Gravações feitas pelo ex-senador e ex-presidente da Transpetro Sérgio
Machado, que teve acordo de delação premiada homologado pelo Supremo
Tribunal Federal (STF), indicam articulações entre ele e políticos do
PMDB para prejudicar as investigações da operação Lava Jato.
Diálogos gravados por Machado com o presidente do Senado, Renan
Calheiros (PMDB-AL), e com o ex-presidente da República e ex-senador
José Sarney (PMDB-AP) mostram supostas tentativas de assegurar que
Machado não fosse preso e de alterar leis para favorecer políticos
investigados. Renan e Sarney negam que os diálogos tivessem por
finalidade interferir na Lava Jato, que investiga desvio de recursos de
contratos da Petrobras.
Sérgio Machado era considerado pelos investigadores o caixa da cúpula
do PMDB, mas ele afirmou em várias conversas que não havia provas que
ligassem nenhum dos líderes do partido ao suposto esquema. Ele pediu
ajuda para evitar que novas delações surgissem ou que o juiz Sérgio Moro
o pressionasse a falar. Em uma conversa de 10 de março, o ex-presidente
José Sarney (PMDB) disse que ajudaria Machado a não ser preso.
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