Mais uma vez, o Pará se vê manchado pelo sangue de uma violência que parece não ter fim. Um novo capítulo de brutalidade foi escrito nas páginas sombrias da crônica policial do estado
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Uma das vítimas morta a tiros por encapuzados em Moju , enquanto a polícia faz buscas na região para pegar os assassinos |
Em uma área rural de Moju, no nordeste paraense, no último final de semana, dois homens foram assassinados a sangue frio, enquanto um terceiro foi deixado amarrado em uma árvore, como testemunha impotente de um crime que carrega as digitais de organizações criminosas que há anos infestam a região.
Edmilson de Souza Lira, de 49 anos, e seu funcionário, conhecido apenas como “Pop”, tiveram suas vidas ceifadas por disparos de arma de fogo.
O sobrevivente, Elias Evangelista da Silva, de 40 anos, relatou o terror de ver três homens encapuzados invadirem a propriedade, a 20 quilômetros da sede do município, por volta das 22 horas.
Segundo ele, os criminosos o renderam e, quando Edmilson e “Pop” se aproximaram da casa, foram executados sem piedade.
Os assassinos, covardes como é típico desse tipo de ação, fugiram levando uma motocicleta e uma espingarda, deixando Elias amarrado e os corpos das vítimas como prova de sua selvageria.
A Polícia Civil, agora, investiga o caso.
Os corpos foram enviados ao IML de Abaetetuba, e um inquérito foi aberto para tentar identificar os responsáveis e suas motivações.
Mas até quando vamos ler notícias como essa sem que algo realmente mude? O Pará vive refém de uma violência endêmica, alimentada por disputas de terra, tráfico de drogas e a presença cada vez mais descarada de facções criminosas.
O que aconteceu naquela propriedade rural é um reflexo cruel de um estado onde a lei muitas vezes é substituída pela força bruta.
A impunidade reina, e os encapuzados — sejam eles pistoleiros de aluguel ou membros de grupos organizados — continuam a agir como se o Pará fosse terra de ninguém.
Até quando vamos aceitar que a vida de homens como Edmilson e “Pop” seja reduzida a estatísticas, enquanto os sobreviventes, como Elias, carregam o trauma de uma noite que poderia ter sido evitada? É hora de cobrar respostas, não só da polícia, mas de um sistema que falha em proteger seus cidadãos.
Fonte : Ver-o-Fato
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