Um grupo de jogadores procurou a reportagem de “O Impacto” para fazer uma série de denúncias de assédio sexual sofrido nas categorias de base dos times de Santarém. Segundo eles, pedófilos infiltrados nas bases dos times profissionais e amadores estão assediando os atletas.
Entre os jogadores que teriam sofrido assédio sexual, um goleiro e um atacante, ambos de 16 anos de idade, deram a seguinte informação:
“Nós estávamos no sub-17 de um time famoso de Santarém quando percebemos que estavam acontecendo muitas coisas erradas, praticadas por alguns membros da comissão técnica”, afirmam os adolescentes.
Um deles confirma que foi vítima de assédio: “Durante um treino, um massagista começou a massagear a minha perna e até aí tudo bem, isso é normal. Porém, quando prestei atenção ele estava segurando o meu órgão genital. Aí eu saí correndo, abandonei o treino e fui para casa”, revelou o adolescente.
Os dois jogadores confirmam que colegas das bases de outros times de Santarém também sofrem assédio: “Esse pessoal que pratica esse problema oferece chuteiras novas e outros materiais usados nos treinos, se por ventura o jogador tenha um caso com algum deles. Em algumas situações, se o jogador não se submeter à vontade deles, é barrado do time principal e fica travado no banco de reservas”, asseveram os atletas.
Nossa reportagem conversou com o pai de um jogador. Ele confirmou o assédio sofrido pelo filho. O caso teria acontecido no ano de 2017, no sub-17 de um time profissional de Santarém. “Eu ia para o trabalho e deixava meu filho no treino. Quando eu saia do trabalho eu passava no campo para trazer ele para casa. Num determinado dia eu cheguei no campo e não vi o meu filho. Eu perguntei sobre ele para os colegas e, eles me falaram que ele tinha ido às pressas para casa. Quando cheguei em minha residência, vi ele assustado e desconfiado e, aí perguntei o que tinha acontecido e, ele respondeu que o massagista tinha tocado em seu pênis”, contou o pai do atleta.
Ele revelou que ficou tão assustado que não deixou mais seu filho ir aos treinos do referido time. “Eu sou torcedor desse clube e, meu sonho é ver meu filho vestindo a camisa do time, mas desde que ele falou o que sofreu, eu não deixei mais ele ir para os treinos. Espero que a diretoria tome providências para acabar com esse problema. Eu ainda quero ver meu filho sendo campeão com a camisa do seu clube de coração”, ponderou o trabalhador.
Nossa reportagem também conversou com um dirigente esportivo que trabalhou em vários times de Santarém e região. O mesmo falou que infelizmente esse tipo de crime é comum nos clubes, tantos profissionais como amadores.
“O jogador adolescente que não ceder às chantagens dessas pessoas, é colocado de lado, mesmo sendo uma promessa para o futebol santareno e da região.
Isso é sério e deve ser fiscalizado pelo Ministério Público do Trabalho e Polícia Federal. O que não pode é vermos esse tipo de crime acontecer e nada ser feito para impedir”, disse o dirigente.
Jornal O Impacto
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