segunda-feira, 10 de junho de 2019

Chefs se emocionam no encerramento da 3ª Edição do Cozinha Tapajós em Alter do Chão

Secretário de Turismo, Diego Pinho e Prefeito Nélio Aguiar em visita aos estandes (Foto: Júnior Aguiar)
Organizado pelo Chef Saulo Jennings, com a curadoria do coletivo Soul Kitchen e parceria da Prefeitura de Santarém, por meio da Secretaria Municipal de Turismo (Semtur), o Festival Gastronômico "Cozinha Tapajós" encerrou a programação no sábado (8), com uma grande troca de conhecimentos em praça pública. O evento contou com presença de renomados Chefs da Gastronomia brasileira que utilizaram ingredientes da culinária tapajônica em suas aulas.

O Cozinha Tapajós foi bem prestigiado pela população santarena, na Praça 7 de Setembro, na Vila Balneária de Alter do Chão. O evento que iniciou na quarta-feira (5) promoveu debates, intercâmbio, aulas entre profissionais e a comunidade santarena, sobre a importância da valorização da culinária tapajônica, melhor aproveitamento dos alimentos locais e o fomento do turismo na região.
O Chef Ivo Faria, o primeiro cozinheiro a se apresentar na noite de encerramento falou sobre sua experiência no Cozinha Tapajós e mencionou que o tucupi é o ingrediente mais importante da culinária do Tapajós. "Missão cumprida. Foi muito bom, hoje tivemos um grande número de pessoas prestigiando o Cozinha Tapajós.
Acredito que todos os nossos objetivos foram alcançados e a tendência é o evento crescer cada vez mais. Um trabalho como esse não cresce de um dia para o outro, vai ser um trabalho de alguns anos e vocês verão a transformação que vai fluir nessa cidade de uma forma, vão ver como as pessoas vão se comportar gastronomicamente diferente. Comparo o tucupi com o shoyo, são dois produtos diferente, o shoyo é um produto derivado de soja que já é bem aceito no mundo inteiro e o tucupi está "engatinhando". Para crescer, depende de quem está aqui presente, dos empresários, de pessoas que possam produzir isso tecnicamente com quantidade e um padrão de altíssimo nível até chegar ao ponto de poder exportar. Já levei e servi tucupi para quase cem pessoas na Europa e foi muito bem aceito. Então é um trabalho que precisa ser feito, o tucupi é nosso e ainda é pouco explorado pela nossa culinária brasileira. Melhor tempero dentro da Amazônia é o tucupi, e o Cozinha Tapajós prova isso", declarou.
Em sua aula, ao falar do tucupi, Ivo Faria fez referência a senhora Maria Sebastiana dos Santos Cardoso, conhecida como Dona Sabá, produtora familiar da comunidade de São Francisco do Carapanari, que produz derivados da mandioca exclusivamente para o Restaurante A Casa do Saulo. Ela estava na plateia e ficou muito emocionada com as palavras de incentivo do Chef.
"Eu fiquei muito feliz, quando o Ivo destacou o trabalho que a minha família faz lá na comunidade, porque muitas vezes neão somos lembrados. Saulo é muito amigo, é uma pessoa que é ótima para a gente, não tenho nem palavras para definir o que estou sentindo em estar aqui sentada e ouvir falarem bem do nosso trabalho. Meu esposo, o Bené, está com 70 anos e gosta muito de trabalhar com a produção dos derivados da mandioca, farinha, o tucupi. Nós vendemos para o restaurante do Saulo e isso é também é uma valorização", afirmou.
Presente na cerimônia de encerramento, o prefeito de santarém Nélio Aguiar destacou a importância do evento para o fortalecimento do turismo local. "A Prefeitura se sente muito bem pelo envolvimento, pelo apoio. Nossa relação é direta com o evento, primeiro na questão do próprio turismo, a gente trabalhava muito Alter do Chão, a Ilha do Amor, o Lago Verde, ou seja, as belezas naturais, com esse Festival da Gastronomia inserindo um item que está crescendo muito no Brasil e no mundo. Santarém está sendo protagonista desse crescimento, no turismo gastronômico. Tem pessoas que viajam só para conhecer novos sabores, as comidas, e isso é muito bom, pois fortalece mais o turismo dando mais valor, por conta do desenvolvimento sustentável, fazendo com que a renda, da gastronomia, chegue até a comunidade, lá naquela família que faz a farinha, que pesca, que tem produtos derivados de várias culturas, sendo beneficiadas por vários empreendimentos gastronômicos que compram esses produtos. Isso tem um significado muito importante para toda a cadeia produtiva da nossa culinária do Tapajós", declarou Nélio.
Para o Chef Paulo Yoller a boa aceitabilidade que os santarenos têm para o novo e a valorização do produto e do produtor é o diferencial do Festival Cozinha Tapajós. "É muito legal poder usar ingredientes locais e aplicar técnicas da cozinha americana, francesa, técnicas italianas no meio de um processo gastronômico, a exemplo do hot-dog, é só um hot-dog, mas fizemos purê, fizemos mostarda, colocamos farinha, fizemos uma salsicha que é um embutido, então é muito gostoso poder fazer isso e ter a aceitação do público. Você olhar a carinha das pessoas com mais idade, que tem uma resistência enorme às coisas novas e que hoje, aceitam bem as propostas que a gente vem trazer, utilizando seus produtos é muito bom ter essa aceitação das pessoas".
A Chef Danielli Dahoui antes de iniciar sua aula, descreveu emocionada poder fazer parte pela primeira vez do evento. "Ante de qualquer coisa, quero falar que o Saulo tem muita garra, esse cara sonhou com essa ideia, fazendo sozinho essa história acontecer e agora com vários parceiros, vem conseguido trazer Chefs que não é fácil, pois nossa vida é uma loucura, mas estamos aqui e estamos muito felizes, pois fomos recebidos com tanto amor. O Saulo nos mostrou o Tapajós, um lado da Amazônia tão lindo, estou muito apaixonada por tudo aqui, tô encantada com tudo mesmo. A terra de vocês é linda, o povo é lindo, tem milhões de coisas deliciosas aqui", confessou.
O secretário municipal de Turismo, Diego Pinho, em poucas palavras definiu a grande relevância que o Cozinha Tapajós tem para o desenvolvimento sustentável do turismo, por meio da gastronomia. "Mais uma edição do Cozinha Tapajós e estamos satisfeitos com o resultado. Nestes dias percebemos o quanto a nossa gastronomia tem um potencial extraordinário de encantar. Foi uma troca de experiências importante".

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