Em Santarém,
Oeste do Pará, os estudantes do Anexo I da Escola Estadual Frei Othmar,
que funciona na Vila Curuai, na região do Lago Grande, é palco de mais
uma denúncia grave de desrespeito e coação contra os estudantes daquele
educandário.
Segundo relato de testemunhas, na
quarta-feira (01/07) os alunos foram condicionados pela direção, a
lavarem as carteiras escolares na beira do rio, estabelecendo como
punição aos que se negassem a cumprir tal determinação, a não
participação em evento esportivo que seria realizado na Escola. A
testemunha acrescenta, ainda, que neste tipo de ação, os alunos também
recebem a promessa de obterem notas/pontos em diversas disciplinas.
Um vídeo encaminhado à nossa redação,
mostra os alunos carregando e lavando carteiras escolares no rio, fato
que até podemos supor que seja “trabalho escravo”, fato que deve ser
investigado pelo Ministério Público.
Esta não é a primeira vez, e nem a
última, no que depender de decisões do Sr. Dirceu Amoedo, diretor da 5ª
URE (Unidade Regional de Ensino), que a direção da Escola, na pessoa do
diretor Sinai da Silva Duarte, é denunciado pela pratica de atos
ilícitos contra os alunos.
VENDA DE BEBIDA ALCOÓLICA PARA MENORES DE IDADE:
Em agosto de 2014, o professor Sinai da Silva Duarte, responsável pelo
anexo, aproveitou um evento realizado pela Escola Frei Othmar, na sede
da Associação dos Moradores do Lago Grande, para lucrar com a venda de
bebida alcoólica para menores de idade. Além do uso de bebida alcoólica
no evento festivo, existe a denúncia de que os alunos são obrigados a
pagar uma taxa para fazer as provas, sendo que os que não têm condições
de pagar, são obrigados a trabalhar, entre outras coisas, carregar areia
dentro da Escola.
DIRETOR DA 5ª URE DIZ QUE ALUNO DEVE SER PUNIDO:
Após as denúncias de ilícitos contra os alunos, no dia 10 de março
deste ano, o diretor titular na 5ª URE, professor Dirceu Amoedo
participou de uma reunião, no ginásio da Escola Frei Gilberto Wood, na
Vila Curuai, com a presença de pais, alunos, professores e comunitários
para tratar dos fatos relacionados às investigações do MPE. Na ocasião,
depois de ouvir as explicações do professor Dirceu Amoedo, algumas mães
questionaram o fato de seus filhos serem colocados para fazer os
trabalhos na Escola, o que deveria ser realizado por profissionais
contratados pelo Estado, e não por seus filhos. Depois de ouvir as
perguntas das mães, o diretor da 5ª URE, Dirceu Amoedo, prometeu tomar
providências sobre as reclamações. Ele ressaltou que tudo era questão de
bom senso, uma vez que existem apenas duas serventes para trabalhar nos
três turnos.
Segundo o relato de testemunha, que teve
acesso a ATA oficial do evento, existe um trecho, que demonstra
claramente a posição da 5ª URE e seu Diretor. “Se os pais não
concordarem de seus filhos fazerem a limpeza, procurem o diretor (Sinai
Duarte) e digam a ele. É melhor resolver com diálogo”. A senhora Elane
Aquino perguntou se o aluno quando suspenso era certo trabalhar na
Escola, fazendo limpeza, pois seu filho não faz esse trabalho em sua
casa. Dirceu Amoedo disse “que não é permitida situações constrangedoras
e violentas como: capinar sob sol quente, bater e humilhar. Porém, tudo
o que tiver de ser feito para que o aluno se sinta punido, no sentido
de melhorar seu comportamento é aceito”.
MINISTÉRIO PÚBLICO APURA DENÚNCIAS:
Segundo informações repassadas ao MPE (Ministério Público Estadual) por
um professor que pediu para não ter a identidade revelada, a Escola que
atende mais de 600 alunos, matriculados em três turnos, é
constantemente palco de violação da ética, principalmente na relação
direção e estudantes. Inclusive, por conta de realizar tais denúncias, o
professor contou que foi demitido pela 5ª URE. O professor garantiu que
antes de ser demitido, comunicou o fato à Instituição, que não tomou
nenhuma providência em relação ao caso. Desde a época da denúncia, o
professor afirma que vem sofrendo perseguição e assédio moral por parte
do professor Sinai Duarte.
ESCOLAS DO ESTADO ABANDONADAS NO FINAL DE SEMANA:
Todos os finais de semanas, são várias as escolas estaduais de Santarém
que ficam sem vigias para resguardar o prédio público e seus bens
móveis. A situação virou rotina, após a greve realizada pelos vigias. O
movimento que aconteceu no início do ano, tinha como principal objetivo a
adequação de carga horária de trabalho em 30 horas semanais, conforme
estabelecia o edital do Concurso Público C-130/2007, do qual os
servidores foram aprovados/contratados. Na época a juíza Karise Assad
estipulou multa de R$ 5 mil reais diários, caso o Governo do Estado não
realizasse em 30 dias, a lotação dos vigilantes adequado ao que constava
no edital do certame.
Como os vigilantes estavam trabalhando
com carga horária superior, sem ao menos receber por isso, a nova
lotação fez com que as escolas ficassem sem esse serviço, tão
primordial. Com a falta de servidores em tal função, bem como nas demais
funções de apoio, o resultado é o abandono geral das escolas e a
péssima qualidade do ensino. Na Escola Estadual Terezinha Rodrigues de
Jesus, situada no bairro da Interventoria, já virou rotina a depredação e
arrombamento. O alvo principal dos marginais é a cantina, de onde
subtraem todo tipo de produto, desde bombons à equipamentos.
A Escola Estadual Rio Tapajós, que
funciona às margens da Rodovia Curuá-una, foi arrombada diversas vezes,
mesmo possuindo grades de ferro em vários locais. O educandário teve sua
situação amenizada, com a instalação de uma câmera de
videomonitoramento do NIOP (Núcleo Integrado de Operações), em local
próxima da Escola.
Por: Edmundo Baía Junior
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