Mãe e dois filhos são da família Bibas, símbolo do sofrimento dos reféns mantidos em Gaza.
O grupo terrorista alega que eles foram mortos em ataque israelense. Nesta semana, completou-se 500 dias do ataque que matou 1.200 israelenses e desencadeou a guerra.
O grupo terrorista Hamas entregou na manhã desta quinta-feira (20) os restos mortais de um bebê, uma criança, a mãe deles e um idoso em caixões preto. O bebê tinha oito meses e era o mais jovem dos reféns israelenses do Hamas mantidos na Faixa de Gaza.
Três dos restos mortais são da família Bibas, símbolo em Israel do sofrimento dos reféns mantidos em Gaza: Shiri Bibas, de origem argentina, dos filhos dela Kfir Bibas, de oito meses, e Ariel Bibas, de 4 anos. O idoso Oded Lifschitz, de 83 anos, é o quarto corpo entregue.
Os restos mortais foram entregues em caixões pretos para integrantes de Cruz Vermelha, responsáveis por levá-los até Israel.
O chefe de Direitos Humanos das ONU, Volker Turk, disse que o desfile de corpos em Gaza foi abominável e vai contra o direito internacional.
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Shiri Bibas, que foi sequestrada e levada para Gaza em 7 de outubro de 2023, com o filho caçula, Kfir, de oito meses.
A retaliação israelense, que lançou uma guerra contra o grupo terrorista, deixou cerca de 48 mil mortos e destruiu cidades inteiras no território palestino.
No momento da entrega dos corpos, o Hamas reafirmou uma alegação de novembro de 2023, de que a mãe e os meninos Bibas haviam sido mortos em um ataque aéreo israelense durante a guerra. As mortes, no entanto, nunca foram confirmadas pelas autoridades de Israel.
Sequestrado mais novo, símbolo dos reféns: quem era a família Bibas, que Hamas devolveu a Israel em caixões pretos
Em Israel, o clima é de luto com a entrega dos corpos, que confirma as mortes da família Bibas.
O presidente israelense, Isaac Herzog, pediu desculpas pelos reféns mortos.
"Agonia.
Sofrimento. Não há palavras.
Nossos corações — os corações de uma nação inteira — estão devastados.
Em nome do Estado de Israel, inclino minha cabeça e peço perdão. Perdão por não proteger vocês naquele dia terrível.
Perdão por não trazê-los para casa com vida", afirmou Herzog em publicação no X após a entrega dos corpos.
O marido de Shiri, Yarden Bibas, e pais das crianças, também era mantido como refém pelo grupo palestino.
A família Bibas tinha sido sequestrada na comunidade agrícola de Nir Oz, que fica próximo à Faixa de Gaza e perdeu cerca de um quarto de seus habitantes, entre mortos e sequestrados, durante o ataque de 7 de outubro.
"Shiri e as crianças se tornaram um símbolo", disse Yiftach Cohen, morador do kibutz da família Bibas.
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Mulher chora em Tel Aviv no momento da entrega de corpos de reféns israelenses, incluindo a família Bibas, pelo Hamas em 20 de fevereiro de 2025.
— Foto: REUTERS/Ammar Awad
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou em uma breve declaração em vídeo que esta quinta-feira seria "muito difícil para o Estado de Israel, um dia angustiante, de luto."
Netanyahu foi alvo de protesto de familiares de reféns que ainda estão em poder do Hamas, na segunda-feira (17), quando foram completados 500 dias de cativeiro.
Com fotos dos reféns, dezenas de pessoas marcharam até a casa do premiê entoando palavras de ordem.
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Yarden Bibas, refém israelense libertado pelo Hamas — Foto: REUTERS/Ramadan Abed
Até esta quinta, 19 reféns israelenses foram libertados pelo grupo terrorista como parte da primeira fase do acordo de cessar-fogo, além de cinco tailandeses. Em troca, mais de 1,1 mil palestinos que estavam presos em cadeias israelenses foram soltos.
Na primeira fase do acordo, o Hamas concordou em liberar um total de 33 reféns israelenses —e já havia avisado que alguns deles estavam mortos— em troca de 2 mil prisioneiros palestinos.
No sábado (22), o grupo terrorista prometeu libertar mais seis reféns vivos.
2ª fase do acordo em negociação
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Palestino caminha sobre ruínas de imóvel em Rafah, na Faixa de Gaza, em 4 de fevereiro de 2025.
— Foto: Hatem Khaled/ Reuters
As negociações para uma segunda fase do cessar-fogo, que deve garantir o retorno a Israel de todos os cerca de 60 reféns restantes na Faixa de Gaza, começaram nesta semana.
Segundo a Reuters, menos da metade deles são considerados vivos.
A trégua deverá contemplar também a retirada completa das tropas israelenses da Faixa de Gaza para possibilitar o fim da guerra.
No entanto, as perspectivas para um acordo permanecem incertas.
Na quarta-feira (19), o Hamas informou que está disposto a libertar todos os reféns que permanecem na Faixa de Gaza durante a segunda fase do acordo, conforme declaração de Taher al-Nunu, um líder do grupo terrorista palestino.
"Informamos aos mediadores de que o Hamas está disposto a libertar todos os reféns de uma só vez durante a segunda fase do acordo, e não por etapas como na primeira fase em curso", disse ele à agência de notícias AFP.
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