O Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEFM) resgatou 5 trabalhadores em condições análogas às de escravo em uma fazenda localizada na região da Terra do Meio, no município de São Félix do Xingu, no sudeste do Pará.
Coordenada por auditores fiscais do Trabalho, a ação contou com representantes do Ministério Público do Trabalho (MPT), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Defensoria Pública da União (DPU).
A operação foi realizada entre os dias 21 de junho e 2 de julho. Na fazenda, voltada para criação de gado, os fiscais encontraram oito trabalhadores. Cinco deles foram resgatados em condições degradantes de trabalho e de vivência, entre eles um adolescente de 15 anos que atuava como auxiliar de operador de motosserra, portanto em atividade vedada pela legislação para sua idade.
O grupo trabalhava na construção de cercas e currais, e para isso realizavam a derrubada de madeira nativa extraída no próprio local. Eram contratados informalmente, sem qualquer vínculo empregatício, e o pagamento de salários era irregular.
Não havia controle da jornada laboral ou qualquer benefício social em caso de doença ou acidente de trabalho. Eles também não recebiam treinamento e equipamentos de proteção individual (EPI), e as ferramentas utilizadas eram dos próprios empregados, sem ressarcimento de custos, o que diminuía a renda que seria recebida ao final da atividade.
As vítimas dormiam em um alojamento improvisado na mata, nas proximidades das frentes de trabalho, sem qualquer segurança ou privacidade. Eram dois barracos cobertos com lona plástica, sem fechamento lateral ou proteção contra intempéries e possíveis ataques de animais silvestres, e piso de terra batida. Os seus pertences, como roupas, mochilas e objeto encontrava-se pendurados em varais ou jogados no chão.
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