Énio e Gleyce ouvindo as palavras do pastor que realizou a cerimônia religiosa (Foto: Ascom/HRPT) |
Casamento ocorreu na segunda-feira (28) no Hospital Regional Público da Transamazônica, em Altamira, no sudoeste do estado. Énio e Maria Gleyce estão juntos há 9 anos e possuem três filhos.
Enio Moura Gomes, 42 anos, sente muitas dores e mal-estar e decide ir se clinicar no Hospital Regional Público da Transamazônica (HRPT), em Altamira, no sudoeste do Pará. Após os exames, o corpo clínico diagnostica câncer gástrico em estado avançado e o paciente é internado imediatamente.
Desde o dia 8 de maio, quando deu entrada no hospital, Énio não saiu mais. Foram várias sessões de tratamento com injeções e medicamentos, mas a doença progride rapidamente. Então, ciente de seu quadro, o paciente chamou a enfermeira Alissia Barbosa e confidenciou um grande desejo: casar-se com sua atual companheira.
A médica Márcia Duarte conversa com Énio antes do casamento (Foto: Ascom/HRPT)
Juntos há nove anos, Énio e Maria Gleyce dos Santos, 29 anos, têm três filhos. De acordo com Gleyce, todas as vezes que ela tocava em casamento, Énio desconversava, fingia que não era com ele e que não tinha mais idade para isso. “Enio falou para a enfermeira que iria se casar com a princesa dele. E me surpreendeu porque toda vez que eu falava em casamento ele desconversava, dizia que já estava muito velho. Ele sempre 'pulava fora do barco'. E dessa vez, mesmo doente, ele quis me honrar”, destacou.
E não só surpreendeu a companheira, mas também comoveu todos os funcionários do hospital que rapidamente organizaram tudo para que a celebração acontecesse na segunda-feira (28). "Quando ele ficou sabendo do diagnóstico, conversou comigo e expressou esse desejo. Decidimos que faríamos a vontade dele”, contou Alissia.
Noiva Maria Gleyce com o bolo do casamento (Foto: Ascom/HRPT)
Chega o dia, noiva pronta, padrinhos prontos, o apartamento arrumado e o pastor posicionado para a celebração religiosa. O noivo é preparado, mas algo não está muito bem. Ele parece cansado, ofegante e passa a maior parte do dia de olhos fechados. A tensão tomou conta do espaço, mas quando foi avisado com a chegada da noiva, Énio ganhou força, abriu os olhos e segurou a mão da sua amada para a cerimônia.
“No dia, nos bastidores do casamento, vimos que ele estava muito cansado e quase não abria os olhos. Ficamos muito felizes ao ver que, durante a cerimônia, Enio abriu os olhos e se emocionou muito, estava feliz. Isso tudo foi muito importante para todos nós”, contou a enfermeira Alissia. todos observaram bem atentos as palavras do pastor. Os noivos responderam o “sim” um para o outro e receberam a benção e a confirmação que estavam casados. Festa total no quarto onde Énio estava internado.
Para Gleyce, que passou nove anos ouvindo o “não” para o casamento, foi o dia mais feliz da vida do casal. “Eu achei um gesto lindo o dele. Uma prova de amor muito grande”, disse emocionada. e mesmo debilitado, Énio agradeceu toda a equipe de enfermagem que se mobilizou para a realização de um sonho. “A gente já vinha com vontade de casar, mas ainda não tínhamos conseguido. As meninas do hospital nos ajudaram e casamos. Foi tudo muito maravilhoso”.
Énio e Gleyce com a equipe médica que auxiliou e acompanhou o casamento no HRPT, em Altamira, no sudoeste do Pará (Foto: Ascom/HRPT)
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