quarta-feira, 7 de julho de 2010


DISPUTA AO GOVERNO SERÀ A MAIS ACIRRADA NA HISTÓRIA POLÍTICA DO PARÁ

Jornalista Thompson Mota
Articulista do BLOG DO XAROPE
Antes do término da Copa do Mundo, inicia no Pará a competição política para as eleições de outubro deste ano. Com sempre acontece, as atenções estão sempre voltadas para os cargos majoritários ao Governo do Estado e Senado. O candidato tucano Simão Jatene, ex-governador, vai encabeçar a coligação “Juntos com o Povo” vai reunir seis partidos políticos – PSDB, PPS, PSDC, PMN, PRP e PRTB. Simão Jatene pregará em seus discursos uma verdadeira revolução nas áreas de saúde, educação e segurança pública formando o tripé da sua campanha política. Jatene afirmou a sua convicção de que será eleito no pleito de 3 de outubro, admitindo que será uma disputa muito dura, uma verdadeira guerra política nunca vista no Pará. Acredito que o ex-governador Jatene tem a seu favor a construção dos hospitais regionais beneficiando as populações das regiões sul, oeste e metropolitana de Belém.
Em nossa região, o tucano terá o apoio do tributarista Helenilson Pontes na condição de candidato a vice-governador. Helenilson conseguiu uma excelente votação para deputado federal nas eleições passadas com o apoio irrestrito de parte da colônia nordestina, pregando em seu discurso a ética e moral já que na mídia nacional o Pará freqüenta o noticiário com fatos que envergonham do Pará. O apoio se prolonga a Jatene com o deputado estadual Alexandre Von principal crítico do governo atual, classifinado-o como Sujo, Corrupto e Incompetente. Na convenção do PSDB Simão Jatene direcionou suas críticas ao atual governo, poupando o adversário Domingos Juvenil candidato do PMDB.
Pelo discurso, poderemos ter a noção exata de que teremos acusações mútuas entre tucanos e petistas. Do outro lado, encontramos a governadora Ana Júlia Carepa que tenta a reeleição com apoio de 14 partidos que formam a Frente Popular, este ano denominada “Acelera Pará”. Ana Júlia terá como vice-governador Anivaldo Vale (PR) e a candidatura única do deputado federal Paulo Rocha ao Senado. O governo realizou uma superprodução em sua convenção com direito a quatro telões, passarela vermelha e um grande show com a cantora Gaby Amarantos. Segundo uma fonte, a convenção do Partido dos Trabalhadores realizada no Hangar - Centro de Convenções da Amazônia custou à bagatela de R$ 100 mil reais. Podemos imaginar o montante que o PT deve gastar nessas eleições, talvez a mais cara na história política paraense. O PTB – Partido Trabalhista Brasileiro, tradicional adversário do PT – Partido dos Trabalhadores indica que não foi muito bem recebido pela militância petista. Na convenção o prefeito de Belém quando tentou usar a palavra foi recebido por uma sonora vaia.
 A governadora para acalmar os ânimos levantou-se e segurou a mão de Dulciomar e fez um sinal de positivo para a platéia que entendeu e baixou o volume das vais. O PMDB – Partido do Movimento Democrático Brasileiro lançou a candidatura própria com o deputado estadual Domingos Juvenil encabeçando a chapa com candidato a Governador, tendo como vice Hildegardo Nunes, filho do ex-governador Alacid Nunes, que nas eleições de 2002 ficou em último lugar rumo ao governo do Estado. No PMDB, certeza, segundo pesquisas, somente o deputado federal Jader Barbalho pode se eleger para o Senado, dependendo dos Tribunais Eleitorais que devem julgá-lo com base no Projeto Ficha Limpa.
Vamos aguardar o inicio do período de propaganda eleitoral gratuita no Rádio e Televisão que inicia 17.08.2010 até 30. 09. 2010, para constatarmos se a campanha será ou não de baixo nível. Lembrando que a partir desta terça-feira (06) já serão permitidas algumas formas de propaganda como volante, das 08H00 às 22H00, os candidatos poderão realizar comícios utilizando apenas aparelhagens sonoras, no horário de 08H00 às 24H00, sem a participação de artistas. Vou ficar torcendo para que tenhamos uma eleição transparente, sem baixaria, com discursos sérios e verdadeiros para que os eleitores possam escolher de forma democrática quem vai administrar o nosso Estado nos próximos quatro anos. 


As estradas de chão do Pará
Nicias Lopes Ribeiro: Engenheiro eletrônico, ex-vereador de Belém, ex-deputado estadual e ex-deputado federal do Pará.
Articulista do Blog do Xarope
Por Nicias Ribeiro: Quando estava na Câmara dos Deputados, repetidas vezes fui à tribuna clamar pela pavimentação da Transamazônica (BR-230) e da Cuiabá-Santarém (BR-163), até porque a conservação dessas rodovias, como estradas de chão, estava ficando muito cara, devido a distância do material de reposição. Por outro lado não havia, como não há, nenhuma razão plausível que justifique a não pavimentação da BR-163, até porque essa rodovia foi concebida para ser um corredor de exportação de toda a produção de grãos do norte do Mato Grosso, que se completa com o porto de Santarém, que, aliás, foi construído na década de 70 e que está ocioso até hoje, diferentemente do porto de Paranaguá, no estado do Paraná, que está exaurido em sua capacidade operacional e cujo pátio fica congestionado de caminhões carrega dos de soja na época da safra e que alí ficam aguardando a vez para descarregarem, por mais de uma semana. E veja o absurdo: esses caminhões saem do norte do Mato Grosso rumo ao sul, viajando mais de 5.000 km até o porto de Paranaguá onde a soja é embarcada. E, a partir daí, navega mais de 10.000 km pela costa do litoral brasileiro rumo ao Norte, até as proximidades da Ilha do Marajó, na foz do rio Amazonas, de onde segue para a Europa e os EUA. Mas, se a BR-163 fosse pavimentada, os caminhões, em vez de irem para o Sul, até o porto de Paranaguá, viajariam para o Norte 2.000 km até o porto de Santarém, onde, sem demora, descarregariam a soja que embarcaria em navios que seguiriam a favor da água até a foz do Amazonas, de onde seguiriam para a Europa e EUA, evitando, assim, os 10.000 km da costa brasileira.
Como se vê, a pavimentação da BR-163 baratearia, em muito, os custos de transporte da soja brasileira, o que a tornaria mais do que competitiva nos mercados internacionais. Por outro lado, os caminhões que trouxeram a soja regressariam ao centro-sul levando os produtos da Zona Franca de Manaus, barateando, também, os custos de transportes desses produtos, que hoje são transportados de balsa até Belém, de onde seguem para S.Paulo através da rodovia Belém-Brasília.
Mas, se assim é, porque não se pavimenta a BR-163? Será que o Ministério do Planejamento não entende nada de planejamento estratégico ou seriam as “forças ocultas”, como dizia o ex-presidente Jânio Quadros? Seja como for, o certo é que estamos a seis meses do final do governo Lula e nem a BR-163 e muito menos a Transamazônica estão pavimentadas, o que significa que nos 7,5 anos do governo Lula, apenas se cuidou da expedição da famosa Licença Prévia do IBAMA, com a realização de várias audiências públicas para se debater os impactos ambientais que a pavimentação dessas rodovias causariam nas suas respectivas áreas de influência.
Na verdade, nesses 7,5 anos do governo Lula, ficamos, apenas, com a expectativa de que essas rodovias fossem efetivamente pavimentadas. Mas, o que se vê?... Na BR-163, da divisa do Pará com Mato Grosso até as cachoeiras do Curuá (103 km), até agora nada foi feito, a não ser a topografia. Das Cachoeiras do Curuá até o distrito de Castelo dos Sonhos (71 km), está sendo feito, apenas, a terraplenagem e os bueiros. Nenhuma ponte foi iniciada.
De Castelo dos Sonhos até a Vila Izol (70 km), está sendo feita, apenas, a terraplenagem e os bueiros. Da Vila Izol à Novo Progresso (70 km), os trabalhos estão começando agora e do mesmo modo de Novo Progresso ao Riozinho das Arraias (80 km). Do Riozinho à cidade de Trairão (260 km) não tem nada feito. E do Trairão à Transamazônica (50 km) estão em obras apenas algumas pontes. Será que esse total de mais de 700 km estarão pavimentadas até o final do governo Lula, em dezembro? E no que tange a Transamazônica? Agora está sendo anunciada a viagem do diretor geral do DENIT de Marabá à Altamira, no próximo dia 09 de julho, levando a famosa licença de instalação da obra... E a obra em sí? Cadê?
Perdoem-me as pessoas do governo, mas isso é brincar com aqueles que sonham com a pavimentação da BR-163 e da Transamazônica. Isso é faltar com respeito à inteligência das pessoas, principalmente dos engenheiros rodoviários deste país, que sabem da impossibilidade, técnica, de se concluir essas obras nesses últimos seis meses do governo Lula.

Um comentário:

  1. Na verdade a BR-163, da divisa do Pará com Mato Grosso até as cachoeiras do Curuá (103 km), foi feito a topografia. Das Cachoeiras do Curuá até o Distrito de Castelo dos Sonhos (71 km), está sendo feito a terraplenagem e os bueiros. De Castelo dos Sonhos até a Vila Izol (70 km), está sendo feita a terraplenagem e os bueiros. Da Vila Izol à Novo Progresso (70 km), e de Novo Progresso ao Riozinho das Arraias (80 km). Do Trairão à Transamazônica (50 km) estão em obras as pontes, já que não foram feitas no governo dos tucanos. Isso há dois meses atrás. Agora o serviço está avançadíssimo. Mas espera aí, esses serviços não podem anteceder o asfalto, assim como o telhado não pode anteceder o teto, não é mesmo? Mais de 700 km estão sendo pavimentadas na Transamazônica de Marabá à Altamira. Já foi dado a ordem de serviço para todos os trechos, tudo isso cumprindo os requisitos ambientais, que sequer foram respeitados no governo tucano anterior. O governo Lula não brinca com o povo da BR-163 e da Transamazônica. Os Tucanos faltaram com o respeito à inteligência principalmente dos colonos que tiveram que puxar carro na corda por vários anos, depois de aposentar o cidadão Nicias Ribeiro, o embusteiro, como deputado federal. Ah, e aquela parceria perversa com o prefeito de Jacareacanga, que deixou o povo isolado durante décadas para não prejudicar o transporte de Balsas do Sr. Rabelo? Ora, francamente, Senhor Nicias, o senhor mereceu a derrota que sofreu nessa região...

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