

Prefeitura de URUARÁ suspendeu concurso temporariamente

A Prefeitura de Uruará, no Estado do Pará suspendeu temporariamente o concurso que visa preencher 571 vagas de todos os níveis de escolaridade.As inscrições deram início na segunda-feira (14) mas por incorreções no edital, tiveram que ser suspensas.

Um comentário:

  1. URUARÁ: POVO ANESTESIADO E ENGANADO

    Os imperadores romanos descobriram a fórmula mágica para manter o povo obediente e dócil, sem os riscos de uma revolta popular: o famoso “panis e circus”. Com o “progresso”, a fórmula foi sendo aperfeiçoada pelos poderosos de plantão, notadamente os governantes, que acreditam ainda na força da dominação pela distribuição de migalhas, que podem atender pelo nome de bolsas de diferentes categorias, mas sempre com o mesmo propósito: manter sob controle a situação, que também atende pelo nome pomposo de “status quo”. É consenso no mundo político que, em nome da governabilidade vale-tudo. No caso, governabilidade nada mais representa do que a tenaz e feroz luta política pela manutenção de privilégios, de cargos e do poder. Nesse cenário, toldado pela falta de escrúpulos e de caráter, parece que os governados vão ficando anestesiados e perdendo a capacidade de se indignar. Com a sucessão de escândalos, acabam se acomodando com a falsa impressão de que nada pode ser feito para mudar. Nem pelo voto. Essa anestesia geral do cidadão acaba reforçando a sensação de impunidade dos homens-gafanhotos dos recursos públicos e dos agentes predadores da cidadania. Oh, tempora, oh mores”! Os costumes dos novos tempos conduzem também a um estado letárgico de uma classe média “formadora de opinião “anestesiada pelo consumismo e incapaz de reagir, pelo menos com indignação, a esse verdadeiro assalto aos cofres públicos e à derrama de dinheiro sujo do “propinoduto” gerado pela relação incestuosa dos empreiteiros e comerciantes com o Poder Público, resultando em obras superfaturadas e de qualidade duvidosa. Dando de ombros, o cidadão comum , mais preocupado com a escalação do Flamengo para a disputa da final do Brasileirão, poderia dizer: “O que faz a Justiça , que não prende todo mundo e determina a desapropriação de todos os bens adquiridos pela fraude”? É certo que a sociedade ainda tem esperanças na ação do Ministério Público e da Polícia Federal. A Justiça anda meio desacreditada por sua ação morosa e claudicante diante do emaranhado de leis que acabam favorecendo a parte mais forte, onde se abriga a elite política dirigente, que também vota as leis. Logo, leis brandas para os crimes de colarinho banco como uma espécie de “habeas corpus” preventivo. Os mandatos eletivos, comprados a peso de ouro, também servem de escudo contra a ação da Justiça, na medida em que a imunidade parlamentar se confunde com a impunidade do foro privilegiado. A sensação de impunidade também responde pelo cinismo com que se praticam atos de rapinagem “como nunca dantes na história deste País”, ao ponto de se debochar até das tradições religiosas do povo, como no flagrante em que os corruptos brasilienses agradecem aos céus pelas “bênçãos” recebidas. A reforma que a sociedade deseja resultaria em leis que alcancem, não apenas os ladrões de galinha, mas também os ricos e poderosos que, além de galgarem altos postos, ainda enriquecem ilícita e impunemente com o dinheiro público que falta para a saúde indigente, para a educação incipiente e para a insegurança pública, sem falar nos transportes coletivos precários e sujos. O povo não precisa de “brioches” ou “panetones”, mas de vagas para seus filhos em escolas e universidades públicas decentes, de ser atendido com dignidade nos hospitais e pronto-socorros da rede pública, de oportunidades para trabalhar com dignidade e do respeito aos seus direitos de cidadão, eleitor e contribuinte. Enfim a reforma que a sociedade mais deseja é a do caráter de seus dirigentes, eleitos ou nomeados, concursados ou não. Do contrário, sucumbiremos todos num mar de lama e de omissões, de desculpas esfarrapadas e de perdidas ilusões. Nesse cenário, o que mais preocupa não é o cinismo “panetônico” dos canalhas, mas o silêncio inocente dos bons.

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