sexta-feira, 14 de março de 2025

Suspeita de morte de animal por febre amarela em Rurópolis acende alerta e Sespa recomenda vacinação seletiva em todos os municípios do Pará

Semsa iniciou uma campanha de intensificação de imunização, em Santarém, voltada para pessoas a partir de 9 meses até 4 anos de idade e para quem tem entre 5 e 59 anos e ainda não tomou a vacina ou não possui comprovação na carteira de vacinação.
Créditos : Imagem Ilustrativa
A Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa) emitiu um alerta sanitário e recomendou a vacinação seletiva contra a febre amarela em todos os 144 municípios do estado, após a notificação de um evento suspeito de epizootia (morte de animais possivelmente causada pela doença) no município de Rurópolis, no oeste do Pará.
Até o momento, a Sespa confirmou três casos de febre amarela no estado e monitora um caso suspeito que resultou em óbito no Amapá.
O paciente era morador da zona rural do município de Breves, no Marajó, o que reforça a necessidade de intensificação das medidas preventivas.
Diante do alerta, a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) de Santarém iniciou uma campanha de intensificação da vacinação contra a febre amarela.
A imunização é voltada para pessoas a partir de 9 meses até 4 anos de idade e para quem tem entre 5 e 59 anos e ainda não tomou a vacina ou não possui comprovação na carteira de vacinação.
A campanha seguirá até o dia 21 de março e contará com um "Dia D" no sábado, dia 15 de março. 
Durante esse período, a vacina estará disponível nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de Santarém, das 8h às 16h, incluindo o horário de almoço.
Katia Moura, responsável técnica pela Rede de Frio do Núcleo de Vigilância em Saúde da Semsa, esclareceu que quem já tem a vacina registrada na caderneta está protegido e não precisa se vacinar novamente.
“Essa vacina deve estar registrada na carteirinha com a sigla F.A. Importante lembrar que, para quem tem mais de 40 anos, essa vacina foi aplicada com a pistola nas escolas.
Atualmente, a primeira dose é administrada aos nove meses, com reforço aos 4 anos.
Quem tomou uma dose a partir dos 5 anos não precisa mais receber outra”, explicou Katia Moura.
Ela também ressaltou uma mudança importante na aplicação da vacina: “Agora, não precisamos mais aguardar um número mínimo de pessoas para abrir o frasco, pois, assim que a primeira pessoa chegar, ele já pode ser utilizado, evitando desperdício.”
A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, de evolução rápida e gravidade variável, com alta letalidade em suas formas graves.
O vírus é transmitido por mosquitos e apresenta dois ciclos de transmissão:
Silvestre: ocorre em áreas de matas e rurais, sendo transmitida pelos mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes.
Urbano: ocorre em ambientes urbanos, sendo transmitida pelo Aedes aegypti, o mesmo vetor da dengue, zika e chikungunya.
No Brasil, o último caso de febre amarela urbana foi registrado em 1942, e todos os casos desde então são de transmissão silvestre.
Os sintomas iniciais incluem febre alta, calafrios, dor de cabeça, dor no corpo, náuseas e fadiga.
Nos casos mais graves, pode haver hemorragias, icterícia (pele e olhos amarelados), insuficiência hepática e renal e, em alguns casos, óbito.
Os macacos são importantes indicadores da presença do vírus na região e não representam risco direto para a população.
O monitoramento da morte desses animais é essencial para detectar a circulação do vírus e agir preventivamente na imunização da população.
A Sespa reforça que qualquer caso de macaco encontrado morto deve ser notificado às autoridades sanitárias para investigação laboratorial.

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