Justificativa para constantes e frequentes desligamentos no fornecimento da energia elétrica está desconectada da realidade e provoca curto-circuito no bolso e conforto dos consumidores
No ano passado, a partir de março, uma série de apagões não justificados foi registrada em diversos bairros, gerando indignação entre os moradores. |
Quem nunca passou pela situação de estar em casa, de repente sentir as primeiras gotas de chuva, e logo após, um apagão interromper a rotina? Esse tipo de evento tem se tornado cada vez mais frequente em Santarém, no oeste do Pará, especialmente durante a estação chuvosa.
Na noite do último sábado (4), mais uma vez, a população enfrentou um grande transtorno: a falta de energia elétrica.
Essa não é a primeira vez que Santarém enfrenta quedas de energia durante o período chuvoso.
No ano passado, a partir de março, uma série de apagões não justificados foi registrada em diversos bairros, gerando indignação entre os moradores.
A falta de informações claras sobre os motivos desses apagões intensificou a insatisfação da população, que frequentemente se vê à mercê de fenômenos naturais e da infraestrutura elétrica da região, que parece não estar preparada para os desafios climáticos.
A forte chuva que caiu sobre a região no último fim de semana foi responsável por mais um apagão, que afetou não só a população, mas também comprometeu o fornecimento de água.
De acordo com a concessionária de energia elétrica, Equatorial Pará, a chuva, aliada aos ventos fortes, gerou descargas atmosféricas que causaram a queda de energia nas localidades atingidas.
É a mesma justificativa de sempre.
O blecaute começou por volta das 22h, afetando várias regiões de Santarém e Belterra, incluindo a vila Balneária de Alter do Chão, um dos destinos turísticos mais procurados da cidade.
A companhia, em nota, explicou que a interrupção no fornecimento de energia foi motivada pelos impactos das intempéries naturais, como raios e ventos fortes, comuns no período do inverno amazônico.
No início de janeiro 2025, com a chegada das chuvas intensas, as oscilações no fornecimento de energia voltaram a acontecer, e novamente a concessionária atribui os problemas às condições climáticas adversas, como o aumento das descargas atmosféricas e a instabilidade no sistema elétrico.
Moradores de diferentes bairros de Santarém e Belterra têm se mostrado insatisfeitos com a recorrência das quedas de energia, especialmente em épocas de chuvas mais intensas.
A falta de explicações convincentes e a demora no restabelecimento do serviço geram frustração e insegurança, principalmente em locais onde a energia elétrica é essencial para o funcionamento de hospitais, comércios e para o conforto das famílias.
“É difícil confiar no fornecimento de energia.
A cada chuva, vivemos essa situação.
Não podemos mais deixar nossos eletrodomésticos ligados por medo de que a energia caia e danifique tudo”, desabafou nas redes sociais uma moradora de Alter do Chão.
Alter do Chão, um dos pontos turísticos mais visitados da região, também sente o impacto desses apagões, que afetam diretamente os turistas.
Em resposta ao incidente, a Equatorial Pará afirmou que está trabalhando para melhorar a infraestrutura do sistema elétrico, mas reiterou que, em períodos de chuvas intensas e ventos fortes, as tempestades podem causar danos temporários, como as quedas de energia.
Apesar das explicações da concessionária, a população continua aguardando medidas mais eficazes para prevenir e reduzir a frequência de apagões, além de um melhor planejamento para o atendimento em casos de interrupção no fornecimento de serviços essenciais.
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