quinta-feira, 12 de setembro de 2013

NICIAS RIBEIRO: PARABÉNS AO POVO DO BAIXO AMAZONAS







Vários foram os artigos que escrevemos sobre o Linhão Tucuruí-Manaus/Macapá, constituído por dois circuitos de 500 mil volts e que sai da hidrelétrica de Tucuruí, em paralelo ao traçado da Transamazônica, na direção de Vitória do Xingu; de onde segue pela margem esquerda do rio Xingu, atravessando a Reserva Extrativista “Verde Para Sempre”, até a margem direita do rio Amazonas; onde, através de um conjunto de torres, atravessa aquel e “rio-mar” para a ilha de Juruparí, o
nde está construída a maior delas e cuja altura, de 295 metros, é menor que a torre Eiffel em apenas 5 metros. 
E dessa majestosa torre,que aliás, fica bem no meio do rio Amazonas, o linhão atravessa para a Serra da Velha Pobre, que fica já na margem esquerda, onde há uma subestação de onde saio Linhão para Macapá, em 230 mil volts, que, ainda, está em construção e que será concluído até o final do ano. Da Serra da Velha Pobre, os dois circuitos de 500 mil volts seguem por sobre a floresta até a subestação de Oriximiná, onde ocorre o rebaixamento da energia para a CELPA, e de lá seguem direto para Manaus.

É evidente que a construção desse sistema de transmissão de energia elétrica é, certamente, um orgulho para a engenharia brasileira, não só por sua grande extensão, que no conjunto é superior a dois mil quilômetros, mas, principalmente, pelos desafios enfrentados, como as travessias dos rios Amazonas e Trombetas, cujas torres, pelas estruturas montadas, por certo devem figurar dentre as chamadas maravilhas modernas da engenharia. Ademais, ressalte-se que nessa gigantesca obra não há nenhum centavo do Tesouro Nacional, muito pelo contrário, a União ganhou “bônus” a quando da realização do leilão de concessão dessas linhas de transmissão que, a rigor, foram implantadas com recursos da iniciativa privada. Por isso, neste artigo, festejamos a conclusão das obras de implantação do Linhão Tucuruí-Manaus, nos seus 1.800 Km de extensão; bem como a sua energização e início de operação. Ao mesmo tempo em que festejamos, mais ainda, a disponibilidade do ponto de entrega de energia, em 138 mil volts, na subestação de Oriximiná à CELPA a partir do último 14 de agosto, o que, por óbvio, viabiliza tecnicamente a construção das linhas de subtransmissão e de distribuição, que levarão a energia de Tucuruí a todos os municípios paraenses situados na margem esquerda do rio amazonas. É claro que essa possibilidade técnica, agora confirmada com a conclusão do Linhão Tucuruí-Manaus, gera uma enorme expectativa de quando a energia de Tucuruí chegará em cada um desses municípios. E essa é uma nova e grande batalha, principalmente após a edição da Medida Provisória 579, de 2012, hoje convertida na Lei n° 12.783, de 11/01/2013, que extinguiu a Reserva Global de Reversão (RGR) que, via Eletrobrás, financiava a construção de linhas de transmissão e de distribuição de energia elétrica em todo o País e cuja extinção, por óbvio, traria enormes prejuízos ao Pará, em face da necessidade de se financiar a construção das linhas de distribuição de energia. Toda essa preocupação consta do artigo “Os custos e os preços da energia”, de nossa lavra e que foi publicado neste espaço em 23/05/2011. Como então se construir as linhas que levarão energia aos municípios do Baixo-Amazonas, se não há, a rigor, a fonte de financiamento? É aí que reside, e com justa razão, a angústia dos nossos coestaduanos da Calha Norte.
Por outro lado, a CELPA enfrenta, ainda, dificuldades em buscar financiamento bancário, pelo fato de estar em processo de recuperação judicial. O que fazer?!... Essa realidade, por todos os ângulos preocupante, nos levou a conversar com o diretor de linha de transmissão da Eletrobrás, José Antonio Muniz Lopes, que articulou uma reunião na CELPA no último dia 29 de agosto, ocasião em que, dentre outros assuntos, tivemos a grata satisfação de sermos informados que a CELPA decidira construir, com recursos próprios, as duas linhas que saem da substação de Oriximiná para as cidades de Oriximiná e de Óbidos, ambas em 138 mil volts, o que viabilizará, posteriormente, o atendimento de Faro, Terra Santa e Curuá. Parabéns ao povo do baixo Amazônas.

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