Alunos, em fila, sobem no pau de arara usado como transporte escolar em Placas (PA). Fotos: Divulgação/Sintepp
A situação precária na rede pública de ensino, principalmente na zona rural, tem se agravado em Placas (PA), oeste do estado. A falta de uma estrutura digna para atender estudantes e profissionais da educação no município deixa a desejar, segundo denúncia do Sintepp (o sindicato dos profissionais da educação no Pará) à seção vc. repórter, do JC.
As condições precárias em que se encontram os veículos é notória, revela o sindicato. São utilizados carros antigos e também os famosos pau de arara, muitas vezes devido à falta de manutenção das estradas vicinais, que dificultam a trafegabilidade de veículos.
O pau de arara é a adaptação de caminhões para o transporte de pessoas. A caçamba é modificada de maneira a utilizar as laterais para ter uma espécie de banco e, em alguns casos, ganham também uma cobertura de pano ou lona para mitigar o calor e a luz do sol sobre os transportados.
Essa situação acaba prejudicando o ano letivo de alunos matriculados na escola municipal localizada na comunidade de Ouro Verde. Parte dos alunos estão sem aula desde o início do ano letivo por falta de transporte escolar. Esse problema vem ocorrendo desde o ano passado.
“Na última semana fizemos uma reunião com os pais, e disseram que iam colocar um professor para dar aula de forma multisseriada para os alunos de 6°ao 9° ano do ensino fundamental. Disseram também que para três alunos dariam o combustível aos pais para que trouxessem os filhos até à escola. Porém, os pais não aceitaram, pois reivindicam o transporte escolar, e que um professor não resolveria o problema de todos. Dessa forma o problema continua sem solução”, relata o coordenador do Sintepp em Placas, Sidnei André Pavlak.
Um ofício, segundo ele, com as principais pautas de reivindicações da categoria, incluindo a melhoria na estrutura escolar, tanto de transporte como da própria escola, além de condições dignas de trabalho aos educadores, com remuneração respeitando o piso, foi protocolado junto Ministério Público do Pará.
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