terça-feira, 18 de março de 2025

Após romper trégua, Israel volta a bombardear Gaza nesta terça, envia tanques e diz que ofensiva seguirá

Bombardeios já deixaram 413 mortos, diz Hamas. Militares israelenses afirmaram que bombardearam alvos do Hamas. Terroristas acusam Israel de encerrar cessar-fogo de forma unilateral e colocar reféns em 'destino incerto'.

Tanques israelenses e soldados são vistos posicionados na fronteira com a Faixa de Gaza , em 18 de março de 2025 . - Foto : Amir Cohen / Reuters

Após retomar bombardeios na Faixa de Gaza na noite de segunda-feira (17), as Forças Armadas de Israel disseram ter feito novos ataques ao território palestino e afirmaram que a ofensiva continuará de forma permanente.
Os ataques romperam com a trégua em vigor entre Israel e Hamas desde janeiro e deixaram 413 mortos e 660 feridos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas.
Em comunicado nesta manhã, as forças israelenses afirmaram que "continuavam a atacar alvos pertencentes ao Hamas e à Jihad Islâmica (outro grupo extremista que atua na Faixa de Gaza)".
O documento não informa em que locais da Faixa de Gaza ocorreram os bombardeios desta terça, mas afirma que os alvos atingidos "nas últimas horas" incluíam células militantes, estoques de armas e infraestruturas militares usadas pelo Hamas "para planejar e executar ataques contra civis israelenses e soldados das IDF".
Tanques israelenses também foram vistos posicionados na fronteira entre Israel e a Faixa de Gaza (veja imagem acima), indicando que, além dos ataques aéreos, as incursões por terra no território palestino também podem ser retomadas.
Protesto de parentes
Também nesta terça, parentes de reféns israelenses que ainda estão sob poder do Hamas protestaram contra a retomada dos bombardeios por parte do governo israelense.
O grupo acha que os novos ataques dificultarão a libertação dos últimos sequestrados ainda em cativeiro em Gaza — há cerca de 60 reféns, entre os mais de 250 sequestrados pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, quando o grupo terrorista invadiu Israel, matando também 1.200 pessoas.
Novos bombardeios
O bombardeio da noite de segunda-feira foi a primeira grande operação militar na região desde o início do cessar-fogo entre Israel e o Hamas, em janeiro.
Israel declarou que bombardeou apenas alvos do Hamas e lideranças do grupo terrorista, mas o governo local do grupo terrorista afirmou que o ataque deixou centenas de civis mortos.
O gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse ter ordenado os ataques após o Hamas se recusar a libertar os reféns ainda mantidos em Gaza e rejeitar todas as propostas que receberam para uma segunda fase do cessar-fogo, ainda em negociação.
"Israel atuará, a partir de agora, contra o Hamas com força militar crescente", diz o comunicado. 
O governo disse que continuará na ofensiva enquanto for necessário, podendo ampliá-la.
O ataque das Forças Armadas israelenses foi conduzido em conjunto com a Agência de Segurança de Israel, responsável pela inteligência do país.
Testemunhas relataram à Reuters terem presenciado uma série de explosões provocadas por ataques aéreos ao longo da Faixa de Gaza, e hospitais do território palestino receberam centenas de pessoas (veja vídeo acima).
Médicos que atuam no território afirmaram à agência que 200 pessoas morreram, incluindo várias crianças, e diversas ficaram feridas. 
Mais tarde, o Ministério da Saúde de Gaza disse que 254 pessoas haviam morrido. 
Depois, o número subiu para 326 mortos, ainda segundo o Hamas.
Fonte :  Redação g1

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