"...àquele que está sentado no trono, e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o domínio, pelos séculos dos séculos".
Apocalipse é um livro de revelações feitas por Jesus. Os capítulos
quatro e cinco são preparatórios para o desenvolvimento destas
revelações. No sexto capítulo os selos começam a ser abertos. Cristo é o
único que tem poder e autoridade para abrir esses selos.
O livro e os sete selos -
5: 1.
O livro dos sete selos é descrito como um
rolo selado, ao longo de suas beiradas, com sete selos, dando a entender
que estava tão fechado que somente um grande poder seria capaz de
abri-lo. Ou, então, o próprio rolo se compunha de sete porções, cada um
com seu próprio selo. É o livro das revelações de Jesus Cristo que
passamos agora a considerar.
Primeiro selo = O cavalo
branco (conquista) - 6: 1-2.
Um homem montado num cavalo branco
surgiu em cena. Há duas idéias sobre isto: a) Alguns acham que o homem
montado no cavalo branco representa Cristo, 19: 11-16. A cor branca
sugeriria a pureza celestial; a coroa, a realeza; o arco representaria o
seu modo de vencer os inimigos. O cavalo representa guerra, violência,
tragédia, etc.; b) Outros, julgam ser este homem o Anticristo, que
imitará o verdadeiro Cristo com uma falsa pureza, falsa paz, usando seu
arco, v. 2, um instrumento de longo alcance. Ele tentará persuadir todas
nações. O texto diz "saiu vencendo e para vencer". Cristo, porém,
já venceu e é vencedor, 5: 5. Glória a Deus!
Segundo selo = cavalo
vermelho (guerra) 6: 3-4.
Este segundo selo mostra um
cavaleiro mais pomposo. Nada disse. Apenas cavalgou e permitiu que a cor
de seu cavalo o identificasse. Foi-lhe concedido "tirar a paz da
terra e levar os homens a se matarem uns aos outros". Vermelho é a
cor do sangue, dando a entender derramamento de sangue. O sangue chegará
até os freios dos cavalos, 14: 20.
Terceiro selo = o cavalo
preto (fome), 6: 5-6.
Aberto o terceiro selo identificando o
terceiro cavaleiro como sendo a fome. Nos tempos de guerra, escasseia o
alimento e ele é racionado e pesado para cada família. Os preços dos
gêneros de primeira necessidade se elevam assustadoramente; o preço do
trigo para o pão; do óleo; do vinho, etc. A fome sempre vem na esteira
da guerra. Jesus já havia predito isto: "haverá fome", Mt 24: 7.
Quarto selo = o cavalo
amarelo (pestilência), 6: 7-8.
Um cavalo amarelo, pálido, entra em
cena como uma figura hedionda. Seu nome é morte; e o Hades, a região dos
mortos, vem atrás dele para apanhar sua presa. Foi-lhe dado o poder
sobre a quarta parte da terra, podendo matar seus habitantes por todos
os modos concebíveis. A peste sempre vem depois da guerra e da fome. Ele
pode destruir mais vidas do que a própria guerra ou fome. Consegue
deixar forte impressão de horror.
Tudo o que foi apresentado - a conquista militar, a guerra, a fome e a
peste - são manifestações da ira do Cordeiro, Ap 6: 16-17, sobre os
homens que ficarem na Grande Tribulação.
Quinto
selo = o lamento dos mártires, 6: 9-11.
Na abertura do quinto selo,
a cena se modifica. Até aqui vimos os meios pelos quais Deus exercerá
seu julgamento. Agora, veremos a razão desse julgamento. Debaixo do
altar, João vê "as almas dos que foram mortos por causa da palavra de
Deus e por causa do testemunho que deram". O altar é o lugar onde
podemos aproximar de Deus; lugar onde Deus vem ao encontro das
necessidades humanas. Quem são esses mártires? Possivelmente os judeus,
juntamente com alguns crentes gentios, que serão levados a crer devido
ao súbito desaparecimento da Igreja, Ap 3: 10; 1 Ts 1: 10.
Simbolicamente, esses mártires clamarão para que se vingue o sangue
deles que foi derramado. Mas isto é um símbolo. Este parágrafo reflete a
necessidade moral do julgamento. Deus não seria um Deus justo se
deixasse sem vingança males tão grandes. A cada um deles se conferiu um
vestido branco, símbolo de sua vitória e pureza, e se lhes diz que
tenham paciência, pois o tempo ainda não está maduro para a retribuição
de Deus; há outros que ainda irão sofrer como eles.
Sexto
selo = terremoto e julgamentos, 6: 12-17.
O texto fala do escurecimento do sol, a
lua tornando-se em sangue, estrelas caindo do céu, ventos fortes, gentes
de todas classes sociais escondendo-se em cavernas e rochas e clamando
às montanhas que caiam sobre elas e assim as escondessem do rosto
d'Aquele que está assentado no trono e da ira do Cordeiro. Ainda não
está representando neste texto o juízo final. Apenas é um julgamento
temporal por meio de calamidades naturais. Estes acontecimentos também
se referem ao período da Grande Tribulação, Mt 24: 21; Ap 7: 14; Dn 9:
27, ultrapassando qualquer coisa que a natureza jamais viu semelhante.
Os cento e quarenta e
quatro mil selados, 7: 1-17.
Na visão do capítulo 7, João viu quatro
anjos, que estavam sobre os quatro cantos da terra, retendo os quatros
ventos que simbolizam a retribuição divina. Também viu outro anjo que
subia da banda do sol nascente. Trazia o selo de Deus que indica posse e
proteção, nas frontes dos judeus, 144.000, que se converterão no meio da
Grande Tribulação com um grupo de gentios, v. 4-9.
Os pós-tribulacionistas (crença de que a Igreja passará pela grande
Tribulação), asseguram que os 144.000 representam o Israel espiritual, a
própria Igreja que será marcada por Deus para não sofrer na Grande
Tribulação. Portanto, não queremos ser arbitrários em afirmar que a
Igreja não passará pela Grande Tribulação. Nesta ocasião, estaremos nas
bodas do Cordeiro, Mt 25: 1-13; Ap 19: 9. A partir do v. 9-17 percebemos
os mártires sendo recebidos de vestiduras brancas, alvejadas no sangue
do Cordeiro, diante do trono de Deus, não mais na terra, e servem a Deus
continuamente.
Sétimo
selo = o silêncio no céu e o incenso, 8: 1-5.
O silêncio no céu tem sido
interpretado de várias maneiras: simbolizando o juízo dilatado, ou
delongado e dramático. Simbolizando também um período de suspense, de
expectativa, pelas coisas que ainda iriam acontecer. Simbolizando também
o momento em que os salvos, quando chegarem ao céu, ficarão perplexos,
vislumbrando, atônitos as belezas daquilo que os olhos jamais viram, 1Co
2: 9. O incenso da vitória, 8:3-5, refere-se às orações de todos os
santos. Toda a cena dos versículos 3, 4 e 5 é um prelúdio das Sete
Trombetas que começam a ser ouvidas.
Conclusão
Agonizante será para aqueles que não
subirem no arrebatamento, pois terão de contemplar todos estes flagelos
durante sete anos, Dn 9: 27; Mt. 24-15-44. A Igreja, porém, estará nas
Bodas do Cordeiro, participando do Grande Casamento entre o noivo e a
noiva, Ap 22: 17.
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